Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Celes, Luiz Augusto Monnerat | - |
dc.contributor.author | Santos, Elise Alves dos | - |
dc.date.accessioned | 2020-02-21T23:31:04Z | - |
dc.date.available | 2020-02-21T23:31:04Z | - |
dc.date.issued | 2020-02-21 | - |
dc.date.submitted | 2019-07-03 | - |
dc.identifier.citation | SANTOS, Elise Alves dos. Considerações psicanalíticas acerca da relação corpopsiquismo em doentes de Charcot com esclerose múltipla e histeria. 2019. xiii, 226 f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019. | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.unb.br/handle/10482/36984 | - |
dc.description | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2019. | pt_BR |
dc.description.abstract | As múltiplas faces dos doentes de Charcot representa nesta tese a possibilidade de tecer
considerações psicanalíticas acerca da relação corpo-psiquismo nos casos de esclerose
múltipla e histeria. A pesquisa da gênese dos sintomas no corpo (incluindo os histéricos) já
estava presente nos trabalhos de Charcot. A doença crônica autoimune pode ser
considerada como uma possibilidade extrema do aparelho psíquico, que se manifesta em
sintomas somáticos e psíquicos como se fosse um ato falho. Sustenta-se a hipótese que os
pacientes de Charcot possuíam uma herança arcaica de "hipersensibilidade moral" com
disposição patológica à melancolia, somada às vivências traumáticas de experiências reais.
Os fragmentos de histórias dos doentes de Charcot permitem a dedução de que o
desencadeamento dos sintomas de esclerose múltipla mantém ligação com as vivências
singulares de desgostos, angústia e repressão dos doentes; com elementos não psiquizados,
em que o retorno de traços brutos são suscitados por uma transferência. Os registros de
casos inéditos de pacientes de Charcot (transcritos e traduzidos) levamà reflexão acerca do
funcionamento do sistema nervoso com suas excitações internas e ou externas em
simultaneidade às ocorrências derivadas da plasticidade neuronal, singular a cada sujeito,
parece antecipar a noção conceitual de pulsão situada na fronteira entre o mental e o
somático. O caráter retroativo, crônico e destrutivo do acontecimento traumático e a
regressão no corpo são consideradas com base na ligação do trauma aos órgãos no circuito
neuronal e à história marcada no circuito pulsional. A tarefa de alojamento da psique no
corpo tem como apoio o acometimento orgânico e a escolha inconsciente da via de
descarga de excitações excessivas nos órgãos complacentes. A esclerose múltipla (EM)
indica ser um suporte onde a histeria pode se manifestar. Do mesmo modo que a histeria
pode ser uma complacência psíquica que agrava os sintomas da EM. Discute-se a
possibilidade de reconhecer de um desejo de vingança inconsciente contra o objeto original.
A negação do ódio e a impossibilidade de descolamento do objeto no sujeito melancólico,
impele-o ao restabelecimento de uma passividade do corpo. A própria doença tortura o ente
amado a fim de evitar a expressão de sua hostilidade para com ele. O corpo dos doentes de
Charcot parece que se vinga calado em si mesmo, marcado pelas escleroses do narcisismo e
pelas lesões cerebrais inflamatórias da EM.A revelação das fantasias dos doentes ocorre na
relação transferencial com Charcot,familiares ou colegas de trabalho, o que possibilita o
descobrimento do material de desgosto presente neuroses de angústia. Os desgostos
somáticos – uma outra ordem de reminiscências – sem representação a qual possam se ligar
–, ligam-se diretamente à materialidade do corpo sexual, mas sem alcançar o estatuto de
representação. É na relação transferencial que a desconexão entre a excitação e sua
expressão psíquica pode encontrar uma via de ligação. A presença de Charcot, do uso da
escrita e as comparações criativas foram eventualidades que permitiram emergir novas
possibilidades de cuidado com o próprio corpo-psiquismo. | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Considerações psicanalíticas acerca da relação corpopsiquismo em doentes de Charcot com esclerose múltipla e histeria | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Psicanálise | pt_BR |
dc.subject.keyword | Esclerose múltipla | pt_BR |
dc.subject.keyword | Histeria | pt_BR |
dc.subject.keyword | Charcot | pt_BR |
dc.subject.keyword | Psiquismo | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | Charcot’s patients multiple faces represent in this thesis the possibility of drawing
psychoanalytic considerations on body-psychism relation in multiple sclerosis and hysteria
cases. Research on body symptoms genesis (including hysterics) was already in Charcot's
work. Chronic autoimmune disease can be considered as an extreme possibility of psychic
apparatus, which presents itself in somatic and psychic symptoms as faulty acts. There is a
hypothesis that Charcot patients had an archaic inheritance of "moral hypersensitivity" with
pathological disposition to melancholy, added to traumatic experiences of real experiences.
