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Título : Repercussões da Covid-19 entre estudantes indígenas da UnB e desafios da política de permanência
Autor : Nunes, Juliana da Silva
Orientador(es):: Souza, Cristiano Guedes de
Assunto:: Ensino superior - programas de ação afirmativa - indígenas
Ensino superior - política pública
Assistência estudantil
Covid-19 - Brasil
Estudantes indígenas
Fecha de publicación : 14-ago-2024
Citación : NUNES, Juliana da Silva. Repercussões da Covid-19 entre estudantes indígenas da UnB e desafios da política de permanência. 2022. 234 f., il. Dissertação (Mestrado em Política Social) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Resumen : Diante do atual contexto adverso, não só de pandemia, mas de regressão de direitos, é importante compreender as repercussões que a pandemia de Covid-19 trouxe a estudantes indígenas no ensino superior. O Estado precisa estar preparado para atender às suas especificidades, conforme preceitos constitucionais e normas internacionais, em situações típicas ou atípicas. O objetivo geral da pesquisa foi descobrir quais foram as repercussões da pandemia de Covid-19 à permanência de estudantes indígenas na UnB. Tratou-se de pesquisa qualitativa, em que foram entrevistadas seis estudantes indígenas do sexo feminino e cinco estudantes indígenas do sexo masculino, com matrículas ativas na UnB em cursos de graduação ou de pós-graduação da UnB, entre os meses de agosto e dezembro de 2021. Ademais, buscaram-se dados de outros estudos e dados fornecidos pela UnB. Como assistente social que trabalha na área da assistência estudantil da UnB, esta pesquisadora interessou-se por aprofundar seus conhecimentos sobre a política de permanência universitária voltada a discentes indígenas. Sabe-se que estudos nessa área, para além de períodos de pandemia, podem contribuir com possíveis alterações e avanços à política de permanência universitária a estudantes indígenas. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais da UnB (CEP/CHS). Os resultados revelaram que a situação de pandemia agudizou as expressões da questão social de discentes indígenas da UnB, evidenciou suas demandas de permanência na academia, bem como a necessidade de uma política de permanência na UnB com olhar diferenciado às suas particularidades. Reconhece-se que a universidade garantiu diversos auxílios emergenciais durante o período pandêmico e atingiu quase a integralidade de estudantes indígenas que os demandaram, e promoveu formas de flexibilização à retirada de matrícula de disciplinas durante o semestre acadêmico. O coletivo indígena mobilizou-se para formalizar documentalmente uma proposta de minuta de resolução à definição da Política de Permanência para Estudantes Indígenas na Universidade de Brasília, que por quatro anos foi discutida pelo coletivo. No segundo semestre de 2020, essa proposta foi apresentada pelo coletivo, com elaboração de parecer favorável na Câmara de Assuntos Comunitários (CAC), no final do ano de 2020. No entanto, as pessoas entrevistadas neste estudo informaram que a minuta foi retirada da pauta de discussões da câmara. Apesar de ter sido aprovada a Política de Assistência Integrada e Permanência Estudantil da Universidade Brasília, em abril de 2021, as narrativas apontam que essa política não atendeu às suas demandas. Ademais, as pessoas entrevistadas apontaram a necessidade de investimentos em recursos humanos ao atendimento adequado dos povos tradicionais estudantes da UnB. As principais queixas das narrativas foram em relação ao corpo docente, no que se refere a metodologias de ensino e à compreensão das especificidades indígenas durante o ensino remoto. O coletivo indígena da UnB luta por uma política de permanência que propicie a atenção adequada à saúde; promova acompanhamento pedagógico adaptado a peculiaridades de povos tradicionais; dê visibilidade à questão indígena nos currículos acadêmicos; aceite as diferentes epistemologias tradicionais nos currículos acadêmicos; respeite o pertencimento das etnias e culturas indígenas, sem que sejam vítimas do racismo e de discursos meritocráticos.
Abstract: In front the adverse context, not only and the pandemic situation, but of regression of rights, it’s important to understand the repercussions that Covid-19 pandemic has brought indigenous students in higher education. The State needs to be prepared to attend its specificities, according to constitutional precepts and international norms, in typical or atypical situations. The general objective of the research was to find out what were the repercussions of the Covid-19 pandemic on the permanence of indigenous students at UnB. This was a qualitative research, in which six indigenous female students and five indigenous male students were interviewed, with active enrollments at UnB in undergraduate or graduate courses at UnB, between the months of August and December 2021. In addition, data from other studies and data provided by UnB were sought. As a social worker who works in the area of student assistance at UnB, this researcher was interested in deepening her knowledge about the university permanence policy focused on indigenous students. It is known that studies in this area, in addition to pandemic periods, can contribute to possible changes and advances to the university permanence policy for indigenous students. The research project was approved by Comitê de Ética em Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais da UnB (CEP/CHS). The results revealed that the pandemic situation exacerbated the expressions of the social issue of indigenous students at UnB, highlighted their demands for permanence in the academy, as well as the need for a policy of permanence at UnB with a differentiated view at their particularities. It’s recognized that the university guaranteed several emergency aids during the pandemic period and reached the integrality of indigenous students who demanded them, and promoted forms of flexibility to withdraw the registration of disciplines during the academic semester. The indigenous collective mobilized to formally document a proposal for a draft resolution to define the Política de Permanência para Estudantes Indígenas na Universidade de Brasília, which was discussed by the collective for four years. In the second half of 2020, this proposal was presented by the collective, with the elaboration of a favorable opinion at the Câmara de Assuntos Comunitários (CAC), at the end of 2020. However, people interviewed in this study reported that the draft was removed from the Chamber's agenda. Despite the approval of Política de Assistência Integrada e Permanência Estudantil da Universidade Brasília in April 2021, the narratives indicate that this policy did not meet their demands. In addition, the people interviewed pointed out the need for investments in human resources to adequately serve the traditional peoples who are students at UnB. The main complaints of the narratives were in relation to the teaching staff, with regard to teaching methodologies and the understanding of indigenous specificities during remote teaching. The UnB indigenous collective fights for a policy of permanence that provides adequate health care; promotes pedagogical monitoring adapted to the peculiarities of traditional peoples; gives visibility to the indigenous issue in academic curricula; accept different traditional epistemologies in academic curricula; respect for the belonging of indigenous ethnicities and cultures, without being victims of racism and meritocratic discourses.
metadata.dc.description.unidade: Instituto de Ciências Humanas (ICH)
Departamento de Serviço Social (ICH SER)
Descripción : Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Política Social, 2022.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Política Social
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Aparece en las colecciones: Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
UnB - Covid-19

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