Prevalência de trauma maxilofacial em pacientes atendidos em hospitais de atenção terciária no Brasil : uma revisão sistemática

Abstract

Objetivos: Avaliar sistematicamente a literatura sobre prevalência de trauma facial em pacientes atendidos em hospital de atenção terciária no Brasil. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada sem restrição de idioma e ano nas bases de dados PubMed, Embase, Scopus, LILACS, Web of Science e na literatura cinzenta (Google Scholar, Livivo e ProQuest). Os "Mesh terms" usados foram trauma maxilofacial, lesão de face e trauma de face, além de seus sinônimos e termos relacionados. Foram incluídos nesta revisão estudos transversais retrospectivos que tratassem de trauma de face em hospitais de atenção terciária no Brasil. Dois revisores independentes realizaram a seleção dos estudos, extração dos dados, análise da qualidade metodológica por meio da ferramenta JBI (Instituto Joanna Briggs). Devido à heterogeneidade dos estudos, os dados foram sintetizados seguindo o checklist SWiM (Synthesis Without Meta-analysis). Resultados: Foram identificados 7.404 estudos, sendo 53 incluídos. O número total de pacientes aferidos nos 53 estudos foi de 23.208. Destes, 17.561 (75,66%) pertenciam ao gênero masculino enquanto 5.647 (24,33%) ao gênero feminino. Os homens foram o grupo mais acometido pelo trauma de face frente às mulheres, na proporção aproximada de 3:1. A idade média dos pacientes foi de 28 anos. Dos 53 estudos nacionais coletados para análise, 17 pertenciam à região sudeste (32,07%), 11 à região sul (20,75%), 7 à região do centro-oeste (13,20%) e 18 pertenciam à região nordeste (33,96%). Os eventos mais prevalentes associados ao trauma foram: acidente de trânsito (7.990 - 38,20%), queda (4.833 - 23,10%) e acidente esportivo (2.159 - 10,32%). As regiões topográficas mais acometidas foram: mandíbula (6.885 - 28,68%), ossos próprios do nariz (5.702 - 23,75%) e região zigomática (4.795 - 21,35%). Conclusões: Os homens são o gênero mais acometido pelo trauma de face, na terceira década de vida. O evento mais associado a este agravo foi o acidente automobilístico, enquanto, a região mais acometida foi a mandíbula, terço médio da face envolvendo principalmente, ossos próprios do nariz e complexo zigomáticomaxilar. Registro: Esta revisão sistemática tem registro na University of York, National Institute for Health Research (NIHR) – PROSPERO (International Prospective Register of Systematic Reviews), https://www.crd.york.ac.uk/prospero/, com o número de registro: CRD42022301771.