http://repositorio.unb.br/handle/10482/38482
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2020_MelinaÉricaSantos.pdf | 34,71 MB | Adobe PDF | View/Open |
Title: | Fatores associados ao óbito em pessoas vivendo com HIV e hepatite C no Brasil e na França |
Authors: | Santos, Melina Erica |
Orientador(es):: | Araújo, Wildo Navegantes de |
Coorientador(es):: | Carrieri, Maria Patrizia |
Assunto:: | HIV (Vírus) Hepatite C Epidemiologia Mortalidade - estatística Saúde Morte |
Issue Date: | 30-Jun-2020 |
Data de defesa:: | 5-Feb-2020 |
Citation: | SANTOS, Melina Erica. Fatores associados ao óbito em pessoas vivendo com HIV e hepatite C no Brasil e na França. 2020. 226 f., il. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Abstract: | Os benefícios da terapia antirretroviral permitiram o controle da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Dessa forma, houve uma mudança do perfil de mortalidade em pessoas vivendo com HIV (PVHIV), com a emergência de óbitos por doenças hepáticas, intensificados devido à coinfecção pelo vírus da hepatite C (HCV). Neste trabalho, foram investigados o potencial do controle da coinfecção pelo HCV na mortalidade global em PVHIV e os fatores comportamentais capazes de reduzir a mortalidade específica relacionada à coinfecção pelo HCV nessa população. Para tal, foram desenvolvidos um estudo de base populacional no Brasil e a análise de uma coorte clínica de abrangência nacional na França. No Brasil, um modelo de Cox permitiu estimar os efeitos de covariáveis fixas e variando ao longo do tempo sobre a mortalidade por todas as causas em PVHIV. De 2007 a 2015, durante o tempo mediano de quatro anos, ocorreram 61.757 óbitos (1.793.417 pessoas-ano, N=411.281). A taxa de mortalidade foi 3,44 [intervalo de confiança (IC) 95%: 3,42-3,47] por 100 pessoas-ano. Os fatores de risco modificáveis com as frações atribuíveis populacionais (FAP) mais elevadas de mortalidade foram: tratamento tardio (CD4<200 células/mm3) (FAP ajustada [IC 95%]: 15,98% [15,57- 16,40]), ensino primário-secundário (15,09% [14,08-16,09]), transmissão heterossexual do HIV (12,80% [11,83-13,76]) e não tratado para o HIV (12,37% [11,85-12,88]). A coinfecção HIV/HCV foi responsável por 2,45% [2,27-2,63] da taxa de mortalidade. O risco mais elevado de óbito foi estimado para as regiões Norte e Sul (hazard ratio ajustado [IC 95%]: 1,37 [1,31-1,44] e 1,26 [1,21-1,31], respectivamente), em comparação à região Centro-Oeste. Na França, um modelo de riscos competitivos de Fine-Gray possibilitou avaliar a associação entre fatores comportamentais e a mortalidade relacionada e não relacionada ao HCV em pacientes coinfectados por HIV/HCV. De 2005 a 2014, durante o período mediano de cinco anos, ocorreram 77 óbitos entre 1.028 pacientes. O uso regular ou diário de cannabis, elevado consumo de café e não tabagismo atual foram independentemente associados ao decréscimo da mortalidade relacionada ao HCV (razão de subdistribuição de risco ajustada [IC95%]: 0,28 [0,10-0,83], 0,38 [0,15- 0,95] e 0,28 [0,10-0,79], respectivamente). Obesidade e magreza severa foram associados ao incremento da mortalidade relacionada ao HCV (2,44 [1,00-5,93] e 7,25 [2,22-23,6]). O binge drinking foi associado ao aumento da mortalidade não relacionada ao HCV (2,19 [1,10-4,37]). Esta tese envolveu o maior estudo que investiga a mortalidade global em PVHIV no Brasil, sendo pioneira em estimar a proporção de óbitos atribuíveis a cada fator de risco, fornecendo evidências para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde. Ademais, em virtude da disponibilidade de dados clínicos e sociocomportamentais na coorte clínica da França, os efeitos dos fatores de risco e de proteção para a mortalidade específica nessa população puderam ser explorados, permitindo ampliar as recomendações clínicas e contribuindo para o debate sobre as estratégias de saúde pública para as PVHIV. Em suma, a construção de políticas públicas para a vigilância e assistência em saúde merece ser fundamentada a partir de diferentes estudos epidemiológicos, capazes de fornecer evidências fundamentais e complementares para a tomada de decisão mais adequada. |
