Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Diniz, Debora | - |
dc.contributor.author | Vieira, Sinara Gumieri | - |
dc.date.accessioned | 2024-12-23T15:33:45Z | - |
dc.date.available | 2024-12-23T15:33:45Z | - |
dc.date.issued | 2024-12-13 | - |
dc.date.submitted | 2024-08-27 | - |
dc.identifier.citation | VIEIRA, Sinara Gumieri. A economia moral do aborto nas mortes maternas por covid-19 no Brasil: um estudo sobre criminalização do aborto e justiça reprodutiva. 2024. 116 f. Tese (Doutorado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio.unb.br/handle/10482/51241 | - |
dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, 2024. | pt_BR |
dc.description.abstract | O Brasil foi o epicentro global da mortalidade materna por Covid-19, com registro de mais de
1300 mulheres mortas na gravidez ou no puerpério entre 2020 e abril de 2021. Mulheres
grávidas têm maiores chances de desenvolver casos graves de Covid-19. No entanto, causas
biomédicas não são suficientes para explicar a alta mortalidade materna por Covid-19 no Brasil,
e menos ainda o impacto desproporcional entre mulheres mais marginalizadas, como negras,
indígenas e moradoras de zonas rurais. As mortes foram marcadas por negligências na atenção
em saúde, com imposição de barreiras e atrasos no diagnóstico de Covid-19 e nas etapas de
hospitalização e acesso a cuidados como terapia intensiva, interrupção da gestação ou
antecipação do parto. Sob uma perspectiva analítica da justiça reprodutiva, esta tese analisou
como a economia moral do aborto atravessou mortes maternas por Covid-19 no Brasil. O corpus
empírico é parte da pesquisa “Histórias de mulheres em tempos de pandemia: um estudo sobre
mortalidade materna” e o projeto foi revisado por comitê de ética em pesquisa. A partir de
entrevistas realizadas com familiares e afetos de 25 mulheres grávidas ou puérperas que
morreram de Covid-19, percorri a produção de sentidos coletivos quanto ao que pode, deve ou
é legítimo de ser feito na atenção à saúde de mulheres grávidas gravemente adoecidas, buscando
fazer perguntas sobre como a criminalização do aborto conforma esse contexto. Identifiquei
três dimensões da economia moral do aborto nos relatos de mortes maternas analisados que
impactam no acesso e proteção ao direito à saúde e ao direito à vida: o estigma do aborto, que
dificulta o reconhecimento da interrupção da gestação como uma necessidade de saúde e cria
obstáculos para a garantia do aborto legal em caso de risco de vida para a mulher grávida; a
prioridade da continuidade da gravidez em detrimento da saúde da mulher, que está
profundamente arraigada nos campos da saúde e do direito, e alimenta a introjeção do sacrifício
materno como um valor entre mulheres; e a tutela do corpo grávido, que faz com que a
autonomia das mulheres seja ignorada para cuidar de si mesmas ou da gravidez. A conclusão
desta tese é de que a criminalização do aborto e a excessiva mortalidade materna por Covid-19
no Brasil estão conectadas pelo uso histórico da reprodução para controlar e subordinar
mulheres. A emergência sanitária pela pandemia e a negligência das políticas de saúde, em
particular em relação às mulheres, exacerbaram os efeitos populacionais e desiguais do uso de
políticas criminais para regular necessidades de saúde, como é o caso do aborto no Brasil. A
economia moral do aborto faz da gestação e do parto experiências que expõem mulheres a
graves violações de direitos humanos, como terem suas necessidades de saúde ignoradas, sua
autonomia e seu direito à vida violados. | pt_BR |
dc.description.sponsorship | Fundo de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | A economia moral do aborto nas mortes maternas por covid-19 no Brasil : um estudo sobre criminalização do aborto e justiça reprodutiva | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Aborto | pt_BR |
dc.subject.keyword | Brasil | pt_BR |
dc.subject.keyword | Covid-19 | pt_BR |
dc.subject.keyword | Mortalidade materna | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | Brazil has been the global epicenter of maternal mortality by Covid-19, with more than 1,300
women recorded as having died during pregnancy or postpartum between 2020 and April 2021.
Pregnant women are more likely to develop severe cases of Covid-19. However, biomedical
causes are not enough to explain the high maternal mortality by Covid-19 in Brazil, let alone
the disproportionate impact among more marginalized women, such as Black or Indigenous
women and those living in rural areas. These deaths were marked by negligent health care, with
the imposition of barriers and delays in the diagnosis of Covid-19 as well as in the stages of
hospitalization and access to intensive care, termination of pregnancy or early delivery. From
an analytical perspective of reproductive justice, this thesis analyzed how the moral economy
of abortion impacted maternal deaths by Covid-19 in Brazil. The empirical corpus is part of the
research project “Women's stories in times of pandemic: a study on maternal mortality” and the
project has been reviewed by a research ethics committee. Based on interviews with family
members and loved ones of 25 pregnant or postpartum women who died of Covid-19, I explored
the production of collective meanings as to what can and should be done or is legitimate to do
in the healthcare of seriously ill pregnant women, seeking to raise questions about how abortion
criminalization shapes this context. I identified three dimensions of the moral economy of
abortion in the cases of maternal deaths analyzed, which have an impact on access to and the
protection of the right to health and the right to life: the stigma of abortion, which makes it
difficult to recognize the interruption of pregnancy as a health need and creates obstacles to
guaranteeing legal abortion in the event of a risk to the pregnant woman's life; the prioritization
of the continuation of pregnancy over women's health, which is deeply rooted in the fields of
health and law, and feeds the introjection of maternal sacrifice as a value among women; and
the guardianship of the pregnant body, which causes women's autonomy to be ignored when it
comes to taking care of themselves or their pregnancies. The conclusion of this thesis is that the
criminalization of abortion and the excessive maternal mortality by Covid-19 in Brazil are
connected by the historical use of reproduction to control and subordinate women. The health
emergency caused by the pandemic and the neglect of health policies, particularly in relation to
women, have exacerbated the populational and unequal effects of the use of criminal policies
to regulate health needs, as is the case of abortion in Brazil. The moral economy of abortion
makes pregnancy and childbirth experiences that expose women to serious human rights
violations, such as having their health needs ignored and their autonomy and right to life
violated. | pt_BR |
dc.description.unidade | Faculdade de Direito (FD) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Direito | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
|