The fragments of Charcot patients' histories allow deducing that multiple sclerosis
symptoms onset is linked to patient’s own experiences of displeasure, anguish and
repression; with non-psychic elements, in which the return of gross features is triggered by
transference. Unpublished records of Charcot patients cases (transcribed and translated)
lead us to think about nervous system functioning with its internal and external excitations
simultaneously derived from neuronal plasticity, singular to each subject, seems to
anticipate the conceptual notion of drive between mental and somatic.
The retroactive, chronic and destructive feature of traumatic event and the regression in the
body are based on the connection of trauma to the organs in neuronal circuit and marked
history in the drive circuit. The psyche-housing task in the body is supported by organic
involvement and unconscious choice of the discharge way of excessive excitations in
compliant organs. Multiple sclerosis (MS) indicates a support where hysteria can arise. In
the same way that hysteria can be a psychic complacency that worsens MS symptoms. The
possibility of recognizing a desire for unconscious revenge against the original object is
discussed. The hate denial and the impossibility of detachment from the object in a
melancholic subject stimulates him to the reestablishment of a body passivity.
The illness itself tortures the loved one in order to avoid hostility towards it. Charcot
patient’s body seems to be avenging itself, marked by narcissism sclerosis and MS
inflammatory brain lesions. The revelation of patients' fantasies happens in transferential
relationship with Charcot, family members or co-workers, which enables the discovery of
the material of disgust in neuroses of anguish. Somatic dislikes - another kind of
reminiscences - without representation to which they can connect - are directly linked to
sexual body materiality, but without achieving the status of representation. It is in the
transferential relation that disconnection between excitation and its psychic expression can
find a way of connection. Charcot presence, the use of writing and creative comparisons
were eventualities that allowed to raise new possibilities of care with the body-psychism
itself. | pt_BR |
dc.description.abstract3 | Les multiples visages des patients de Charcot représentent, dans cette thèse, la possibilité
de tisser des considérations psychanalytiques sur la relation corps-psychisme dans les cas
de sclérose en plaques et d'hystérie. Des recherches sur la genèse des symptômes corporels
(y compris de l'hystérie) étaient déjà présentes dans les travaux de Charcot. La maladie
auto-immune chronique peut être considérée comme une possibilité extrême de l'appareil
psychique, qui se manifeste par des symptômes somatiques et psychiques comme s'il
s'agissait d'un acte manqué. On suppose que les patients de Charcot avaient un héritage
archaïque d' « hypersensibilité morale » avec une disposition pathologique à la mélancolie,
ajouté aux vécus traumatiques d'expériences réelles. Les fragments d'histoires des patients
de Charcot permettent de déduire que le déclenchement des symptômes de la sclérose en
plaques est lié aux expériences uniques de déplaisir, d'angoisse et de refoulement des
patients; avec des éléments non psychiques, dans lesquels le retour des traits bruts est
déclenché par un transfert. Les enregistrements de cas non publiés de patients de Charcot
(transcrits et traduits) conduisent à une réflexion sur le fonctionnement du système nerveux
avec ses excitations internes et/ou externes dans la simultanéité des événements dérivés de
la plasticité neuronale, singulière pour chaque sujet, ce qui semble anticiper la notion
conceptuelle de pulsion, située à la frontière entre le mental et le somatique. Le caractère
rétroactif, chronique et destructeur de l'événement traumatique et la régression dans le
corps sont considérés en fonction de la connexion du traumatisme aux organes du circuit
neuronal et de l'historique marquée du circuit pulsionnel. La tâche de loger la psyché dans
le corps est soutenue par l'implicationorganique et le choix inconscient du mode de
décharge des excitations excessives dans les organes compliants. La sclérose en plaques
(SEP) indique être un support où l'hystérie peut se manifester. De la même manière,
l'hystérie peut être une complaisancepsychique qui aggrave les symptômes de la SEP. La
possibilité de reconnaître un désir de vengeance inconsciente contre l'objet original est
discutée. La négation de la haine et l'impossibilité de se détacher de l'objet chez le sujet
mélancolique le poussent au rétablissement d´une passivité du corps. La maladie elle-même
torture l'être aimé afin d'éviter l'expression de son hostilité à son égard. Le corps des
patients de Charcot semble se venger, marqué par la sclérose du narcissisme et par les
lésions cérébrales inflammatoires de la SEP. La révélation des fantasmes des patients se
produit dans la relation de transfert avec Charcot, des membres de la famille ou des
collègues, ce qui permet la découverte du matériel de dégoût présent dans l'appareil
psychique des patients atteints de névrose d'angoisse. Les dégoûts somatiques - un autre
ordre de réminiscences - sans représentation à laquelle ils peuvent se connecter - sont
directement liésà la matérialité du corps sexuel, mais sans atteindre le statut de
représentation. C'est dans la relation transférentielle que la déconnexion entre l'excitation et
son expression psychique peut trouver un moyen de connexion. La présence de Charcot,
l'utilisation de l'écriture et des comparaisons créatives ont été des éventualités permettant de
faire émerger de nouvelles possibilités de soins avec le psychisme corporel lui-même. | pt_BR |
dc.description.unidade | Instituto de Psicologia (IP) | pt_BR |
dc.description.unidade | Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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