http://repositorio.unb.br/handle/10482/37907
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2019_PaulaCristinaNogueiraVieiraKomniski.pdf | 1,26 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Encontros e desencontros : a travessia da maternidade |
Authors: | Komniski, Paula Cristina Nogueira Vieira |
metadata.dc.contributor.email: | paulanogueira@hotmail.com |
Orientador(es):: | Chatelard, Daniela Scheinkman |
Assunto:: | Pós-parto Parentalidade Clínica psicanalítica Psicanálise Nascimento (Aspectos psicológicos) |
Issue Date: | 28-May-2020 |
Data de defesa:: | 9-Aug-2019 |
Citation: | KOMNISKI, Paula Cristina Nogueira Vieira. Encontros e desencontros: a travessia da maternidade. 2019. 218 f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019. |
Abstract: | O presente trabalho se inscreve na tradição psicanalítica e tem como objetivo buscar explorar a complexidade observada no nascimento humano. Desde Freud, esse tema vem sendo discutido, tendo o autor, em seu texto Inibição, Sintoma e Angústia (1926), retomado o termo Trauma do Nascimento, proposto por Otto Rank, em 1923. Como base nesses primeiros anúncios, a experiência de separação da mãe, ou da passagem do mundo aquático (representado pelo útero materno) para o mundo aéreo vem sendo discutida e explorada por diversos autores da psicanálise. A cesura do ato do nascimento, como indica Freud nesse mesmo texto, tem consequências importantes para o início da vida psíquica. Mas, para além dos efeitos do nascimento para o próprio bebê, é preciso levar em consideração os desdobramentos desse acontecimento para a mãe e também para o casal. Nesse sentido, busco, ao longo de minha pesquisa, abordar a transição para a maternidade e também para a parentalidade, com o objetivo de compreender seus efeitos, tanto para a mãe como para o casal. Dentre os temas centrais abordados estão as ambivalências detectadas nos movimentos psíquicos maternos, as dificuldades iniciais vivenciadas pelas mães no acolhimento inicial do bebê que chega, os lutos a serem elaborados e as depressões pós-parto. Além disso, discuto o número significativo de cesarianas feitas no Brasil, que estão consideravelmente acima daquele recomendado pela Organização Mundial de Saúde, bem como as dificuldades das equipes médicohospitalares de detectar sintomas de depressão materna, de acolher as decisões da mulher em relação ao parto, à amamentação e aos cuidados com o bebê. Parto do princípio de que tais dificuldades estão relacionadas às defesas psíquicas que se fazem presentes no nascimento, não só para os pais, mas também para o entorno que deverá acolher e se ocupar do bebê que chega. Nesse sentido, sustento a hipótese de que o nascimento humano deve ser concebido e tratado como um evento psíquico e não essencialmente biológico, devendo, portanto, ser cuidado levando-se em conta seus efeitos e desdobramentos emocionais. Abordo também a questão da contemporaneidade, uma vez que as mulheres, na atualidade, têm um ritmo de vida acelerado, realidade que produz efeitos na forma com que se identificam e acolhem o filho recém-nascido. Finalmente, proponho uma relação entre o nascimento e a clínica psicanalítica, sustentando a hipótese de que, em ambos os casos, há um enigma humano que deverá ser traduzido. Do ponto de vista do bebê, a mãe será responsável por dar sentido às comunicações do recémnascido, que ainda não é capaz de falar sobre si. E no processo analítico o analista também funcionará como um tradutor dos movimentos internos do paciente que podem se transformar em sintoma, trazendo dor e sofrimento. Para tanto, fiz entrevistas com cinco mulheres que haviam recentemente passado pelo puerpério, buscando compreender como tal experiência havia se configurado para elas, bem como os efeitos psíquicos dessa experiência. Também fiz uso de vinhetas clínicas, no intuito de, através de minha experiência clínica, identificar situações em que os elementos primitivos da constituição psíquica se faziam presentes nos sintomas enfrentados por meus pacientes e que se atualizavam na relação transferencial. |
Abstract: | The present work is inserted in the psychoanalytical tradition and seeks to explore the complexity observed in human birth. Since Freud, this theme has been discussed, and the author, in his text Inhibition, Symptom and Anxiety (1926), revisited the term Trauma Birth, proposed by Otto Rank, in 1923. Based on these first announcements, the experience of separation from the mother or of the passage from the aquatic world (represented by the maternal womb) to the aerial world has been discussed and explored by several authors of psychoanalysis. The caesura of of birth, as Freud indicates in this same text, has important consequences for the beginning of the psychic life. But apart from the effects of birth for the baby itself, it is necessary to take into account the unfolding of this event for the mother and also for the parental couple. In this sense, I seek, throughout my research, to approach the transition to motherhood and also to parenting, in order to understand its effects, both for the mother and for the couple. Amongst the themes that are discussed, are the ambivalences detected in maternal psychic movements, the initial difficulties experienced by mothers in the initial arrival of the newly born, the griefs to be elaborated and the postpartum depressions. In addition, I discuss the significant number of cesarean sections performed in Brazil, a number considerably higher than that recommended by the World Health Organization, as well as the difficulties of the medical and hospital staff to detect symptoms of maternal depression, to accept women's decisions regarding childbirth , breastfeeding and baby care. I assume that these difficulties are related to the psychic defenses that are present at birth, not only for the parents, but also for the environment that should welcome and take care of the arriving baby. In this sense, I support the hypothesis that human birth must be conceived and treated as a psychic event and not essentially a biological one. Therefore, it should be taken care of considering its emotional effects and unfoldings. I also take into consideration the effects of contemporaneity, since women today have an accelerated pace of life - a reality that has effects on the way mothers welcome and indentify themselves with the baby. In addition, I make a relation between birth and psychoanalytical clinic, seeking to sustain the hypothesis that, in both cases, there is a human enigma that must be translated. From the baby's point of view, the mother will be responsible for offering a sense to the baby's communications, once he isn´t yet capable of speaking for himself. Wheres in the analytical process, the analyst will also function as a translator of the patient's inner movements that can become symptoms, bringing pain and suffering. To that end, I interviewed five women who had recently gone through the puerperium, trying to understand how they processed this experience, as well as its psychic effects. I also used clinical vignettes in order to identify, through my clinical experience, situations in which the primitive elements of the psychic constitution appeared in the symptoms faced by my patients and were updated in the transference relation. |
metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) |
Description: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2019. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura |
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Appears in Collections: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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