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Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.unb.br/handle/10482/16591
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Title: Toxicidade aguda e crônica do chá ayahuasca (Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis), por análise histológica em ratas Wistar
Authors: Morais, Juliana Alves de
Orientador(es):: Pic-Taylor, Aline
Coorientador(es):: Caldas, Eloisa Dutra
Assunto:: Ayahuasca (bebida psicoativa)
Toxidade
Neurotoxidade
Histologia
Issue Date: 21-Oct-2014
Citation: MORAIS, Juliana Alves de. Toxicidade aguda e crônica do chá ayahuasca (Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis), por análise histológica em ratas wistar. 2014. xvii, 87 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Abstract: Ayahuasca é uma bebida psicoativa feita da mistura das plantas Banisteripsis caapi, rica em β-carbolinas e Psycotria viridis, que contém o alcalóide indólico, o N,N-dimetiltriptamina (DMT),estruturalmente semelhante à serotonina. É tradicionalmente utilizado por populações indígenasda Amazônia, e desde a década de 30 em rituais de religiões ayahuasqueiras no Brasil (SantoDaime, Barquinha, UDV), onde o uso ritualístico é legalizado. Nas últimas décadas, ocrescimento do uso não ritualístico da infusão, levou a uma série de acidentes de intoxicaçãocom a ayahuasca. Este estudo avaliou a toxicidade do chá a partir da avaliação histológicavisceral (baço, fígado e rins) e do encéfalo de ratas Wistar por via oral em dose única e repetida.A avaliação histológica do baço, fígado e rins foi estudada em ratas Wistar após exposição únicade 30X e 50X a dose ritualística da UDV (6 animais/dose; protocolo OECD 423/2001) e apósexposição diária durante o 6o ao 20o dia de gestação nas doses 1X, 2X, 4X e 8X (25animais/dose; protocolo OECD 414/2001). Adicionalmente, a neurotoxicidade do chá em ratasprenhes tratadas foi avaliada utilizando a coloração de Nissl, que serve como indicador daviabilidade neuronal. A dose letal aguda (DL50) de ayahuasca em ratas Wistar foi superior a 50Xa dose ritual. Vinte e quatro fêmeas prenhas dos grupos 4X e 8X foram a óbito durante o estudo,após sinais clínicos de toxicidade como tremores, cromodacriorréia, piloereção, lordose, cianosee convulsão. Alterações macroscópicas significativas foram encontradas no estômago e intestinodos animais de todos os grupos do estudo (dose única ou repetida). Os resultados na análisehistológica no tratamento agudo não evidenciaram alterações significativas comparadas ao grupocontrole. A análise histológica no tratamento crônico evidenciou algumas alteraçõesestatisticamente significativas nos rins (p=0,008) de animais tratados nas maiores doses. Foiobservado perda neuronal estatisticamente significativa nas áreas de CA1, CA2, CA3 e núcleos da Rafe do cérebro de animais tratados nas doses maiores doses, numa relação dose dependente.Os resultados obtidos no presente estudo mostraram que o chá ayahuasca tem baixa toxicidadeaguda em ratas fêmeas e que a dose ritualística, mesmo consumida em doses diárias é segura.Porém, fica claro que o uso crônico em doses iguais ou superiores a 4X a dose ritual pode levar adanos no sistema renal e ao SNC, indicando que o uso recreacional do chá pode representar um risco para a saúde humana. _________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT
Ayahuasca is a psychoactive concoction of two plants: Banisteripsis Caapi, rich in β-carbolines;and Psycotria viridis, containing an indole alkaloid- N, N-dimethyltryptamine (DMT), which isstructurally similar to serotonin. It is traditionally used by indigenous Amazonian populations,and since the 1930s, in the rituals of ayahuasca religious in Brazil (Santo Daime, Barquinha,UDV) where ritualistic use is considered legal. Over the last decade, the non-ritualistic use ofayahuasca has led to a series poisoning incidents. This study evaluated the toxicity of theayahuasca by visceral and brain histology of Wistar female rats treated orally with single andrepeated doses. Spleen, liver and kidney histological samples were analyzed following acutetreatment at 30X and 50X the UDV ritual dose (6 animals/dose; OECD 423/2001 protocol), andchronic treatment from the 6th to 20th gestational days at doses of 1X, 2X, 4X and 8X (25animals/dose; OECD 414/2001 protocol). Additionally, the neurotoxicity of pregnant ayahuascatreated rats was evaluated by Nissl staining, an indicator of neuronal viability. The ayahuascaletal dose (DL50) was estimated to be over 50X the ritual dose. Twenty four pregnant rats fromthe 4X and 8X groups died during the experiment after showing clinical signs of toxicity,including tremors, piloerection, hind limb abduction, cyanoses and convulsion. Significantmacroscopic changes were observed in the stomach and intestine of the surviving animals fromall study groups, after single or repeated dosing. Histological analysis of acute treatment showedno significant changes compared to the control group. However, histological analysis followingchronic treatment showed statistically significant changes in the kidneys of animals treated at thetwo highest doses. Neuronal quantification also revealed statistically significant loss in CA1,CA2, CA3 and raphe nuclei areas, compared to the control group, mainly in the highest doses,with a direct correlation between neural loss and dose. Our results indicate that the ayahuascahas a low acute toxicity to female rats, and that daily exposure at the ritualistic dose is safe.However, it is clear that chronic use at doses equal or higher than 4X the ritual dose can harm thekidneys and lead to CNS damage, an indication that the recreacional use of ayahuasca mayrepresent a health risk to humans.
metadata.dc.description.unidade: Faculdade de Ciências da Saúde (FS)
Description: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2014.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
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