Idosos frágeis : estudo de diagnóstico e intervenção física

Abstract

Essa tese foi elaborada no formato de artigo científico. Foram desenvolvidos dois artigos que tratam sobre a síndrome da fragilidade (SF) em idosos. O primeiro manuscrito trata-se de uma revisão sistemática sobre à efetividade da intervenção física na reversão fragilidade. Esse artigo foi publicado em julho de 2021, na revista International Journal of Development Research (IJDR). O principal objetivo foi verificar se intervenções físicas são capazes de reverter a SF em idosos. Diferentes revisões sobre o tema relatam a dificuldade de comparação do estudos de intervenção, devido ao uso de diferentes instrumentos para detecção do idoso frágil. Para minimizar esse viés, essa revisão comparou apenas ensaios clinicos randomizados, que usaram o instrumento de Fragilidade de Fried (IFF) em idosos comunitários. Um total de 241 ensaios clínicos foram encontrados em 3 bases de dados (Pubmed, Scielo e PeDRO). Desses, 8 artigos integraram a revisão. O total de participantes foi de 1505 idosos, idade média de 77,7 ± 5,2 anos, 58,4% mulheres. Quanto a reversão da fragilidade, dos 8 estudos, apenas 2 não observaram. Os índices de reversão variaram de 36 a 57,6%. A revisão concluiu que intervenções físicas, combinadas com outras terapias ou não, possuem um excelente potencial na reversão da fragilidade em idosos. Os achados demonstram que o melhor tratamento é a intervenção combinada, que envolve treinamento resistido. O segundo artigo apresenta os resultados do estudo sobre a acurácia da Escala de Fragilidade de Edmonton (EFE) para diagnóstico da SF em idosos frente a IFF, que foi adotada como padrão de referência. A EFE é uma ferramenta simplificada de avaliação da SF, que requer menos de 5 minutos para sua realização, podendo ser aplicada por diferentes profissionais da saúde. Essa escala baseia-se no conceito multidimensional da fragilidade, e avalia nove

domínios – cognição, estado de saúde, independência funcional, suporte social, uso de medicação, nutrição, humor, continência urinária e desempenho functional. Os resultados demontram que a EFE tem uma excelente acurácia para diagnosticar a SF entre os idosos brasileiros, com excelente sensibilidade (95,04%) e ótima especificidade (81,88%), com o ponto de corte ≥ 6, diferente do proposto no estudo canadense. A escala mostrou ser um teste rápido, fácil de administrar. Outros estudos de acurácia são necessários para corroborar os achados desse estudo e, dessa forma, promover ajustes na classificação da EFE na identificação do idoso frágil no Brasil e ser adotado em centros de saúde no Brasil.