Abstract: | The benefits of antiretroviral therapy (ART) allowed the control of human immunodeficiency virus (HIV) infection. Hence, the mortality profile among people living with HIV (PLWHIV) has changed, emerging liver-related deaths, intensified with hepatitis C virus (HCV) coinfection. In this work, the potential impact of HCV coinfection elimination was evaluated on all-cause mortality among PLWHIV, as well as the interest of behavioral factors that may be willing to diminish HCV-related mortality in this population. For these purposes, a population-based study was conducted in Brazil, along with the analysis of a French hospital-based cohort. In Brazil, a Cox model enabled us to estimate the effects of fixed and time- varying factors on all-cause mortality among PLWHIV. From 2007 to 2015, during a 4- year median follow-up, 61,757 deaths occurred among 411,281 individuals, over 1,793,417 person-years (PY). The mortality rate was 3.44 [95% confidence interval (CI): 3.42-3.47] per 100 PY. The modifiable factors with the highest population attributable fractions (PAF) of mortality were delayed ART initiation (CD4<200 cells/mm3) (adjusted PAF [95% CI]: 15.98% [15.57-16.40]), primary-secondary education (15.09% [14.08-16.09]), heterosexual HIV transmission mode (12.80% [11.83-13.76]), and being ART-untreated (12.37% [11.85-12.88]). HIV/HCV coinfection accounted for 2.45% [2.27-2.63] of the mortality rate. A higher risk of death was estimated for the North and South regions than the Central-West region (adjusted hazard ratio [95% CI]: 1.37 [1.31-1.44] and 1.26 [1.21-1.31], respectively). In France, using a Fine-Gray competing-risk model adjusted for socio- demographic, clinical predictors and confounding factors, while accounting for competing causes of death, we evaluated the association between behaviors and both HCV and non-HCV-related mortality in HIV/HCV co-infected people. From 2005 to 2014, over a 5-year median follow-up period, 77 deaths occurred among 1,028 patients. Regular or daily cannabis use, elevated coffee intake, and not currently smoking were independently associated with reduced HCV-related mortality (adjusted subhazard ratio [95%CI]: 0.28 [0.10-0.83], 0.38 [0.15-0.95], and 0.28 [0.10-0.79], respectively). Obesity and severe thinness were associated with increased HCV- related mortality (2.44 [1.00-5.93] and 7.25 [2.22-23.6] versus normal weight, respectively). Regular binge drinking was associated with increased non-HCV-related mortality (2.19 [1.10-4.37]). This thesis encompassed the largest study to date investigating all-cause mortality of PLWHIV in Brazil, being the first to estimate the proportion of deaths attributable to specific risk factors, which provided evidences to development of national health policies. Besides, due to availability of clinical follow-up and socio- behavioral data in a national cohort in France, we addressed risk and protective factors associated with cause-specific mortality in this population, which resulted in recommendations for health practice and expanded the debate about targeted approaches to PLWHIV. In conclusion, public policy development concerning health surveillance and health care needs evidence-based strategies engaging a variety of epidemiological study designs that would be more appropriate to better decision making. |
metadata.dc.description.unidade: | Faculdade de Ciências da Saúde (FS) Faculdade de Ciências da Saúde (FS) |
Description: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2020. |
metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Appears in Collections: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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