http://repositorio.unb.br/handle/10482/9328
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Titre: | A percepção dos trabalhadores da estratégia saúde da família do Distrito federal acerca do processo de trabalho e suas repercussões no processo saúde-doença |
Auteur(s): | Carvalho Júnior, Daniel Alvão de |
Orientador(es):: | Shimizu, Helena Eri |
Assunto:: | Saúde pública - Distrito Federal (Brasil) Qualidade de vida no trabalho Políticas públicas de saúde Trabalhadores - saúde e higiene |
Date de publication: | 28-sep-2011 |
Data de defesa:: | 8-avr-2011 |
Référence bibliographique: | CARVALHO JÚNIOR, Daniel Alvão de. A percepção dos trabalhadores da estratégia saúde da família do Distrito federal acerca do processo de trabalho e suas repercussões no processo saúde-doença. 2011. ix, 84 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011. |
Résumé: | A percepção dos trabalhadores da estratégia saúde da família do Distrito federal acerca do processo de trabalho e suas repercussões no processo saúde-doença BRASÍLIA, Daniel Alvão De Shimizu, Helena Eri Este estudo analisa a percepção dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família do Distrito Federal (ESF-DF) acerca de seu processo de trabalho e suas repercussões no processo saúde-doença. Trata-se de uma pesquisa descritivo-transversal realizada com 243 trabalhadores da ESF do DF, sendo 139 Agentes comunitários de saúde, 47 auxiliares de enfermagem, 41 enfermeiros e 11 médicos. Para a coleta de dados foi utilizado o Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento, que é composto por 4 escalas (Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho, Escala de Custo Humano no Trabalho, Escala de Indicadores de Prazer-Sofrimento no Trabalho, Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho), e um questionário para contextualização socioprofissional. Dentre os resultados obtidos, constata-se que 77% são mulheres, 44% têm idade entre 30 e 49 anos e 92% dos trabalhadores possuem vínculo de trabalho formal. Do total de entrevistados, 178 (73%) afirmaram ter realizado o curso introdutório ao PSF, enquanto que 59 (24%) ainda não o haviam feito. Com relação às condições de trabalho, os resultados evidenciam que a maioria dos trabalhadores avalia como repetitivas suas tarefas, que possuem recursos de infraestrutura inadequados para a realização destas e que há dificuldades na comunicação entre a chefia e subordinados, além de identificar a falta de integração no ambiente de trabalho. Em termos de custos humanos do trabalho, os atos de caminhar e usar repetida e continuamente mãos e pernas são avaliados como muito desgastantes fisicamente. Em termos de custos cognitivos, o uso da memória, da concentração e da capacidade de resolução de problemas é avaliado como muito desgastante. Afetivamente, são avaliados como altos os custos relacionados ao controle das emoções e ao ato de lidar com a agressividade alheia, dentre outros aspectos. No entanto, o trabalho na ESF-DF apresenta-se prazeroso, pois a maioria tem orgulho do que faz, sente-se gratificada com as atividades exercidas, por trabalhar onde há cooperação e por ter liberdade para falar sobre o trabalho com os colegas. Não obstante, este mesmo trabalho apresenta-se como estressante, havendo momentos críticos de insatisfação e frustração. Quanto aos danos físicos atribuídos ao trabalho, a frequência com que ocorrem dores de cabeça, nas costas e nas pernas é avaliada como grave. São avaliadas como situações críticas as vivências de tristeza e mau-humor atribuídos ao trabalho. Tendo-se como referencial teórico a psicodinâmica do trabalho, a ergologia e a clínica da atividade, conclui-se que o processo de trabalho na ESF-DF possui fortes características de um tipo de trabalho i taylorizado. Este cenário indica que a gestão do SUS no DF tem dois desafios principais: a) Prover, em tempo oportuno, os recursos necessários e adequados para a realização do trabalho; b) estruturar consolidar e fortalecer os dispositivos de co-gestão, condição necessária para a superação do processo de trabalho taylorizado que marca a ESF no DF. Para a estruturação desta agenda, deve-se contar com a participação dos trabalhadores da ESF, que construíram ao longo desses anos relações de solidariedade, de confiança, além de mecanismos efetivos de comunicação, cooperação e coordenação. _____________________________________________________________________________ ABSTRACT This study analyses the perceptions health workers have of their own work processes in the Federal District (FD) government’s Family Heath Strategy (FHS) and their repercussions on public health. It is a cross-cutting, investigative survey that analyses data collected from a sample of 243 FHS/FD workers. The data gathering process made use of a Work Risk and Health Hazard Inventory comprised of four scales to evaluate the work context, human costs, job suffering and satisfaction, and work-related harm. A questionnaire was administered to establish the social-professional context. Among the results obtained it was found that 92% of the workers have a formal, legal work contract, 44% are in the 30 to 49 age bracket, and 77% are women. Of the total respondents 73% reported having done the introductory course at the FHS, while 24% still had not attended. In regard to working conditions, most of the workers consider that the tasks they perform are highly repetitive, resources provided to perform them are highly inadequate, communication between managers and their subordinates is almost non-existent, and that there is a total lack of integration in the working environment. In terms of the human efforts involved, the repeated need to walk and the constant exertions of hands and legs are thought to be physically debilitating. The intense use of individual cognitive resources like memory, mental concentration and problem solving skills is also considered to be highly debilitating. In the affective sphere, the cost to the individual of controlling emotions and trying to handle the aggressiveness of others, among other challenges, is very high. Nevertheless, working with the FHS in the Federal District has its advantages as most of the workers are proud of what they do and have a sense of gratification stemming from their activities, carried out in an environment where cooperation prevails and professionals are at liberty to speak freely about their work with their colleagues. However, the work is stressful and interspersed with critical moments of dissatisfaction and frustration. Serious physical drawbacks associated to the work include frequent headaches, and pains in the back and legs. The work is also blamed for moments of bad temper and feelings of sadness that arise. Using the psycho-dynamics of work, human ergology and clinical activity theory as the iii theoretical reference framework, it is shown that Primary Health Care processes have features that are typical of taylorised forms of labour. The study depicts a scene where Unified Health System’s administration of primary health care actions faces two serious challenges: a) securing and making effectively available, in a timely manner, all the resources needed for carrying out the work involved; and b) structuring, consolidating and reinforcing co-management mechanisms in order to overcome the Taylorised nature of work processes so typical of the FHS in the Federal District. To that end, the structuring process must engage the full participation of the FHS health workers who have constructed relations of confidence and solidarity over the years as well as effective communication, cooperation and coordination mechanisms. |
metadata.dc.description.unidade: | Faculdade de Ciências da Saúde (FS) |
Description: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, 2011. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Collection(s) : | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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