Um estudo sobre avaliação da aprendizagem e a função social de um centro interescolar de línguas do DF no ensino de língua estrangeira

Abstract

Política pública consolidada no Distrito Federal, os Centros Interescolares de Língua (CIL) constituem uma rede de escolas públicas de ensino de línguas que ofertam o componente curricular Língua Estrangeira Moderna (LEM) e têm por função social democratizar a oferta e o acesso à aprendizagem e à aquisição de línguas e promover a formação integral do sujeito por meio da ampliação de seu universo cultural (DISTRITO FEDERAL, 2019a). O presente estudo busca responder à questão geral em que medida os sentidos e os significados atribuídos por professores de um CIL do DF à avaliação da aprendizagem em línguas estrangeiras se relacionam à função social expressa nas Diretrizes Pedagógicas dos CILs e no PPP da escola? Nesse intento, tem por objetivo geral: analisar em que medida os sentidos e os significados atribuídos por professores de um CIL do DF à avaliação da aprendizagem em línguas estrangeiras se relacionam à sua função social explicitada nas Diretrizes Pedagógicas e Projeto Político-Pedagógico (PPP) da instituição. Para tanto, recorremos à análise de documentos que orientam a avaliação da aprendizagem no Distrito Federal, à aplicação de um questionário e à entrevista semiestruturada. Os dados foram organizados a partir de núcleos de significação (AGUIAR e OZELLA, 2006, 2013) por compreendermos a palavra como síntese de múltiplas determinações. As lentes teórico-metodológicas que permitiram a aproximação ao movimento da realidade estiveram ancoradas ao materialismo histórico-dialético (MARX, 2011) compreendendo a realidade como totalidade mediada e contraditória. A análise dos dados revelou que os professores reconhecem os CILs como importante instituição para a democratização do ensino-apendizagem de línguas e para a ampliação do universo cultural do sujeito. Em relação à avaliação da aprendizagem, os professores a compreendem como o processo de obtenção de informações para reorientação do trabalho pedagógico, incluindo a própria avaliação, além de servir como autoavaliação docente. No entanto, a práxis (SÁNCHEZ VASQUEZ, 1977) dos professores carece de maior conscientização que permita superar a visão de que a democratização do ensino de línguas se concretiza pela simples entrada do estudante nos CILs. Ao mesmo tempo em que a abordagem de ensinar (ALMEIDA FILHO, 2013) dos professores comporta os significados de língua, de ensinar e de aprender alinhados ao que se espera da educação pública no Distrito Federal, ela necessita de fortalecimento da Competência Teórica e da Competência Aplicada (SANTANA, 2015) dos professores, uma vez que sua práxis parece mais influenciada por sua Competência Implícita (BANDEIRA, 2015).