Eficiência do sêmen congelado na ressincronização de estro em ovinos utilizando duas ou três inseminações artificiais

Abstract

A ressincronização de estro em ovinos é uma biotécnica reprodutiva recente que se mostrou eficiente em melhorar as taxas de prenhez na estação reprodutiva, diminuindo o intervalo entre inseminações. Estudos vêm utilizando a técnica com a inseminação artificial (IA) pelo método cervical superficial com sêmen fresco, entretanto, a IA por laparoscopia com sêmen congelado pode amplificar o emprego da mesma no melhoramento genético. Neste estudo objetivou-se avaliar a eficiência do sêmen congelado na ressincronização de estro com duas ou três sincronizações de estro seguida da inseminação artificial por laparoscopia. Ovelhas Santa Inês (n=183) foram distribuídas aleatoriamente em 3 grupos: Controle (n=36), submetidas a monta natural com dois carneiros durante 60 dias, sendo que 30 dias após a retirada dos carneiros foi realizado o diagnóstico de gestação; e Re-sync (n=72) e Doppler (n=75), que foram sincronizadas para IA por laparoscopia com sêmen congelado, 50 horas após a retirada do dispositivo, caracterizando o D0. No grupo Re-sync foram realizadas duas inseminações artificiais com início do protocolo de ressincronização após 23 dias da primeira IA e o diagnóstico de gestação sendo realizado aos 30 dias após a IA, as fêmeas identificadas como vazias eram inseminadas novamente. No grupo Doppler as ovelhas foram submetidas ao protocolo de ressincronização de estro dez dias após a primeira IA, o diagnóstico de não gestação foi realizado de forma precoce, aos 17 dias, com auxílio da ultrassonografia Doppler. As fêmeas identificadas vazias eram inseminadas novamente, totalizando três inseminações em 42 dias. Todos os diagnósticos precoces de não gestação foram confirmados 30 dias após a IA. O grupo controle (83,33%) teve maior taxa de gestação (P<0,05) ao final da estação de monta do que os grupos Re-sync (29,16%) e Doppler (21,33%), que foram semelhantes entre si (P>0,05). Os indicadores da técnica de diagnóstico de não-gestação aos 17 dias com auxílio de ultrassonografia Doppler foram: sensibilidade 100%, especificidade 28%, valor preditivo positivo 21,3%, valor preditivo negativo 100% e acurácia 39,8%. A taxa estimada de gestação no diagnóstico precoce, realizado aos 17 dias após a IA, foi semelhante ao realizado aos 30 dias. Os diagnósticos precoces que não foram confirmados com 30 dias podem estar associados a falha da sincronização no protocolo hormonal utilizado, com o horário da inseminação antecedendo a ovulação, afetando a viabilidade do sêmen congelado no momento da fertilização, já que a taxa final de gestação em ambos os grupos de IA foram semelhantes. Pode-se concluir que a ressincronização de estro associada com a inseminação artificial por laparoscopia utilizando sêmen congelado pode ser aplicada em ovinos, entretanto não foi possível alçancar maior taxa de prenhez com duas ou três inseminações dentro de uma estação de monta.