Forma urbana e a relação com a sensação de medo : estudo de caso em Brasília

Abstract

O crescente aumento da população urbana e da desigualdade social tem gerado consequências para o meio urbano, onde destaca-se a segurança pública, e em especial a sensação de medo. Entender características e conceitos que envolvem a forma urbana, bem como a sua capacidade de influenciar a tomada de decisão da população e a dinâmica das cidades torna-se imprescindível para a busca de um espaço público urbano de qualidade, seguro e sustentável. Este estudo investiga a relação entre a forma urbana e sua relação com a sensação de medo, com enfoque no Distrito Federal. Esta proposta se insere na discussão da importância dos espaços públicos seguros. A principal problemática gira em torno da pergunta: quão seguro você se sente ou se sentiria andando sozinho na rua durante o dia ou à noite. Autores defendem que os dados criminais não correspondem àquilo que procuram medir, havendo assim um descompasso entre estatísticas e a real percepção dos usuários em relação ao ambiente. Tendo essa problemática em voga, foram analisados os dados criminais da SSP-DF 2015 e a Pesquisa de Vitimização Distrital de 2015, afim de averiguar a existência desse descompasso. Para o estudo de caso, foram escolhidas as regiões administrativas Guará, Plano Piloto e Paranoá. Os procedimentos metodológicos foram divididos em: i) revisão da literatura da sensação de medo / medo do crime, desenvolvimento urbano / espaços públicos, sustentabilidade e indicadores de sustentabilidade; ii) análise dos dados de criminalidade da SSP-DF 2015 e da Pesquisa de Vitimização de 2015 do Distrito Federal; e iii) análise qualitativa das formas urbanas, por meio do método de indicadores de sustentabilidade de Romero (2011). O método de indicadores de sustentabilidade avaliou de forma qualitativa as características das formas urbanas. Os resultados se apresentaram satisfatórios para as três regiões analisadas. A região do Paranoá, apresenta conformidade entre os dados criminais, percepção do medo e características da forma urbana. Já as regiões do Guará e do Plano Piloto apresentam desconformidade entre os dados criminais, percepção do medo e características da forma urbana.