http://repositorio.unb.br/handle/10482/51227
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AntonioTrevisan_TESE.pdf | 952,82 kB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | A Metapsicologia da pulsão de apoderamento e seu estatuto originário |
Authors: | Trevisan, Antônio |
Orientador(es):: | Maesso, Márcia Cristina |
Coorientador(es):: | Vivès, Jean-Michel |
Assunto:: | Pulsão Dominação Metapsicologia Psicopatologia |
Issue Date: | 18-Dec-2024 |
Data de defesa:: | 21-Jun-2024 |
Citation: | TREVISAN, Antônio. A Metapsicologia da Pulsão de Apoderamento e seu estatuto originário. 2024. 202 f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
Abstract: | Nesta tese retomo a investigação do termo alemão Bemächtigungstrieb, utilizado por Sigmund Freud para referir-se à ideia da pulsão de apoderamento. O objetivo desta pesquisa é a reavaliação tradutória e histórica desse tema no campo da psicanálise, principalmente pelo fato de que, no Brasil, tradicionalmente, seu uso é feito na forma de pulsão de dominação. Para sustentar as articulações, retorno à obra de Freud sobre a pulsão de apoderamento, empregando as provocações de Jacques Lacan, Piera Aulagnier e outros teóricos para destacar sua importância na constituição psíquica e nas manifestações psicopatológicas. A construção foi realizada em dois eixos centrais que resultam na construção da metapsicologia até as psicopatologias da pulsão de apoderamento, a qual reúne as características dessa força em instrumentos conceituais, que permitem defender uma nova posição conceitual. Nesta releitura, a pulsão de apoderamento é ilustrada nas manifestações da subjetividade, como pegar, apegar, dominar e apoderar. No primeiro eixo, apresento a discussão predominantemente histórica, abordando a tradução, as diferentes abordagens e as problemáticas em torno delas. O resultado desse primeiro eixo é a construção de uma perspectiva que, ao invés de pulsão de dominação, defende a tradução de Bemächtigungstrieb na versão de pulsão de apoderamento, e a define da seguinte forma: é a força empenhada para apoderar o psiquismo em sua relação com o mundo, isto é, potência para fazer o trabalho da criação no advir do sujeito psíquico. A partir dessa posição proponho uma instrumentação dessa força nos termos de sua operacionalidade, em que apresento os três tempos da pulsão de apoderamento: no primeiro tempo, o fazer pegar; no segundo, o fazer pegado, e no terceiro e último, o se fazer pegar. Num refinamento da dinâmica pulsional emprego a noção de apassivação imanente da criação do terceiro tempo do apoderamento para esclarecer a especificidade do apoderar. Já no segundo eixo concentro as demonstrações da hipótese, utilizando a clínica do autismo para revelar a pulsão de apoderamento em sua manifestação patológica. Como apoio metodológico emprego a lógica da patoanálise dada por Schotte, para dar visibilidade à patogenia do apoderamento, efeito das complicações da temporalidade pulsional. O apontamento central da pulsão de apoderamento no autismo reside no seguinte: no funcionamento autístico é possível observar com clareza o primeiro tempo do apoderamento, o fazer pegar, assim como o segundo tempo, o fazer pegado, mas, sobretudo, evidencia a inexistência da dimensão terceira da pulsão de apoderamento, que, como efeito originário, não constrói o ponto que permite a passagem da criança do fazer pegado ao se fazer pegar pelo outro. A demonstração de cada elemento temporal é realizada em dois casos, sendo o primeiro o do garoto Naoki Higashida, de 13 anos, por meio da análise de sua obra “O que me faz pular”, traduzido para o português em 2014, e o outro, o do menino Léo, de 4 anos, exposto na obra “Autismo e Mediação: Bricolar uma solução para cada um”, de Vivès e Orrado (2021). Assim, a conclusão expõe um novo fundamento para a pulsão, expressado no bloco da psicopatologia do apoderamento, fornecendo elementos para examinar a patogenia em questão. Em suma, é a apresentação de uma abordagem dos mecanismos adoecidos em decorrência do estado dessa pulsão, permitindo ampliar as intervenções no tratamento dessa manifestação. |
Abstract: | In this thesis I return to the investigation of the German term Bemächtigungstrieb used by Sigmund Freud to refer to the idea of Master the drive to take over. The objective of this research is the translational and historical reevaluation in the field of psychoanalysis, mainly due to the fact that in Brazil, its use is traditionally done in the form of domination. To support the articulations, I return to Freud's work on the drive to seize, employing the provocations of Jacques Lacan, Piera Aulagnier, and other theorists to highlight its importance in the psychic constitution, and in psychopathological manifestations. The construction was carried out along two central axes that result in the construction of metapsychology up to the psychopathologies of the drive for empowerment, which brings together the characteristics of this force in conceptual instruments, which allow defending a new conceptual position. In this reinterpretation, the drive to seize is illustrated in the manifestations of subjectivity, such as taking, clinging, dominating and appropriating. In the first axis, I present the predominantly historical discussion, addressing translation, the different approaches, and the issues surrounding them. The result of this first axis is the construction of a perspective that, instead of the drive for domination, defends the translation of Bemächtigungstrieb into the version of the drive for empowerment, and defines it as follows: it is the force committed to taking over the psyche in its relationship with the world, that is, the power to do the work of creation in the coming of the psychic subject. From this position, I propose an instrumentation of this force, in terms of its operationality, where I present the three stages