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Título: Conjugalidade e parentalidade em pais e mães separados : uma proposta de atendimento psicossocial grupal
Outros títulos: Marital and parental roles of separated parents : a psychosocial group methodology
Autor(es): Juras, Mariana Martins
Orientador(es): Costa, Liana Fortunato
Assunto: Divórcio
Família - aspectos psicológicos
Separação conjugal
Data de publicação: 22-Ago-2016
Referência: JURAS, Mariana Maertin de. Conjugalidade e parentalidade em pais e mães separados: Uma proposta de atendimento psicossocial grupal. 2016. xi, 206 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Resumo: As separações e os divórcios encontram-se em crescimento ao longo das últimas décadas no Brasil e no mundo. A separação conjugal promove uma transição familiar ainda carregada de vários preconceitos, podendo desencadear uma crise nesse sistema. Enquanto a legislação avança no sentido de agilizar e desburocratizar as decisões das famílias pela dissolução conjugal, as políticas públicas brasileiras negligenciam as especificidades das famílias separadas ou divorciadas e poucos trabalhos são desenvolvidos nessa direção. O presente trabalho tem como referencial teórico o Pensamento Sistêmico e a abordagem psicossocial e objetivou conhecer a diferenciação entre parentalidade e a conjugalidade de pais e mães em situação de separação conjugal, de baixa e média renda e que possuam filhos pequenos, e construir uma metodologia de atendimento psicossocial grupal com essas pessoas. Para tanto, utilizou-se como método a pesquisa-ação no contexto universitário e psicossocial de clínica-escola de Psicologia. Concordaram em participar desta pesquisa sete pessoas, sendo quatro mães e três pais, que foram recrutados e selecionados de acordo com os critérios, sendo destacados: estar separado do(a) ex-companheiro(a) entre quatro meses e um ano, ter filho(s) em idade infantil deste relacionamento e possuir renda pessoal de um a três salários mínimos. Os instrumentos iniciais consistiram em uma entrevista individual, seguindo roteiro de entrevista semiestruturado, aplicação de questionário semiestruturado e genograma. Posteriormente, desses participantes, três compareceram às entrevistas grupais, que totalizaram sete sessões seguindo roteiro semiestruturado, onde foram discutidos os temas conjugalidade, parentalidade, comunicação, transgeracionalidade e redes sociais, entre outros. A partir da análise temática dos resultados, foram construídos três grupos, sendo o primeiro voltado às entrevistas individuais, o segundo, às entrevistas e interações grupais, e o terceiro, à avaliação da metodologia psicossocial grupal. Os principais núcleos temáticos construídos nesses grupos de resultados foram: conjugalidade ainda presente; triangulações com filhos, familiares e Justiça; confusões e diferenciações dos papéis parentais e conjugais; processo e construção grupal; repetição de temas; contexto psicossocial como espaço de fala e escuta; medos e confianças no espaço grupal; e expansão dessa intervenção psicossocial para outras pessoas. Os resultados construídos demonstraram que a realidade das famílias separadas de baixa renda com filhos pequenos é paradoxal, contraditória, dialógica, dinâmica e recursiva, com constantes repetições, avanços, recuos e iniciações de mudanças. O contexto psicossocial grupal contribuiu para a diferenciação entre os papéis conjugais e parentais, porém o relacionamento coparental se mostrou enfraquecido, dificultando o compartilhamento de cuidados com os filhos após a separação. Sugere-se maior investimento em programas de apoio e atendimento a famílias separadas de baixa renda com filhos pequenos, incluindo essa temática nas políticas públicas de saúde, assistência social e de direitos das crianças e dos adolescentes.
Abstract: Separations and divorces are increasing over the past decades in Brazil and worldwide. Marital dissolution promotes a family transition, still addressed with prejudices, and may trigger a crisis through the system. While the laws are changing faster and less bureaucratic with families’ decisions, Brazilian policies neglect the uniqueness of these families and few programs toward them. This work is theoretical based in the Family Systems Theory with a psychosocial approach. Its aims are to understand the differentiation between parental and marital roles in the separation situation, with low-income families who have small children, and to build a psychosocial group methodology to these public. Therefore, action research was the method in the university and psychosocial setting of a Psychology academic clinic. Seven separated parents (four mothers and three fathers) participated in this study. They were recruited and selected according to the criteria of being separated between four months and one year, have young child(ren) from this relationship, and gain personal income from one to three minimum wages. Initial instruments consisted of an individual interview, following a semi-structured guide, a semi-structured questionnaire, and the participants’ family genogram. Of these participants, three attended the group interviews of seven sessions total, also following a semi-structured guide. The topics discussed were related to marital and parental roles, communication, transgenerationally, and social networks, among others. From the thematic analysis of the outcomes, three groups were built. The first was related to the individual interviews, the second, to the group interviews and interactions, and the third, to the assessment of psychosocial group methodology. The main thematic units developed from theses sets of outcomes were: marital role still present; triangulations with children, family and Justice; confusions and differentiations of parental and marital roles; group process; repetition of topics; psychosocial setting as a context for talking and listening; fears and trusts in the group setting; and expansion of this psychosocial group intervention to others. The results showed that the situation of separated low-income families with young children holds many paradoxes, contradictions, a dialogic, dynamic, and recursive reality, with many repetitions, advances, retreats, and initiations of changes. The psychosocial group context contributed to the differentiation between marital and parental roles, but the coparenting relationship proved weak, making it difficult to share childcare after separation. It is suggested greater investment in support programs and services to separated low-income families with young children, including this group in the public health, welfare, and child rights policies.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Psicologia Clínica e Cultura, 2016.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
DOI: http://dx.doi.org/10.26512/2016.07.T.21302
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