Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Moraes, Gabriela Garcia Batista Lima | pt_BR |
dc.contributor.author | Oliveira, Mirna Silva | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2025-03-20T17:01:07Z | - |
dc.date.available | 2025-03-20T17:01:07Z | - |
dc.date.issued | 2025-03-20 | - |
dc.date.submitted | 2024-12-13 | - |
dc.identifier.citation | OLIVEIRA, Mirna Silva. Grilagem verde como ferramenta de um contrato racial de expropriação: uma análise de sua emergência, sustentação e efeitos em Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto no Oeste da Bahia. 2024. 250 f. Tese (Doutorado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio.unb.br/handle/10482/52000 | - |
dc.description.abstract | Esta tese teve com o objetivo analisar a emergência do problema da grilagem verde no Oeste
da Bahia, Brasil, tomando como referência o caso dos Fechos Capão do Modesto, Porcos, Guará
e Pombas. Para tanto, tomou como base o conceito de dispositivo de racialidade de Sueli
Carneiro (2005) e a tese do contrato racial de expropriação de Charles W. Mills (2023), bem
como a realização de pesquisa empírica na região. A investigação teve caráter qualitativo e
seguiu uma abordagem prevalentemente indutiva, com o uso de fontes documentais,
especialmente processos judiciais e administrativos, legislação federal e estadual, dados do
Sistema de Cadastro Ambiental Rural, relatórios técnicos, cartas abertas e matérias jornalísticas
históricas e recentes sobre os conflitos de terras na região. Os resultados da pesquisa apontam
que a grilagem verde no Oeste da Bahia emerge de um movimento de expansão das fronteiras
do grande capital para as áreas de vale – onde se concentram atualmente as comunidades
tradicionais – com o objetivo de cadastrá-las como reservas legais de fazendas controladas pelo
agronegócio nas áreas dos chapadões e garantir o reconhecimento da regularidade ambiental de
tais imóveis rurais. Tal movimento vem sendo estimulado por mudanças aprovadas na
legislação florestal brasileira a partir dos anos 2000 e criação de normas e instrumentos jurídicos
que têm facilitado as fraudes, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Compensação de
Reserva Legal (CRL). Verifica-se também que a grilagem verde não está dissociada da grilagem
tradicional e atua de forma seletiva, porque atinge, preferencialmente, comunidades negras,
indígenas e tradicionais em geral, sendo expressão de um conjunto de mecanismos sóciojurídicos que permitem a perpetuação do contrato racial de expropriação na realidade agrária
brasileira. Tais mecanismos contribuem para a construção de uma vulnerabilidade social e
jurídica em desfavor de tais grupos, para o epistemicídio e criminalização de suas práticas
tradicionais de manejo da natureza e para a perpetuação do privilégio da branquitude nas
disputas por terra e sobre a construção da verdade na relação com o Estado. Verifica-se um
cenário de correlação de forças bastante desigual, porém, nada está dado de forma definitiva
nas arenas pública e mesmo judicial. Para enfrentar a ameaça de expropriação territorial, as
comunidades estudadas têm construído várias estratégias de resistência, as quais passam pela
visibilização da especificidade de seus modos de vida e territorialidade e pelo
reconhecimento/fortalecimento de novas categorias jurídicas representativas de direitos de uso
e ocupação da terra e de proteção ambiental. | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Grilagem verde como ferramenta de um contrato racial de expropriação : uma análise de sua emergência, sustentação e efeitos em Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto no Oeste da Bahia | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Grilagem verde | pt_BR |
dc.subject.keyword | Cadastro ambiental rural | pt_BR |
dc.subject.keyword | Código florestal | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | This thesis aimed to analyze the emergence of the problem of green grabbing in Western Bahia,
Brazil, taking as reference the case of Fechos Capão do Modesto, Porcos, Guará and Pombas.
To this end, it was based on the concept of “raciality device” by Sueli Carneiro (2005) and the
thesis of the “racial contract of expropriation” by Charles W. Mills (2023), as well as
conducting empirical research in the region. The research was qualitative in nature and followed
a predominantly inductive approach, using documentary sources, especially judicial and
administrative proceedings, federal and state legislation, data from the Rural Environmental
Registry System, technical reports, open letters and historical and recent journalistic articles on
land conflicts in the region. The results of the research indicate that green grabbing in western
Bahia is emerging from a movement of expansion of the frontiers of big capital into the valley
areas – where traditional communities are currently concentrated – with the aim of registering
them as legal reserves of farms controlled by agribusiness in the plateau areas and ensuring
recognition of the environmental regularity of such rural properties. This movement has been
stimulated by changes approved in Brazilian forestry legislation since the 2000s and the
creation of norms and legal instruments that have facilitated fraud, such as the Rural
Environmental Registry and the Legal Reserve Compensation. It is also clear that green
grabbing is not dissociated from traditional land grabbing and acts selectively, because it
preferentially affects black, indigenous and traditional communities in general, being an
expression of a set of socio-legal mechanisms that allow the perpetuation of the racial contract
of expropriation in the Brazilian agrarian reality. Such mechanisms contribute to the
construction of a social and legal vulnerability to the detriment of such groups, to the
epistemicide and criminalization of their traditional practices of nature management, and to the
perpetuation of the privilege of white people in disputes over land and in the construction of
“truth” in the relationship with the State. A scenario of highly unequal correlation of forces is
observed, but nothing is definitively established in the public or even judicial arenas. To face
the threat of territorial expropriation, the communities studied have developed several
resistance strategies, which include making visible the specificity of their ways of life and
territoriality and the recognition/strengthening of new legal categories representing rights to
land use and occupation and environmental protection. | pt_BR |
dc.description.unidade | Faculdade de Direito (FD) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Direito | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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