O mar de Brasília é o céu narrativas de uma paisagem

Abstract

No ano de 2018, Brasília completou 58 anos. À Capital estão associados o funcionalismo, a arquitetura moderna e o reconhecimento do conjunto urbanístico como patrimônio da humanidade. Sobre estes temas, podemos afirmar que já constituem um dizer constante nas escritas dos autores. No presente artigo se destaca a abordagem sensível e afetiva, perceptível nas narrativas que descrevem a paisagem da Capital, a partir da leitura de crônicas da jornalista Conceição de Freitas reunidas no livro Só em Caso de Amor. Qual a visibilidade dada por ela quanto à harmonização entre a paisagem e o ambiente construído? O intuito é buscar, nessas narrativas, o olhar da autora sobre a paisagem e se há uma relação com o conceito de paisagem cultural. Sobressai-se, sobremaneira, o céu da capital como temática de inspiração. Nos estudos que embasaram a criação da chancela de paisagem cultural em 2009, levantou-se como hipótese de um primeiro bem, ainda que não efetivado - o céu de Brasília. Coloca-se aqui o poder das narrativas em fazer (re)conhecer a paisagem por meio de experiências subjetivas. O objetivo pretendido, na interpretação das crônicas de Freitas sobre Brasília é saber como elas podem contribuir para o debate da paisagem cultural.