Percepção de familiares de crianças e profissionais da saúde sobre serviços de intervenção precoce

Abstract

INTRODUÇÃO: Cuidados Centrados na Família (CCF) é uma das abordagens em intervenção precoce (IP), no qual profissionais de saúde colaboram com familiares para apoiar o desenvolvimento infantil. No entanto, é crucial compreender a percepção de familiares e profissionais sobre os serviços de IP. OBJETIVOS: Estudo 1) descrever protocolo metodológico para identificar evidências sobre percepção de familiares sobre IP com foco na abordagem de CCF. Estudo 2) identificar a percepção de familiares e profissionais da saúde sobre IP. MÉTODOS: Estudo 1) metodologia para revisões de escopo, incluídos estudos com base na estratégia: População (P): Crianças de 0 a 4 anos, ambos os sexos, com risco de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; Conceito (C): Estudos sobre IP e CCF, incluindo a percepção de familiares; Contexto (C): Qualquer país ou ambiente, publicados em inglês, português ou espanhol. Estudo 2) transversal, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Brasília (Parecer n.º 5.803.086). Participaram familiares de crianças (3 meses a 4 anos) e profissionais de saúde inseridos em programas de IP no Brasil (mínimo 3 meses), respondendo questionários on-line. O questionário para familiares abordou características da criança, percepção do serviço e orientações para o ambiente domiciliar. O questionário para profissionais abordou sobre formação, envolvimento familiar na IP e serviços prestados. RESULTADOS: Estudo 1) a revisão de escopo visará identificar evidências sobre percepções dos familiares em relação a IP e CCF. Estudo 2) dezesseis respostas foram válidas para questionário dos familiares, sendo a maioria mães (75%). Os familiares indicaram oportunidade para expressar necessidades sobre desenvolvimento da criança (81,2%), participar na definição de objetivos (81,2%) e satisfação com atendimento (87,5%). A maioria recebe orientações para atividades em casa (81,2%) e as realizam (75%), com apoio solidário dos profissionais (81,5%). No questionário dos profissionais de saúde, 27 participaram (feminino: 92,5%), principalmente fisioterapeutas (66,7%). A maioria é especializada (62,9%), com mais de seis anos de experiência (55,5%). Estes responderam que discutem objetivos terapêuticos com a família (92,6%) e consideram suas necessidades (70,4%). Os profissionais relataram envolvimento variado em relação a sessões e atividades domiciliares. Ainda, relataram condições de trabalho favoráveis (81,5%) e feedback positivo das famílias (33,3%). CONCLUSÃO: Estudo 2) familiares demonstraram envolvimento ativo no processo de desenvolvimento da criança, e os profissionais mostraram comprometimento em facilitar este processo. Quanto aos profissionais, a maioria considera as necessidades das famílias na IP e está satisfeita com o ambiente de trabalho. Entretanto, relataram que nem todas as famílias participam ativamente desse processo.