Interação familiar : a influência aos avós sobre a família nuclear - estudo de caso

Abstract

O trabalho que vamos apresentar está situado na área da Psicologia Clinica e, mais especificamente, no campo da família. É cada vez mais frequente a inclusão dos familiares no tratamento das pessoas que buscam ajuda psicológica e psiquiátrica. Estudos e pesquisas realizados têm comprovado que o indivíduo sofre grande influência do seu meio social, e sendo a família o primeiro e mais importante grupo com o qual ele convide, portanto, indispensável tê-la presente quando se focaliza o indivíduo, qualquer que se já o aspecto estudado. Além disto, a família constitui o ponto focal das características da cultura na qual está inserida. Na perspectiva atual, considera-se a família como um sistema formado pelo conjunto de relações interdependentes entre seus membros, o que acentua a importância do grupo familiar na maneira de ser de cada um. Em consequência disto, o sintoma deixou de ser visto somente como algo próprio do indivíduo para ser comum â sua família, servindo até muitas vezes para manter o equilíbrio desta. Desse modo, faz-se necessário que mais estudos se centralizem na interação familiar e é o que pretendemos aqui, quando o fazemos vendo a importância de um tipo de parente pouco evidenciado, mas sempre presente nessa interação, os avós. Nosso interesse nesse assunto deveu-se ao fato de que, nos dias de hoje, cada vez mais o casal recorre aos avós como fonte de ajuda no cuidado dos filhos, sobre tudo quando a mulher; trabalha fora e não pode contar com a cooperação de empregadas estáveis e de confiança ou não pode pagá-las. Isso sem falar nos casos de separação do casal ou morte de um dos membros, quando é frequente que aguarda das crianças seja confiada aos avós. Segundo Ney e Berardo (1973) , é grande o número de crianças que vivem ou têm grande contato com os avós. Com esse trabalho, pretendemos verificar como ocorre a interação em duas : famílias nucleares, no que diz respeito â presença dos avós paternos e maternos, respectivamente. Não obstante a importância do assunto, observamos que a bibliografia sobre o mesmo ê escassa e imprecisa na definição dos termos se de um lado, isto dificultou seriamente o nosso trabalho, por outro lado, nos incentivou a ir adiante nessa pesquisa, apresentando um estudo de caso. A comunicação ê o veículo que propicia a interação entre as pessoas e como tal, é constantemente utilizada, quando sé estuda a família. Terril e Terril (1965),criadores de um método de avaliação familiar baseado na comunicação, consideram que alguns minutos em que a família interage, desincumbindo-se de uma tarefa comum, dão uma amostra do seu padrão típico de comunicação. Entre as diversas técnicas já elaboradas para fornecer um diagnóstico do funcionamento da família, destacamos as Entrevistas Estruturadas, que se baseiam na comunicação entre seus membros, acerca de tarefas propostas ao grupo pelo pesquisador. No nosso estudo, utilizaremos dois instrumentos clíticos bastante conhecidos, o Teste do Desenho da Família e o de Elaboração de História, e um menos divulgado e validado recentemente, a Entrevista Familiar Estruturada-E.F.E. (Garneiro, 1981). Este, para nós, i a principal fonte de dados qualitativos e quantitativos, além de não necessitar de adaptação por ter sido construído no Brasil.