Inativação de Listeria monocytogenes e Salmonella Typhimurium com água ozonizada refrigerada

Abstract

Este estudo teve por objetivo avaliar a eficácia do gás ozônio em meio aquoso na inativação de células de Listeria monocytogenes e Salmonella Typhimurium em diferentes valores de pH inicial da água, tempos de contato e tempos de armazenamento da água ozonizada refrigerada a 7 °C. Foram realizados dois experimentos. No primeiro experimento utilizou-se água da rede de abastecimento, com pH’s ajustados para 4,0, 7,0 e 8,2 e armazenada a 7 °C. Para a obtenção da água ozonizada, adotou-se concentração de entrada do gás de 21 mg L-1 e uma vazão de 1,0 L min-1 , por 15 min. A suspensão de Listeria monocytogenes foi de aproximadamente 3,0 x 106 UFC mL-1 . Foi utilizado Delineamento Inteiramente Casualizado, com três repetições. Adotou-se esquema fatorial 6 x 2 x 5. No segundo experimento utilizou-se água destilada, com pH’s ajustados para 6,0, 7,0 e 8,2 e uma água com pH sem ajuste com valor de 6,2 e armazenada a 7 °C. Para a obtenção da água ozonizada, no segundo experimento, adotou-se concentração de entrada do gás de 30 mg L-1 e uma vazão de 0,5 L min-1 , por 15 min. A suspensão de Salmonella Typhimurium foi de aproximadamente 3,0 x 104 UFC mL-1 . Foi utilizado Delineamento Inteiramente Casualizado, com três repetições. Adotou-se esquema fatorial 8 x 2 x 5. A cinética de decomposição do ozônio foi avaliada nos dois experimentos. Nos dois ensaios, os tempos de armazenamento da água ozonizada foram de 0, 6, 12, 18 e 24 h. A eficácia da água ozonizada na inativação dos microrganismos foi testada em cada um destes tempos. Quando era necessário elevar o pH da água foi utilizado bicarbonato de sódio e para reduzir o valor do pH inicial utilizou-se ácido cítrico. Todas as águas eram esterilizadas a 121 °C por 15 min antes da ozonização. Os tempos de contato das células bacterianas com a água ozonizada, nos dois experimentos, foram de 3 e 6 min. No primeiro experimento observou-se uma redução acentuada na concentração de ozônio na água com pH 4,0, com meia vida do ozônio de 13,20 min. No segundo experimento, não foi observado o mesmo comportamento, pois a água com pH inicial de 6,0, apresentou um tempo de meia vida do ozônio de 7,50 h (450 min) quando se utilizou o modelo cinético de primeira ordem. No que se refere aos pH’s no primeiro experimento, verificou-se a elevação para 7,5 imediatamente depois da ozonização da água com o pH inicial 7,0, mas este valor reduziu durante o armazenamento por 24 h, a 7 °C. No segundo experimento também se observou essa elevação no valor de pH da água para 7,6 e 6,7, logo após a ozonização, nas águas com pH’s iniciais de 7,0 e 6,2, respectivamente, com redução para o valor inicial após armazenamento por 24 h, a 7 °C. Nos dois experimentos conclui-se que o pH inicial da água afeta a eficácia da água ozonizada no controle de Listeria monocytogenes e Salmonella Typhimurium. Além disso, pode-se afirmar que é viável a utilização de água ozonizada armazenada a 7 °C, por até 24 h, para a inativação de células de Listeria monocytogenes e Salmonella Typhimurium, quando adotados pH’s iniciais de 7,0 e 8,2, utilizando-se água da rede de abastecimento ou água destilada.