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Título: Estabilidade de traços de personalidade e suas relações com mudanças na severidade da depressão
Autor(es): Orsini, Mara Rúbia de Camargo Alves
Orientador(es): Tróccoli, Bartholomeu Tôrres
Assunto: Depressão mental
Mudança (Psicologia)
Personalidade - mudança
Data de publicação: 8-Out-2009
Referência: ORSINI, Mara Rúbia de Camargo Alves . Estabilidade de traços de personalidade e suas relações com mudanças na severidade da depressão. 2006. 90 f. Tese (Doutorado em Psicologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
Resumo: Este trabalho investigou a estabilidade dos fatores de personalidade e suas relações com mudanças na severidade dos sintomas depressivos. Personalidade foi definida a partir do modelo dos cinco fatores de personalidade. Participou da pesquisa uma amostra de trinta pacientes de um hospital psiquiátrico, localizado na cidade de Goiânia, diagnosticados com Transtorno Depressivo Maior. Foram excluídos da amostra pacientes com sintomas psicóticos ou portadores de alguma comorbidade. Os participantes foram testados em dois momentos distintos: quando sintomáticos (tempo 1, pré-tratamento) e quando assintomáticos ou em remissão parcial (tempo 2, póstratamento). O Inventário Beck de Depressão (BDI) foi utilizado para avaliar o índice da severidade depressiva e o Inventário dos Cinco Fatores de Personalidade - Reduzido (ICFP-R) foi utilizado para a avaliação dos traços de personalidade. O tempo médio de intervalo entre o teste e o reteste foi de sete semanas. O critério utilizado para a escolha do momento do pós-teste foi a mudança na severidade depressiva, avaliada pelo psiquiatra da Instituição e confirmada pelos escores no BDI. A primeira hipótese propunha uma estabilidade relativa e uma falta de estabilidade absoluta (ou seja, mudança absoluta) para os traços de personalidade extroversão e estabilidade emocional. A estabilidade relativa seria observada se a posição dos resultados de cada indivíduo, em relação aos resultados dos outros membros da amostra, permanecesse a mesma entre o pré e o pós-teste – enquanto que a estabilidade absoluta seria observada se não existissem diferenças entre as médias do pré e do pós-teste. Esperava-se, também, que a média dos outros três traços de personalidade, menos correlacionados com sintomas depressivos, não diminuiria do pré-teste para o pós-teste (estabilidade absoluta), bem como se esperava que a posição de cada indivíduo, em relação aos outros indivíduos na amostra, permaneceria a mesma (presença, também, de estabilidade relativa). Portanto, a primeira hipótese propunha uma estabilidade relativa e mudança absoluta para os fatores extroversão e estabilidade emocional e estabilidade relativa e absoluta para os demais fatores do modelo pentafatorial. A segunda hipótese afirmava que a estabilidade relativa dos fatores de personalidade não estaria relacionada à severidade dos sintomas depressivos, mas sim aos níveis desses traços antes do tratamento. Os resultados indicaram que tanto a estabilidade relativa quanto a mudança absoluta na personalidade podem ser observadas no contexto de mudança aguda na severidade depressiva. Mesmo quando mudanças absolutas ocorrem na personalidade, um alto grau de estabilidade também pode ser observado. Foi verificado também que a estabilidade relativa e a mudança absoluta na personalidade não podem ser explicadas diretamente por diferenças individuais ou mudanças absolutas na severidade da depressão. São discutidas, ainda, limitações e possíveis implicações e aplicações dos resultados para a prática clínica. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT
The present work investigated the stability of personality factors and their relationships with changes in the severity of depression symptoms. Personality was defined according to the five-factor model of personality. The participants were a sample of thirty in house patients, from a psychiatry hospital, located in Goiânia, diagnosed with Major Depressive Disorder. The patients who showed psychotic symptoms or some other comorbidity were excluded from the sample. The thirty patients answered two questionnaires twice: when they were symptomatic (panel 1, pretreatment) and when they were not symptomatic or in a partial recovering phase (panel 2, post-treatment). The Beck Depression Inventory (BDI) was applied to assess the severity level of the patients’ depression and the Reduced Five Factors of Personality Inventory (ICFP-R) was used for the assessment of the personality traits. The time period between test and retest had a mean of seven weeks. The criteria used to decide the time for the posttest was the observed change in the severity of depressive symptoms as assessed by the psychiatrist of the hospital and confirmed by the BDI scores. The first hypothesis suggested relative stability and lack of absolute stability (that is, absolute change) for the personality traits of extroversion and emotional stability. Relative stability is observed when the position of the individual, compared to the results of the other members of the sample, remain the same in the pre- and postest – while the absolute stability is observed when there were no differences in the pre- and postest means. It was also expected that the means of the other three personality traits, the ones with low correlations to the depressive symptons, did not decrease between pre- and postest (absolute stability) and that the position of each individual, compared with the others in the same sample, would stay the same (also showing relative stability). This way, the first hypothesis suggested relative stability and absolute change for extroversion and emotional stability factors and relative and absolute stability for the others factors in the pentafactorial model. The second hypothesis, stated that the relative stability of the personality factors would not be related to the severity of the depressive symptoms, but to the traits’ levels observed before the treatment. The results showed that the relative stability and the absolute change in personality could be observed in the context of change in the severity of the depression. Even when absolute changes happened in the personality, a high degree of stability could be observed. It was also observed that the relative stability and the absolute change in the personality could not be directly explained by individual differences and absolute changes in the severity of the depression. New psychotherapeutically based procedures and limitations taking these findings into account are discussed.
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2006.
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