Tolerância ao calor, medidas morfométricas e cortes comerciais em diferentes grupos genéticos de ovinos

Abstract

Animais criados com variações climáticas fora da faixa de conforto térmico podem apresentar perda de peso, crescimento retardado, problemas respiratórios e hormonais, falta de apetite e baixo rendimento de carcaça. O estresse térmico pode ser mensurado através das variáveis fisiológicas, tais como temperatura retal, freqüência respiratória bem como perfil hematológico, hormonal e a utilização do termógrafo infravermelho. O primeiro estudo teve como objetivo avaliar a tolerância ao calor tendo por base de indicadores de características fisiológicas e de temperatura obtidas por meio de termógrafo infravermelho em ovinos de diferentes grupos genéticos formados pelos cruzamentos das raças Santa Inês, Dorper, East Friesisn, Primera, Poll Dorset, White Dorper submetidos ao estresse térmico.O valor do índice de temperatura e umidade (ITU) médio observado no período da manhã classificou os animais em estresse moderado. Em todos os dias, no período da tarde, os animais foram submetidos a um estresse extremamente severo. A frequência respiratória (FR) máxima observada nos ovinos durante a realização do experimento foi de 192 mov.min.-1. Alguns grupos genéticos obtiveram temperatura retal (TR) acima do valor de referência para a espécie ovina. Animais com grau de sangue East Friesian obteve uma das maiores temperaturas superficiais medidas com o termógrafo infravermelho. Os grupos genéticos com grau de sangue das raças Primera e Santa Inês foram os mais adaptados. O segundo estudo foi realizado para identificar, grupos genéticos mais adaptados às condições do estado de Goiás, levando em consideração parâmetros como medidas corporais e características de carcaça. Houve influência do grupo genético para comprimento do corpo (CC), comprimento do dorso (CD), perímetro torácico (PT), altura de cernelha (AC) e espessura de pelame (EPE). A raça SI apresentou menores medidas corporais de PT, CC e CD e de uma maneira geral, obteve resultados satisfatórios para as características de carcaça.O terceiro estudo foi realizado uma análise multivariada utilizando informações de características fisiológicas, de tolerância ao calor, parâmetros sanguíneos, valores de temperaturas mensuradas com termógrafo infravermelho, medidas morfométricas e cortes de carcaça. Verificou-se que as correlações ente as temperaturas aferidas pelo termógrafo infravermelho com a FR foram altas e positivas para a superfície corporal (r=0,72) e garupa (r=0,74). As características das medidas avaliadas com termógrafo infravermelho e as características fisiológicas (TR, FR e FC) no período da tarde obteve um percentual de 100% para a classificação correta dos grupos genéticos. A temperatura da superfície corporal e da garupa mensurado com o termógrafo infravermelho podem ser utilizadas para identificar o estresse pelo calor devido a sua correlação positiva com a FR e TR.