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Titre: Quantas pedras no meio do caminho? : representações sociais acerca dos Povos Ciganos e a relação com o trabalho e a educação escolar na Etnia Calon
Auteur(s): Perpétuo, Lenilda Damasceno
Orientador(es):: Rêses, Erlando da Silva
Assunto:: Ciganidade
Povos ciganos - educação
Povos ciganos - trabalho
Representações sociais
Povos ciganos
Política pública
Date de publication: 15-fév-2022
Référence bibliographique: PERPÉTUO, Lenilda Damasceno. Quantas pedras no meio do caminho?: representações sociais acerca dos Povos Ciganos e a relação com o trabalho e a educação escolar na Etnia Calon. 2021. 266 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Résumé: Quem são essas pessoas de cultura milenar cujas histórias reais não constam nos livros e que na literatura e na música são descritas, quando aparecem, por estereótipos distorcidos e folclorizados? Quem são essas pessoas pelas quais, ao longo da história, foi construído no imaginário coletivo uma certa aversão, que serviu para oprimi-las, cerceá-las, roubá-las direitos e para distanciá-las dos espaços públicos de convivência amigável e coletiva? Estes excluídos/as invisibilizados/as na sociedade do sistema capitalista são os Povos Ciganos, sujeitos/objeto desta pesquisa que iniciou em 2014. A maioria dos povos e das comunidades ciganas Calon3, por sua itinerância, por sua baixa escolaridade e por outros fatores, costumam ser excluídos dos espaços da educação formal. Reconhecemos a necessidade de se investigar além das aparências do fenômeno e à luz das representações sociais acerca desse povo cigano e das causas e efeitos dessa construção de imagens estereotipadas e distorcidas que criaram historicamente conceitos negativos no imaginário social, favorecendo a criminalização, o racismo e a ciganofobia. Ancorados na linguagem das artes, das músicas e obras literárias, analisaremos como o fenômeno acontece e as causas e efeitos dele na vida do povo cigano Calon, que com pouco (ou nenhum) acesso e permanência ao espaço legitimado da educação formal, tiveram afetados outros direitos e outros acessos, o que reforça a relevância da nossa investigação sobre o que teria provocado esse distanciamento da escola e suas consequências. Sem acesso à escolarização, não há títulos que as/os credenciem para disputarem espaços no trabalho legalmente formalizado. Então, todo o trabalho das/os ciganas/os se circunscreve na informalidade: compra e vendas ambulantes, trocas, catira e barganhas. Tais atividades são, ainda, consideradas trabalho marginalizado e, portanto, criminalizado e sem valor. Trouxemos para esse cenário, a seguinte problematização: quais efeitos/impactos e desdobramentos as representações sociais estereotipadas causam na vida e na historicidade da população cigana no Brasil e como isso se desdobra no trabalho e na educação formal? Como objetivo geral, propomos analisar as representações sociais construídas acerca dos povos e comunidades tradicionais ciganas no Brasil e os impactos causados na construção do tecido social desses povos na conquista e permanência nos espaços da educação formal. Como objetivos específicos buscamos investigar como são as representações sociais dos povos ciganos e qual abordagem nos materiais literários, livros didáticos, mídias sociais, músicas e filmes. Procuramos também compreender o percurso histórico sociocultural dos povos ciganos na constituição do patrimônio cultural brasileiro e, por fim, analisar as políticas públicas educacionais brasileiras e a inclusão dos povos e comunidades ciganas nessas pautas, assim como mapear as universidades públicas brasileiras que possuem políticas públicas afirmativas e sobrecotas para ciganos. A teoria das representações sociais balizou a vertente metodológica e na análise dos dados observamos a percepção dos sujeitos no resgate das suas representações em confronto com a interculturalização discriminada, os estereótipos, a banalização de credenciamento social e a recusa destes nos espaços de trabalho e de educação formal.
Abstract: Who are these people of millenary culture whose real stories are not in books and who are described in literature and music, when they appear, by distorted and folklorized stereotypes? Who are these people for whom, throughout history, a certain aversion was built in the collective imagination, which served to oppress them, restrict them, rob them of their rights and distance them from public spaces of friendly and collective coexistence? These excluded people made invisible in the society of the capitalist system are the Gypsy Peoples, subjects/object of this research that began in 2014. The majority of the Calon4 Gypsy peoples and communities, because of their itinerancy, their low level of education and other factors, are usually excluded from spaces of formal education. We recognize the need to investigate beyond the appearances of the phenomenon and in the light of social representations about these Roma people and the causes and effects of this construction of stereotyped and distorted images that have historically created negative concepts in the social imagination, favoring criminalization, racism and antigypsyism. Anchored in the language of arts, music and literary works, we will analyze how the phenomenon happens and its causes and effects in the life of the Calon Roma people, who, with little (or no) access and permanence to the legitimate space of formal education, had affected other rights and other accesses, which reinforces the relevance of our investigation into what would have caused this distancing from the school and its consequences. Without access to schooling, there are no titles that certify them to dispute spaces in legally formalized work. Therefore, all the work of the Gypsies is circumscribed in informality: itinerant purchases and sales, bartering, catira and bargaining. Such activities are still considered marginalized work and, therefore, criminalized and worthless. We brought to this scenario the following problematization: What effects/impacts and developments do stereotyped social representations cause in the life and historicity of the Roma population in Brazil and how does this unfold in work and formal education? As a general objective, we propose to analyze the social representations built about the traditional Gypsy peoples and communities in Brazil and the impacts caused in the construction of the social fabric of these peoples in the conquest and permanence in the spaces of formal education. As specific objectives, we seek to investigate how the social representations of Gypsies are and which approach is used in literary materials, textbooks, social media, music and films. We also seek to understand the sociocultural historical path of Roma people in the constitution of Brazilian cultural heritage and, finally, analyze Brazilian educational public policies and the inclusion of Roma peoples and communities in these agendas, as well as mapping Brazilian public universities that have affirmative public policies and additional quotas for Gypsies. The theory of social representations guided the methodological aspect, and in the data analysis we observed the perception of the subjects in the rescue of their representations in confrontation with the discriminated interculturalization, stereotypes, the trivialization of social accreditation and the rejection faced by them in the formal work and education spaces.
metadata.dc.description.unidade: Faculdade de Educação (FE)
Description: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2021.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Educação
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Collection(s) :Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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