As narrativas (auto)biográficas como Pedagogia de Resistência

Abstract

O artigo propõe o uso de narrativas (auto)biográficas na formação de docentes que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em prisões, como uma estratégia de reflexão sobre o ofício docente em ambientes desafiadores para a educação emancipadora. Essas narrativas permitem que os participantes compartilhem suas experiências de aprendizado, promovendo uma compreensão mais profunda do conhecimento e criando um ambiente colaborativo para compartilhar e ressignificar experiências. No artigo, também se discute a importância de ouvir e valorizar as histórias daqueles que foram silenciados, especialmente em contextos de privação de liberdade, permitindo-lhes pensar em uma atuação como protagonistas e não como reprodutores de uma epistemologia hegemônica e excludente. Isso permite uma análise crítica das respostas trazidas pelas informantes, no questionário e na entrevista narrativa que participaram, como reflexos de processos sociais e históricos mais amplos, bem como uma reflexão sobre a construção da identidade e do poder nas narrativas (auto)biográficas no processo formativo. Em última análise, a (auto)biografia é apresentada como uma formação para a resistência que promove a humanização, a libertação e a emancipação em contextos que tendem a esquecer o lado subjetivo e social.