Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Toledo, Catarina Labouré Bemfica | - |
dc.contributor.author | Martins, Pedro Luiz Gomes | - |
dc.date.accessioned | 2022-07-15T20:22:04Z | - |
dc.date.available | 2022-07-15T20:22:04Z | - |
dc.date.issued | 2022-07-15 | - |
dc.date.submitted | 2021-06-21 | - |
dc.identifier.citation | MARTINS, Pedro Luiz Gomes. Paleogeografia e ambiente de deposição da Bacia Carajás: uma análise a partir de estudos geoguímicos, paleomagnéticos e isotópicos das rochas vulcânicas e jaspilitos do Grupo Grão-Pará. 2022. 261 f., il. Tese (Doutorado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.unb.br/handle/10482/44271 | - |
dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2022. | pt_BR |
dc.description.abstract | O período de transição do Neoarqueano para o Paleoproterozoico (- 2,80-2,20 Ga)
testemunhou diversos eventos evolutivos ambientais e biológicos interligados, dentro eles o
aumento do oxigênio atmosférico como deduzido pelo desaparecimento de pirita detrítica e
uraninita em conglomerados, pelo advento de red beds e pela deposição das maiores formações
ferriferas bandadas (FFB) do mundo. Estabelecer as posições dos continentes e as condições
paleoambientais durante o arqueano são dois dos desafios mais importantes das geociências
atualmente. Esses desafios ocorrem, principalmente, devido às diversas limitações existentes
na obtenção de dados geológicos e/ou geofísicos do início da história evolutiva da Terra,
particularmente dados paleomagnéticos robustos. Neste estudo, a investigação paleomagnética
de rochas basálticas da sequência vulcanossedimentar do Grão-Pará (- 2,75 Ga), situada na
Província Mineral de Carajás, sudeste do Cráton Amazônico, permitiu apresentar a primeira
reconstrução paleogeográfica para este bloco arqueano, com uma estimativa de paleolatitude
para o bloco e a discussão de sua posição dentro das configurações dos supercontinentes
arqueanos propostos anteriormente. A investigação paleomagnética foi conduzida em
testemunhos de sondagens perfurados na mina de minério de ferro de Carajás, os quais
interceptam os derrames de lava basáltica da Formação Parauapebas. Duas componentes de
magnetização características, Cl e C2, foram isoladas e posteriormente usadas para calcular o
pólo paleomagnético médio para cada uma: C1 (- 2759 Ma; 40,5ºE, -44,6ºS A95 = 6,5º, K =
18,5) e C2 (- 2745 Ma; 342,4ºE, -54,3ºS, A95 = 14,8º, K = 27,8). Nossos resultados, integrados
às evidências geológicas, revelam que o bloco Carajás ocupava baixas latitudes na época, e
poderia ter feito parte da configuração do supercráton Supervaalbara durante o Neoarqueano (—
2,75 Ga), em uma posição mais próxima da linha do Equador. Além disso, foi possível
identificar uma sequência de três eventos de reversão magnética na sequência de derrames
basálticos da Formação Parauapebas, o que potencialmente sugere a existência de um geodinamo dinâmico pré-2,7 Ga.