of the drive to seize: in the first stage, making it stick; in the second, getting caught, and the third, and last, getting caught. In a refinement of the drive dynamics, I use the notion of immanent passivation in the creation of the third stage of empowerment to clarify the specificity of taking over. In the second axis, I focus on demonstrating the hypothesis using the autism clinic to reveal the drive for empowerment in its pathological manifestation. With the support methodological I use the logic of pathoanalysis given by Schotte, to give visibility to the pathogenesis of empowerment, the effect of the complications of the temporality of the drive. The central point of the takeover drive in autism lies in the following: in autistic functioning it is possible to clearly observe the first stage of takeover, making the catch, as well as the second stage, making the catch, but, above all, it highlights the non-existence of the dimension third of the drive to take over, which, as an original effect, does not build the point that allows the child to move from being caught to being caught by the other. The demonstration of each temporal element is carried out in two cases, the first being that of the 13-year-old boy Naoki Higashida, through the analysis of his work “What makes me jump”, and the other, of the 4-year-old boy Léo exposed in the work “Mediação and Autism: Bricolating a solution for each one”, by Vivès and Orrado (2021). Thus, the conclusion exposes a new foundation for drive, expressed in the psychopathology of seizure, providing elements to examine the pathogenesis in question. In short, it is the presentation of an approach to the mechanisms that become ill as a result of the state of this drive, allowing for the expansion of interventions in the treatment of this manifestation. |
Résumé: | Dans cette thèse je reviens sur l’investigation du terme allemand Bemächtigungstrieb utilisé par Sigmund Freud pour désigner l’idée de pulsion d´emprise. L'objectif de cette recherche est la réévaluation translationnelle et historique dans le domaine de la psychanalyse, principalement en raison du fait qu'au Brésil, son utilisation se fait traditionnellement sous forme de domination. Pour étayer ces articulations, je reviens aux travaux de Freud sur la pulsion de saisie, en utilisant les provocations de Jacques Lacan, Piera Aulagnier et d'autres théoriciens pour souligner son importance dans la constitution psychique et dans les manifestations psychopathologiques. La construction s'est réalisée selon deux axes centraux qui aboutissent à la construction de la métapsychologie jusqu'aux psychopathologies de la pulsion d'emprise, qui rassemble les caractéristiques de cette force dans des instruments conceptuels, qui permettent de défendre une nouvelle position conceptuelle. Dans cette réinterprétation, la pulsion d´emprise est illustrée dans les manifestations de la subjectivité, telles que prendre, s'accrocher, dominer et s'approprier. Dans le premier axe, je présente la discussion à prédominance historique, abordant la traduction, les différentes approches et les enjeux qui les entourent. Le résultat de ce premier axe est la construction d’une perspective qui, au lieu de la pulsion de domination, défend la traduction du Bemächtigungstrieb dans la version de la pulsion d’emprise, et la définit ainsi: c’est la force engagée à prendre le contrôle du pouvoir. le psychisme dans sa relation avec le monde, c'est-à-dire le pouvoir de faire l'œuvre de création dans la venue du sujet psychique. De ce point de vue, je propose une instrumentation de cette force, dans son opérationnalité, où je présente les trois étapes de la pulsion d´emprise : dans la première étape, la faire une prise; dans le deuxième, se faire tenir, et dans le troisième et dernier, se faire tenir. Dans un raffinement de la dynamique pulsionnelle, j'utilise la notion de passivation immanente dans la création de la troisième étape d'emprise pour clarifier la spécificité de la prise en charge. Dans le deuxième axe, je me concentre sur la démonstration de l'hypothèse en utilisant la clinique de l'autisme pour révéler la pulsion d´emprise dans sa manifestation pathologique. Comme support méthodologique j'utilise la logique de pathoanalyse donnée par Schotte, pour donner de la visibilité à la pathogenèse de l'emprise, effet des complications de la temporalité de la pulsion. Le point central de la pulsion d´emprise en charge dans l'autisme réside dans le suivant: dans le fonctionnement autistique, il est possible d'observer clairement la première étape de faire une une prise, qui consiste à réaliser la capture, ainsi que la deuxième étape, qui consiste à réaliser la capture, mais, surtout, elle met en évidence l'inexistence de la dimension tiers de la pulsion d´emprise en charge, qui, comme effet original, ne construit pas le point qui permet à l'enfant de passer d'être attrapé à être attrapé par l'autre. La démonstration de chaque élément temporel est réalisée dans deux cas, le premier étant celui du garçon de 13 ans Naoki Higashida, à travers l'analyse de son œuvre « Ce qui me fait sauter », et l'autre, du garçon de 4 ans. -le vieux Léo exposé dans l'ouvrage «Médiation et autisme: Bricoler une solution pour chacun », de Vivès et Orrado (2021). Ainsi, la conclusion expose un nouveau fondement de la pulsion, exprimé dans la psychopathologie des crises, fournissant des éléments pour examiner la pathogenèse en question. En bref, c'est la présentation d'une approche des mécanismes qui deviennent malades à cause de l'état de cette pulsion, permettant l'expansion des interventions dans le traitement de cette manifestation. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) |
Description: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2024. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura |
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