Distorção idade-série nos anos finais do ensino fundamental : iniciativas para o seu enfrentamento no RS e MS

Abstract

A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa Gerações e Juventude

(Geraju) e da linha de pesquisa Estudos Comparados em Educação (Ecoe) do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB). O estudo objetiva compreender o

fenômeno da distorção idade-série a partir de dois projetos voltados para o atendimento de jovens na retomada de suas trajetórias escolares. Trata-se de uma pesquisa social reconstrutiva cujo trabalho empírico contou com a realização de grupos de discussão com estudantes participantes dos projetos Trajetórias Criativas (TC) e Avanço do Jovem na Aprendizagem (AJA), desenvolvidos no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, respectivamente, ambos voltados para o enfrentamento à distorção idade-série de jovens de 15 a 17 anos matriculados no ensino fundamental. A utilização do Método Documentário de Interpretação possibilitou a reconstrução das orientações coletivas dos estudantes em distorção idade-série. O estudo parte da compreensão do fenômeno da distorção idade-série apoiada numa perspectiva mais sistêmica do processo educacional, apontando a importância de considerar questões históricas, sociais, culturais, políticas, econômicas e geracionais que contribuem para a manutenção dessa situação. A partir da apresentação do cenário brasileiro em relação à distorção idade-série, à reprovação e ao abandono escolar, esta pesquisa pontua a necessidade de desenvolvimento de políticas educacionais específicas para os jovens em situação de distorção idade-série, bem como a necessidade do estabelecimento de um olhar específico para os anos finais do ensino fundamental, etapa em que há maior incidência das altas taxas de distorção idade-série. As análises das orientações coletivas evidenciam que todos os jovens participantes dos grupos de discussão reconhecem a importância da escola para que consigam um futuro melhor e identificam no projeto a possibilidade de recuperar o tempo perdido, retornando para o percurso em que deveriam estar e, também, para aqueles que abandonaram, representada pela chance de voltar a estudar.