Além disso, uma das ocorrências mais importantes de FFB no mundo está situada na
Província de Carajás e está hospedada na sequência vulcanossedimentar do Grão-Pará. As
formações ferriferas bandadas que tipificam muitas sucessões supracrustais arqueanas e
paleoproterozóicas são excelentes arquivos da química da água do mar pré-cambriana e do ciclo
de ferro. A FFB de Carajás presente no corpo N4W's está bastante preservada da deformação e
metamorfismo regional, com a mineralogia e as texturas primárias extremamente preservadas,
e oferece uma excelente oportunidade para estudar a gênese, o ambiente de deposição e as
condições paleoambientais durante sua formação há aproximadamente 2,75 bilhões de anos
atrás. A FFB de Carajás é constituída de intercalações milimétricas a centimétricas de bandas
de hematita, jaspe e chert. Suas texturas e estruturas primárias ainda são preservadas como soft-
sediment deformation, bandamento, microesferulitos, microflame e pinch and swell. A baixa
quantidade de ALO3 (<1,0% em peso) e high field strength elements (<1 ppm) para a maioria
das amostras de FFB indicam um ambiente de deposição essencialmente livre de material
detrítico. No geral, os padrões de elementos terras raras e de ítrio (REY) mostram uma anomalia
positiva fraca de La e uma anomalia positiva pronunciada de Eu (Eu / Eu pass = 1,86 - 5,05); embora a presença de anomalia verdadeira de Ce não seja evidente. Variações estratigráficas
na composição isotópica de ferro, de até 0,80 %o (5'Fe = +1,10 a +1,90 %o) ao longo de dezenas
a centenas de metros, sugerem mudanças na composição de isotópica de ferro da água do mar
de Carajás durante períodos de alguns milhões de anos. Dados isotópicos do sistema Sm-Nd
para as amostras da FFB de Carajás plotam ao longo de uma linha de correlação em um
diagrama de isócrono convencional, que resultou em uma idade de 2707 + 118 Ma (MSWD =
230). Um subconjunto desses dados, com apenas amostras de FFB exibindo um melhor
alinhamento (n = 20), forneceu uma idade isócrona mais velha de 2795 + 77 Ma (MSWD = 56).
Ambas as idades das isócronas Sm—Nd foram concordantes com a idade mínima proposta de
formação para os jaspilitos de Carajás, ou seja, —- 2745 Ma. Além disso, os jaspilitos mostram
distribuição heterogênea da assinatura isotópica de Nd ao longo da sequência, sendo que as
rochas amostradas perto do contato com os derrames basálticos (tipo II) tiveram valores
negativos de eNd (t) (4,97 a —0,90). Enquanto isso, valores predominantemente positivos de
eNd (t) (-0,84 a +5,40) foram observados nas demais amostras (tipo 1). O padrão dos REY e os
dados isotópicos de Nd-Fe combinados sugerem que a deposição ocorreu principalmente em
águas profundas distantes das massas continentais. A precipitação das BIFs ocorreu sob
condições anóxicas e subóxicas em uma bacia do tipo rifte próxima aos centros de atividade
vulcânica em um ambiente submarino com superimposição hidrotermal. Entretanto, uma
quantidade considerável de oxigênio poderia estar presente em algumas porções do oceano
evidenciada pela presença de anomalias negativas de Ce em algumas seções, sugerindo que as
condições de oxidação emergentes poderiam ter influenciado a Bacia de Carajás antes do GOE. | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Paleogeografia e ambiente de deposição da Bacia Carajás : uma análise a partir de estudos geoguímicos, paleomagnéticos e isotópicos das rochas vulcânicas e jaspilitos do Grupo Grão-Pará | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Cráton Amazônico | pt_BR |
dc.subject.keyword | Província Carajás | pt_BR |
dc.subject.keyword | Quimioestratigrafia | pt_BR |
dc.subject.keyword | Paleomagnetismo | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | The Neoarchean to Paleoproterozoic transition (-2.80-2.20 Ga) witnessed several major
interlinked environmental and biological evolutionary events, including the increase in
atmospheric oxygen as deduced from the disappearance of detrital pyrite and uraninite in
conglomerates, the advent of red beds, and the deposition of the largest banded iron formations
(BIF) in the world. Establishing the positions of continents and paleoenvironmental conditions
at this time are two of the most important challenges in geosciences today. These challenges
are mainly due to the severe limitations on obtaining geological, and/or geophysical data from
early Earth time, particularly robust paleomagnetic data. In this study, the paleomagnetic
investigation of basaltic rocks from the Neoarchean volcano-sedimentary succession of the
Grão Pará (-2.75 Ga), situated in the Carajás Mineral Province, southeastern Amazonian
Craton, allowed the first paleogeographic constraints for this Archean block, yielding a
paleolatitude estimate for the block and discussing its affiliation to previously proposed
Archean cratonic assemblies. The paleomagnetic investigation was conducted on fresh drill
cores drilled into the Carajás iron ore mine and cutting across the basaltic lava flows from
Parauapebas Formation. Two characteristic components, Cl and C2, were isolate and further
used to calculate the mean paleomagnetic pole for each: C1 (-2759 Ma; 40.5ºE, -44.6ºS A95
=6.5º, K = 18.5) and C2 (-2745 Ma; 342.4ºE, -54.3ºS, A95 = 14.8º, K = 27.8). Our results,
integrated with geological evidence reveals that the Carajás block occupied low latitudes at the
time, and could have been part of the Supervaalbara supercraton configuration during the
Neoarchean (-2.75 Ga) in a position nearest the equatorial line. After rotating the drill core
segments to geographic coordinates, a consistent sequence of three magnetic reversal events is
identified in the lava flow sequence from the Parauapebas Formation, potentially suggesting an already dynamic geodynamo pre-2.7 Ga.
