O papel estratégico da governança de dados para alavancar ganhos nas capacidades dinâmicas de uma instituição financeira brasileira

Abstract

A adoção da governança de dados por instituições financeiras é frequentemente associada à conformidade regulatória e há lacuna na literatura sobre seu papel estratégico na transformação dos negócios. Este trabalho tem como objetivo propor etapas para que a governança de dados assuma o papel estratégico para alavancar ganhos nas capacidades dinâmicas de uma instituição financeira brasileira. A pesquisa baseou-se na Teoria do Enfoque Meta-Analítico Consolidado (Temac) para conduzir a revisão da literatura e identificar os elementos mais relevantes sobre os principais temas relacionados. O modelo proposto foi testado a partir de dados coletados junto a 296 gestores (as) de uma instituição financeira brasileira, utilizando modelagem de equações estruturais de mínimos quadrados parciais (PLS-SEM). Os resultados indicam que o investimento em governança de dados tem maior impacto na capacidade de aproveitar oportunidades (41,80%), seguido da capacidade de sensoriamento (38,80%) e, em menor grau, mas ainda significativo, na capacidade de transformação (31,90%) da instituição. Além disso, foram identificados os seguintes efeitos moderadores positivos e significativos: a hostilidade do ambiente influencia a relação entre governança de dados e a capacidade de sensoriamento, enquanto a categoria do departamento de lotação do(a) gestor(a) modera a relação entre governança de dados e a capacidade de transformação. A pesquisa evidencia que a adoção estruturada da governança de dados, o fortalecimento da cultura em torno desse tema e a implementação de práticas de gestão eficazes são etapas fundamentais para que essa governança assuma o papel estratégico nas capacidades dinâmicas de uma instituição financeira brasileira. A partir desses achados, foi proposta uma abordagem prática para a implementação dessas etapas para o contexto em estudo.