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Title: Análise do processo de comunicação entre médico, paciente acompanhante em onco-hematologia pediátrica
Authors: Mendonça, Mariana Barreira
Orientador(es):: Costa Júnior, Áderson Luiz
Assunto:: Câncer - crianças
Psicologia
Médico e paciente
Oncologia hematológica
Pediatria
Issue Date: 7-Jan-2010
Citation: MENDONÇA, Mariana Barreira. Análise do processo de comunicação entre médico, paciente acompanhante em onco-hematologia pediátrica. 2007. 72 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
Abstract: O atual crescimento do sucesso nos tratamentos médicos de neoplasias da infância trouxe para a Psicologia da Saúde interesse em dois aspectos: (a) a forma como as crianças e seus familiares lidam com os diversos estressores que surgem a partir do diagnóstico de câncer pediátrico e seu tratamento; e (b) o que psicólogos podem fazer para promover a adaptação do paciente portador de câncer e sua família e o incentivo à participação ativa durante o tratamento. Este trabalho apresenta um estudo exploratório sobre os processos de comunicação entre médicos, pacientes pediátricos e acompanhantes em contexto de onco-hematologia. O interesse por este tema justifica-se por representar um dos principais preditores de sucesso no tratamento médico. Participaram deste estudo 37 pacientes pediátricos, 37 acompanhantes e 14 médicos de um serviço público de Onco-hematologia Pediátrica do DF. Foram desenvolvidos instrumentos (um protocolo de observação, dois roteiros de entrevistas semi-estruturados e um folder explicativo) para a realização dos seguintes estudos específicos: (1) descrição do repertório comportamental de médicos, pacientes e acompanhantes durante episódios formais de transmissão de informação sobre o diagnóstico e o tratamento de neoplasias pediátricas; (2) identificação e análise das principais conseqüências da transmissão de informação sobre o repertório de comportamentos de pacientes e acompanhantes, (3) identificação das principais dificuldades dos médicos e dos acompanhantes no processo de comunicação sobre a doença e o tratamento; e (4) desenvolvimento de uma proposta de intervenção psicológica destinada aos médicos com objetivo de aprimorar a relação entre médico, paciente pediátrico e acompanhante. Os resultados apontaram que: os médicos apresentam maior freqüência de emissão de comportamentos do que os usuários do serviço de saúde; os acompanhantes raramente interagem além de responder aos questionamentos médicos; a participação do paciente pediátrico é escassa durante o tratamento, evidenciando um sistema de comunicação entre adultos que exclui o paciente das situações de informação e tomadas de decisões quanto ao seu próprio tratamento; o momento do diagnóstico é insuficiente para a compreensão dos aspectos relevantes da doença e do tratamento, levando às acompanhantes a buscarem esse conhecimento com pessoas não qualificadas tecnicamente. Fato possivelmente responsável pela diversidade de ações de adesão ao tratamento indicada pelas acompanhantes. Evidenciou-se a falta de sistemática no repasse de informações relevantes pela equipe médica e falta de disponibilidade dos mesmos na manutenção do processo de comunicação de forma longitudinal. Os médicos reconhecem não estabelecer sistematicamente o processo de comunicação, sendo as características pessoais e experiências profissionais individuais os determinantes da forma de condução do processo de comunicação no contexto alisado. A proposta de intervenção desenvolvida sugere a construção de um processo de comunicação em que a condução do médico esteja de acordo com o repertório comportamental e histórico clínico de cada paciente e acompanhante, deixando de ser um processo único, aplicável a qualquer usuário do sistema de saúde, acreditando-se no desenvolvimento de habilidades profissionais que vão além das características pessoais, favorecendo a sistematização e funcionalidade do processo de comunicação. Estes resultados pretendem subsidiar (a) pesquisas que explorem ainda mais o tema estudado, e (b) o desenvolvimento de programas que favoreçam a melhora no processo de comunicação no contexto onco-hematológico pediátrico. __________________________________________________________________________________ ABSTRACT
The current success growth in medical treatment of childhood neoplasia, has interested Health Psychology in two aspects: (a) how children and their relatives deal with the several stressors which surge with pediatric cancer diagnosis and its treatment; and (b) what psychologists can do to promote adaptation of cancer patient and his/her family and the incentive to participate actively during the treatment. This paper presents an exploratory study on the processes of communication between doctors, pediatric patients and family members reaming in the hospital with the children in an onco-hematology context. The interest in this area is justified because it deals with one of the main predictors of success in medical treatment. Thirty - seven pediatric patients, 37 family members and 14 doctors of an onco-hematology public service from the Federal District participated in the study. Instruments were developed (an observation protocol, two semistructured interview schedules and an explanatory folder) to carry out the following specific studies: (1) description of the behavior repertoire of doctors, patients and the family members remaining with the children during the formal episodes of transmission of information on the diagnosis and treatment of pediatric neoplasia; (2) identification and analysis of the main consequences of transmission of information on the patients’ and family members’ behavior repertoire, and identification of the main difficulties doctors and family members face during the process of communication on the illness and its treatment; and (3) development of a proposal of psychological intervention aimed at doctors to improve relation between doctor, child patient and family member remaining with the child. It was possible to identify that doctors present prevalence of emission of behavior, and that family members with the child rarely interact beyond answering medical questionings and besides, the child patient’s participation is minimal during treatment indicating a communication system occurring mainly among adults, and the exclusion of the patient from situation of information and decision making concerning his/ her own treatment. The moment of the diagnosis was indicated, by the family members, as insufficient to understand the illness and treatment relevant aspects, as a result they were led to learn about them along the treatment, in order words learn by seeing or questioning, most of the time, non- qualified people since doctors were unavailable. One suggests that this problem may be responsible for the diversity of actions of adhesion to the treatment, also indicated by the family members with the children, indicating besides doctors’ unavailability, the possible lack of systematization in the access of relevant information. The doctors are aware that there is no systematization in the communication process, justifying that the personal characteristics and professional experience are the determining factors for each professional, to personally elaborate, his / her process of communication in the pediatric onco-hematological context. The developed proposal of intervention suggests the construction of a communication process in which the doctor’s position is in accordance with the behavior repertoire and clinical history of each patient and family member with the child, stop being a single process, applicable to anyone using the health system, believing in the development of professional skills which go beyond personal characteristics, supporting the systematization and functionality of the communication process. These results aim to support (a) research which explore further the subject studied, and (b) the development of programs which help the improvement of the process of communication in the onco-hematological context.
Description: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2007.
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