Preservação de vestígios de interesse forense em unidades de emergência hospitalar : elaboração e validação de protocolo de enfermagem

Abstract

O estudo propôs a construção e validação de um protocolo de enfermagem para preservação de vestígios de interesse forense em unidades de emergência hospitalar, diante da necessidade de atendimento qualificado a vítimas de violência e acidentes com possíveis implicações legais. O objetivo geral foi desenvolver e validar um protocolo assistencial que sistematize a preservação de vestígios forenses pelo enfermeiro, contribuindo para a justiça e a proteção do direito da vítima. O método consistiu em um estudo transversal e descritivo, de abordagem quantitativa, dividido em quatro fases: revisão de escopo de literatura, elaboração do instrumento, validação de conteúdo por comitê de especialistas e validação semântica. Na revisão de literatura, identificaram-se recomendações internacionais sobre a preservação de vestígios forenses em ambientes de emergência, utilizando critérios do modelo PRISMA-ScR. A partir dessas diretrizes, estruturou-se um protocolo preliminar contemplando etapas essenciais, como documentação de lesões, manejo de fluidos biológicos, procedimentos de coleta de vestígios e cuidados pós-morte. A validação de conteúdo envolveu 15 especialistas com experiência em enfermagem forense e atendimento de emergência, que avaliaram o instrumento quanto à objetividade, clareza, precisão e relevância. Foi adotado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que resultou em alta concordância, sugerindo adequação do protocolo para o contexto brasileiro. Na fase de validação semântica, verificou-se a compreensão e aplicabilidade do protocolo pelos profissionais. Como resultado, constatou-se que a escassez de protocolos específicos pode comprometer a preservação de evidências em hospitais, destacando a relevância de diretrizes formalizadas para a atuação do enfermeiro forense. Conclui-se que o protocolo validado aprimora o processo assistencial ao garantir a integridade das evidências, colaborando para a justiça e a proteção da vítima em situações forenses. Recomenda-se sua aplicação em unidades de emergência e a continuidade de estudos para a adaptação do protocolo a diferentes cenários de atendimento forense.