Mediação cultural feminista e as relações de poder

Abstract

A mediação cultural é um campo da educação em artes visuais que atua principalmente no museu e é atravessado pelos conflitos e possibilidades dessa instituição. Investigando como pensar a mediação cultural dentro do contexto de desigualdade de gênero na arte e no museu, a pesquisa busca identificar o campo da mediação cultural feminista e seu papel políticopedagógico. Considera os debates acerca da mediação crítica, levantados por teóricas como Mônica Hoff Gonçalves e Carmen Mörsch, e o conceito de feminismo interseccional de Carla Akotirene, para pensar as possibilidades de atuação da mediação cultural nesse campo. Além do levantamento de pesquisa bibliográfica, utilizou-se de relatos de experiência a fim de materializar a vivência da mediação cultural em pesquisa. Desenvolveu-se uma proposta de dissertação-mapa, através da escrita fragmentada e leitura-caminho como metáfora de mediação cultural, com o propósito de exercitar as possibilidades de pesquisa poéticopedagógicas da profissão. Por fim, essa investigação identificou que a mediação cultural feminista necessita de um processo de politização coletiva e de si, que se desenvolva, não apenas a partir das questões de gênero dentro do museu, como também das diversas opressões e relações de poder que determinam e influenciam a dinâmica arte/público/museu.