In addition, one of the most important occurrences of BIF worldwide is situated in
Carajás Province and is hosted in the volcano-sedimentary sequence of the Grão-Pará. BIF
represent an iron-rich rock type that typifies many Archaean and Paleoproterozoic supracrustal
successions and are chemical archives of Precambrian seawater chemistry and post-
depositional iron cycling. Given its well-preserved rock types, the Carajás BIF provide an
excellent opportunity for studying the genesis, depositional environment, and
paleoenvironmental conditions during the formation of BIF at approximately 2.75 billion years
ago. The BIFs are jaspilites and are mostly composed of cm-thick intercalations of hematite,
jasper, and chert ringed by hematite. Their primary textures and structures are still preserved
(e.g., soft-sediment deformation, banding, micro-spherulites, microflame, and pinch and swell).
The low abundance of ALOS (< 1.0 wt.%) and high field strength elements (< 1 ppm) for most
BIF samples indicate an essentially detritus-free depositional environment. Overall, the rare
earth elements and yttrium (REY) patterns show a weak positive La anomaly, and a pronounced
positive Eu anomaly (Eu/Eu PAAS = 1.86 — 5.05); although the presence of true Ce anomaly is
not evident. Stratigraphic variations in iron isotope compositions, up to 0.80 %o (656Fe = +1.10
to +1.90 %o) over tens to hundreds of meters of stratigraphic section, hint towards relative
changes in the iron isotope composition of Carajás seawater over periods of few million years.
Sm-Nd isotope data of the Carajás jaspilite plot along a correlation line in a conventional
isochron diagram, which yielded an age of 2707 + 118 Ma (MSWD = 230). A subset of these
data, with only BIF samples displaying better alignment (n = 20), provided an older isochron
age of 2795 + 77 Ma (MSWD = 56). Both Sm-Nd isochrone apparent ages were concordant
with the proposed minimum formation age of the Carajás jaspilites, i.e., -2745 Ma. In addition,
the jaspilites show heterogeneous distribution of Nd isotopic signature throughout the BIF
sequence, and rocks sampled from near the basaltic flows/jaspilite contact (type-ID) had negative eNd (t) values (4.97 to —0.90). Meanwhile, predominantly positive eNd(t) values (—
0.84 to +5.40) were widespread in the remaining samples (type-D. The REY distribution and
Nd-Fe isotope data combined suggest that the deposition occurred mainly on deep-water, and
in distal to continental landmasses. The precipitation of BIF occurred under anoxic and suboxic
conditions in a rift basin near volcanic activity centers in a hydrothermal overprinted submarine
environment. Nevertheless, considerable oxygen was probably present in the ancient ocean's
water masses, evidenced by the presence of negative Ce anomalies in a few sections of the BIF
sequence, thereby suggesting that the emerging oxidizing conditions could have influenced the Carajás Basin before the GOE. | pt_BR |
dc.contributor.email | plgmartins@gmail.com | pt_BR |
dc.description.unidade | Instituto de Geociências (IG) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Geologia | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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