Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Paixão, Cristiano | - |
dc.contributor.author | Utzig, Mateus do Prado | - |
dc.date.accessioned | 2022-07-04T22:50:55Z | - |
dc.date.available | 2022-07-04T22:50:55Z | - |
dc.date.issued | 2022-07-04 | - |
dc.date.submitted | 2022-03-28 | - |
dc.identifier.citation | UTZIG, Mateus do Prado. Autoritarismo em transição: as medidas de emergência na ditadura militar brasileira (1974-1984). 2022. 383 f., il. Tese (Doutorado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.unb.br/handle/10482/44085 | - |
dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, 2022. | pt_BR |
dc.description.abstract | Esta tese trata de um tópico importante para a história constitucional da fase final da
ditadura militar brasileira, o instituto das medidas de emergência. Criado em 1978, junto
com o estado de emergência, em substituição aos atos institucionais, ele foi aplicado em
duas ocasiões: em 1983, para facilitar ao governo a aprovação de uma nova política
salarial no Congresso Nacional; e em 1984, para favorecer a rejeição da proposta de
emenda constitucional que restabeleceria de imediato a eleição direta para presidente da
república. Era um mecanismo semelhante ao estado de sítio, que já constava no texto
constitucional e foi mantido: o presidente da república poderia aplicar de modo
temporário algumas providências contrárias a garantias constitucionais, como a censura
à imprensa e a suspensão da liberdade de reunião, como meio para debelar crises políticas
e sociais de origem externa ou interna. Porém, havia uma diferença crucial: no novo
instituto, o chefe do executivo não era submetido a controle parlamentar. Partindo da
perspectiva da historiografia constitucional, este trabalho busca investigar: as implicações
dos usos do instituto para as relações entre a constituição, o direito e a política, os três
poderes da república, o governo e a oposição, o estado e a sociedade, e os governantes e
os governados; as diferenças e similitudes entre as medidas de emergência e os atos
institucionais; e os objetivos que orientaram a criação e a aplicação do instrumento. Para
enfrentar essas questões, fez-se a análise de fontes documentais pertinentes ao debate que
levou à criação do instituto, entre 1974 e 1978, e à sua aplicação. Defende-se a tese de
que as medidas de emergência foram um instrumento de arbítrio do regime militar (ainda
que de forma mais limitada do que os atos institucionais), servindo tanto ao controle da
distensão política quanto à prática regular de governo, em conformidade, de modo geral,
com as expectativas de seus criadores, exceto no que diz respeito a legá-lo para os
governos civis, devido ao desgaste político gerado por sua aplicação e à ascensão política
de setores que defendiam a fundação de um estado democrático de direito. A persistência
do arbítrio, a despeito do delineamento de limites jurídicos na constituição, decorreu da
ausência de controle parlamentar da atuação do governo, prevista no próprio texto
constitucional; da recusa do poder judiciário de impor a observância de limites jurídicos,
pois havia fortes vínculos de lealdade política e afinidade ideológica entre os magistrados
e os dirigentes do regime; da ausência de autonomia funcional do Ministério Público
Federal, que permitia a blindagem penal dos agentes do governo; e do contexto autoritário
da época, com a ameaça reiterada de uso da força contra os que se opunham aos planos
do regime. | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Autoritarismo em transição : as medidas de emergência na ditadura militar brasileira (1974-1984) | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Medidas de emergência | pt_BR |
dc.subject.keyword | Emergências constitucionais | pt_BR |
dc.subject.keyword | Ditadura militar - Brasil | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | This study deals with an important topic for the constitutional history of the final years of
the Brazilian military dictatorship, the legal device of Emergency Measures. Created in
1978, together with the Emergency State, to replace Institutional Acts, it was used twice:
in 1983, as a mean to help government in bargaining its new wage policy’s approval by
National Congress; and in 1984, when the goal was to reject a constitutional amendment
proposal to restore immediately president of Brazil’s direct election. Its structure
resembled State of Siege, already embedded in constitution and maintained afterwards,
allowing the president to take some temporary measures against certain constitutional
rights, such as press censorship and suspension of freedom of assembly, in order to deal
with social and political crisis of foreign or domestic origins. However, there was a crucial
difference in the new legal mechanism, since it did not subject government to
parliamentary control. From a constitutional history perspective, this PhD thesis
investigates how administration of Emergency Measures affected relations among
constitution, law, and politics, and between three branches of government, executive and
its opposition, state and society, and rulers and ruled; the differences and similarities
between Emergency Measures and Institutional Acts; and the goals that guided its
creation and uses. These issues were addressed mainly through analysis of documental
sources related to the debate that led to creating the legal device, between 1974 and 1978,
and its administration. Emergency Measures were, in accordance with its creators plans,
an instrument for military’s regime arbitrary action (though there were more legal
constraints than in Institutional Acts), serving both to control Political Distension and to
pursue regular government goals. However, their plans to leave it as a legacy to civilian
governments did not succeed, since its two uses were met with wide public criticism and
there were growing political pressures for founding a new regime based clearly on
democracy and rule of law, as defended by many groups. Despite many legal constraints
embedded in constitution, arbitrariness was made possible through Emergency Measures
due to a lack of parliamentary control over government, as devised in constitutional text;
judicial refusal to apply legal constraints on government – there were strong ties of
political loyalty and ideological affinity between judges and regime’s leaders; a lack of
autonomy of Federal Public Prosecution members, which was used to prevent criminal
prosecution against government officials; and those years’ authoritarian context, when
there were many threats of using force against whoever opposed regime’s plans. | pt_BR |
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