Impacto da integração de veículo compartilhado autônomo no sistema de transporte público por metrô em Brasília

Abstract

Com o desenvolvimento da tecnologia de Veículos Autônomos (VAs) deve-se estudar como será a sua implantação no futuro, em que pode-se gerar diversos resultados, podendo desde aumentar o número de veículos nas vias urbanas, gerando mais congestionamentos, até uma contribuição para a formação de cidades sustentáveis, recuperando espaço urbano, com menos veículos nas vias. Para que esta segunda opção ocorra, se faz necessário que os VAs façam parte do sistema da mobilidade urbana reforçando a rede de transporte público. Assim, esta dissertação tem como objetivo avaliar os impactos econômicos e ambientais da implantação de transporte público com veículo compartilhado na primeira e última milha de um sistema metroviário, fornecendo um serviço de transporte de porta-a-porta. O método desenvolvido utiliza-se de simulação por cenários considerando duas situações. A situação inicial sem integração (cenário base) com viagens em veículos convencionais e a situação compartilhada (cenários compartilhados) substituindo viagens em veículos convencionais por viagens em veículos compartilhados integrados na primeira e última milha em estações do metrô da área de estudo. Os novos cenários (cenários compartilhados) estão compostos por frotas de veículos compartilhados (VC), veículos compartilhados elétricos (VCE), veículos compartilhados autônomos (VCA) e veículos compartilhados autônomos elétricos (VCAE). O método possibilita a análise e comparação das emissões e os custos de viagens dos usuários no cenário base e cenários compartilhados. Para a delimitação da área de estudo foi escolhido para origem e destino das viagens às zonas que se encontram nas áreas de influência de 5, 10 e 15 minutos de estação de transporte público por metrô em diferentes regiões do Distrito Federal, Brasil. O software SUMO (Simulation of Urban MObility) foi utilizado no processo de simulação. Os dados da rede viária foram extraídos do OpenStreetMap e os dados da matriz Origem/destino da Pesquisa de Mobilidade Urbana do Distrito Federal (PMU/DF). Para análise do cálculo das emissões, foram considerados os gases dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), e material particulado (MP). Nota-se significativa redução das emissões nos cenários com uso de veículos compartilhados nas viagens com origem nas zonas de 10 e 15 minutos, ao comparar com o cenário base, principalmente com o uso de veículos elétricos. Já em relação aos custos de viagens, são considerados os tempos de espera, tempo de viagem, tempo de caminhada e custos monetários envolvendo a viagem. Para os cálculos dos custos de viagem foi considerado duas hipóteses, a primeira com a integração entre metrô e veículo compartilhado custando o valor da passagem de metrô sem acréscimos, e a segunda tendo uma projeção de aumento de 50%. Observou-se que os custos de viagem dos cenários com veículos compartilhados são menores que os custos do cenário base. Porém os custos de viagem são menores nas simulações com a origem sendo as zonas de 5 minutos do que nas simulações com as zonas de 15 minutos, ou seja, com o aumento de usuários no sistema integrado, os custos de viagem aumentam, devido ao aumento do tempo de espera pelo veículo compartilhado. Em relação ao aumento de viagens por metrô, observou-se que o maior incremento no número de viagens ocorre com a implantação de uma frota de 250 VCA na estação de origem que levam as pessoas da origem até a estação, e uma frota de 500 VCA nas estações de destino, com um aumento de 2,47% das viagens por metrô.