Ecocrítica e representações do fim em Erva brava, de Paulliny Tort

Abstract

Esta dissertação propõe uma análise da coletânea Erva brava (2021), de Paulliny Tort, sob a perspectiva da ecologia decolonial, articulando literatura, estudos decoloniais, Ecocrítica e filosofia ambiental. A pesquisa parte de uma lacuna nos estudos literários: a abordagem Ecocrítica em perspectiva decolonial no contexto do Antropoceno e suas variantes. Fundamenta-se nas ideias de Malcom Ferdinand, Rosi Braidotti, Isabelle Stengers e outros teóricos da Ecocrítica, examinando os encontros entre humano e não humano na narrativa, especialmente o rio Amanaçu e o Cerrado, sob a ameaça do agronegócio em Buriti Pequeno. A Ecocrítica, surgida nos anos 1990, analisa representações culturais da relação entre humanos e natureza, com ênfase nas crises ecológicas. Incorporada aos Estudos Literários, promove abordagens críticas e políticas sobre justiça ambiental e mudanças climáticas. No contexto brasileiro contemporâneo, oferece novas perspectivas de leitura e análise literária. Erva brava dialoga com saberes ancestrais e questões urgentes, como urbanização, monocultura, racismo ambiental e exclusão social. A obra desconstrói hierarquias entre humano e natureza, questiona epistemologias coloniais e propõe uma coletânea geocêntrica. Com isso, esta pesquisa investiga como a linguagem de Tort tensiona os limites entre cultura e natureza e propõe novas formas de representação literária frente à crise ecológica e climática.