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Título: O Juramento hipocrático e a fundamentação da Bioética : a herança do passado em uma era pós-hipocrática
Autor(es): Matsui, Sussumo
Orientador(es): Cornelli, Gabriele
Assunto: Antiguidade clássica
Bioética de Intervenção
Juramento hipocrático
Epistemologia
Data de publicação: 2-Abr-2020
Referência: MATSUI, Sussumo. O Juramento hipocrático e a fundamentação da Bioética: a herança do passado em uma era pós-hipocrática. 2019. 273 f., il. Tese (Doutorado em Bioética) — Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Resumo: Bioética, como disciplina, nasceu oficialmente na segunda metade do século XX. Entretanto, desde as civilizações mais remotas, os enfermos conviveram com várias formas de cura, diversas etiologias das doenças e pluriformes violações daquilo que atualmente conhecemos por ―direitos humanos‖. De fato, houve reações contra essas violações, as quais podem ser consideradas como esboços bioéticos na Antiguidade. A maior dificuldade reside no fato de bioeticistas modernos retornarem à Antiguidade para encontrarem nela uma suposta origem e fundamentos gregos dessa disciplina, especificamente na tradição e no Juramento hipocrático. Além disso, impõemse, com base nessa tradição, um respaldo positivo ou negativo, para questões persistentes, tais como benefício, dano, confidencialidade, aborto e eutanásia. Essa suposta tradição também permeou o imaginário cinematográfico e as decisões reiteradas dos tribunais. A presente pesquisa, fundamentada na Bioética da Intervenção, propõe uma via longa para tratar esse problema, a saber, identificar o significado da técnica, da saúde e da ética no mundo Antigo e esquadrinhar o sentido, o contexto e a transmissão do Juramento. Em seguida, averiguam-se os debates em torno das promessas solenes durante os séculos XIX e XX, relacionando-as e comparando-as com o nascimento e a estruturação da Bioética como disciplina e, ao mesmo tempo, explora-se as reações adversas dos bioeticistas à autoridade hipocrática. Comprova-se que não havia uma hegemonia ética e teórica entre os médicos da Antiguidade e a tradição hipocrática se revestiu de um elemento de plasticidade, se adaptando em várias situações e locais: Grécia, Alexandria e Roma. A recepção desse ethos hipocrático privilegiou o Juramento durante o Renascimento, mas após a Segunda Guerra, ―inventou-se‖ uma tradição, o Juramento Hipocrático, com uma pretensão de universalidade contra as atrocidades dos médicos e cientistas nazistas. Essa tradição persistiu no Relatório Belmont e na Bioética. Por fim, conclui-se que a Bioética pode conviver com a tradição e com uma declaração solene nas colações de grau, intervindo quando possível, de forma dialógica, pois tais promessas constituem em atos ilocutórios e podem ser instrumentos de ataque e de defesa, de benefício e de dano para os pacientes em estado de vulnerabilidade.
Abstract: Bioethics, as a discipline, was officially born in the second half of the twentieth century. However, since the most remote civilizations, the sick have lived with various forms of cure, various etiologies of diseases and pluriform violations of what we now know as "human rights." In fact, there were reactions against these violations, which can be considered as bioethical sketches in antiquity. The greatest difficulty lies in the fact that modern bioethicists return to antiquity to find in it a supposed origin and Greek foundations of this discipline, specifically in the tradition and the Hippocratic Oath. Moreover, on the basis of this tradition, positive or negative endorsement is required for persistent issues such as benefit, harm, confidentiality, abortion, and euthanasia. This supposed tradition also permeated the cinematographic imagery and the repeated decisions of the courts. This research, based on the Bioethics of Intervention, proposes a long way to deal with this problem, namely to identify the meaning of technique, health and ethics in the Ancient world and to analyze the meaning, context and transmission of the Oath. Then, the debates around the solemn promises during the nineteenth and twentieth centuries are related, comparing them and comparing them with the birth and structuring of Bioethics as a discipline, and at the same time, the adverse reactions of the to the Hippocratic authority. It is proved that there was no ethical and theoretical hegemony between the doctors of antiquity and the Hippocratic tradition was dressed in an element of plasticity, adapting in various situations and places: Greece, Alexandria and Rome. The reception of this Hippocratic ethos privileged the Oath during the Renaissance, but after the Second War a tradition, the Hippocratic Oath, was invented, with a pretension of universality against the atrocities of Nazi physicians and scientists. This tradition persisted in the Belmont Report and Bioethics. Finally, it is concluded that Bioethics can coexist with tradition and with a solemn declaration in colleges of degree, intervening when possible, in a dialogical way, since such promises constitute in illocutionary acts and can be instruments of attack and defense, of benefit and harm to patients in a state of vulnerability.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Ciências da Saúde (FS)
Faculdade de Ciências da Saúde (FS)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Bioética, 2019.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioética
Programa de Pós-Graduação em Bioética
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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