Desempenho de Mistura Asfáltica do Tipo Areia Asfalto Usinada a Quente (AAUQ) com a Inserção de PET (Polietileno Tereftalato) micronizado

Abstract

A execução de pavimentos para receber baixo volume de tráfego muitas vezes está associada a baixos custos, mas isto só ocorre se alguns fatores forem cumpridos, dentre eles, a proximidade entre o local onde a obra será realizada e os locais onde obter-se-á os materiais a serem utilizados. Algumas regiões do Brasil são deficientes em agregados graúdos, o que onera a execução do pavimento com revestimento de concreto asfáltico. Essas mesmas regiões, em sua maioria, são ricas em areia, o que traz a possibilidade de executar o revestimento do pavimento em Areia Asfalto Usinada a Quente (AAUQ). Este tipo de mistura asfáltica é considerado para baixo volume de tráfego, e a utilização de novos materiais, a fim de melhorar o comportamento mecânico de misturas asfálticas, vem mostrando resultados positivos e promissores. Esta pesquisa visa estudar o comportamento mecânico de misturas asfálticas do tipo areia asfalto usinada a quente (AAUQ) com a inserção de Polietileno Tereftalato (PET) micronizado, oriundo de garrafas PET moídas. Foram estudadas misturas sem a adição de PET (convencional) e com substituição de areia por 10 e 18% de PET, em massa. A partir dos ensaios de caracterização dos agregados e do ligante asfáltico (CAP 50/70) foram realizadas a dosagem das misturas asfálticas pelo método Marshall e os ensaios mecânicos de estabilidade e fluência Marshall, resistência à tração, módulo de resiliência, vida de fadiga e desgaste cântabro. Com esses resultados foi realizado o dimensionamento do pavimento, através do software MeDiNa, a fim de observar as espessuras das camadas e a vida útil de projeto das misturas estudadas. Os resultados mostraram que a adição de PET micronizado à mistura AAUQ melhora os parâmetros de resistência, resiliência e fadiga das misturas. Além da resposta positiva no comportamento mecânico do pavimento, possibilitando um pavimento sustentável e mais eficiente, existe também um ganho ambiental, dando uma destinação nobre a elevada geração de resíduo plástico, considerado o grande problema ambiental do século 21.