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2014_SusanElizabethMartinsCesardeOliveira.pdf | 2,89 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Cadeias globais de valor e os novos padrões de comércio internacional : uma análise comparada das estratégias de inserção de Brasil e Canadá |
Autor(es): | Oliveira, Susan Elizabeth Martins Cesar de |
Orientador(es): | Sato, Eiiti |
Assunto: | Comércio internacional Política comercial Cadeias globais de valor |
Data de publicação: | 13-Mai-2014 |
Data de defesa: | 28-Jan-2014 |
Referência: | OLIVEIRA, Susan Elizabeth Martins Cesar de. Cadeias globais de valor e os novos padrões de comércio internacional: uma análise comparada das estratégias de inserção de Brasil e Canadá. 2014. 223 f., il. Tese (Doutorado em Relações Internacionais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014. |
Resumo: | Esta tese chama atenção para a importância da compreensão da globalização produtiva e comercial para a formulação e análise de políticas comerciais contemporâneas. Partindo do conceito de “cadeias globais de valor (CGVs)”, a tese advoca a existência de um “modelo cognitivo” ou “visão de mundo” construída em torno de um arcabouço teórico explicativo multidisciplinar sob o qual desenvolveu-se a representação dessa estrutura material globalizada, onde a fragmentação e dispersão geográfica da produção se tornam centrais. Destaca o aporte que esse modelo traz para justificar o liberalismo comercial e a eliminação de um conjunto “heterodoxo” de novas barreiras ao comércio, enfatizando os altos custos da proteção. Argumenta, no entanto, que o etos liberalizante embutido no conceito de CGVslimita-se ao “liberalismo de redes” em contraposição ao “liberalismo multilateral”. O trabalho discute as implicações desse modelo explicativo para a política comercial, analisando especificamente as estratégias de inserção no comércio internacional adotadas por Brasil e Canadá na última década. Para realizar a comparação entre os dois países, a tese propõe o conceito de “política comercial orientada pelo modelo das cadeias globais de valor”, composto por quatro variáveis que são aplicadas à experiência empírica brasileira e canadense: i) adoção de uma definição ampla de comércio internacional (“comércio integrado”); ii) facilitação de acesso ao mercado doméstico e busca por acesso privilegiado a mercados chaves; iii) reconhecimento de barreiras ao comércio heterodoxas e busca por sua eliminação; iv) promoção comercial voltada para a integração de pequenas e médias empresas em cadeias globais de valor. Como resultado da pesquisa, observa-se que o Canadá pode ser incluído dentre uma primeira geração de países que adotaram políticas comerciais explicitamente informadas pelo modelo cognitivo das CGVs. Por outro lado, no caso brasileiro, as políticas comerciais implementadas na última década demonstram uma posição ambivalente frente à globalização econômica, permitindo que o País se integre apenas superficialmente aos fluxos produtivos e comerciais internacionais. Argumenta-se que a limitação desta integração deva-se, em grande parte, às políticas comerciais não orientadas pelo modelo das CGVs, voltadas para a proteção e reserva de mercado doméstico e regional. A política comercial brasileira, construída no contexto de um projeto estratégico de desenvolvimento, tem sido moldada segundo uma visão de mundo na qual predomina a antiga clivagem Norte-Sul. Assim, policymakers têm observado com cautela a globalização produtiva, buscando antes blindar o País de seus impactos do que propriamente integrá-lo de forma competitiva à tendência de fragmentação e dispersão da produção. O trabalho enfatiza, por fim, a utilidade do modelo das CGVs para uma análise profunda sobre os desafios e possibilidades reais de posicionamento competitivo do Brasil na economia globalizada, tendo em conta as estratégias adotadas por países competidores, como o Canadá. Argumenta, em conclusão, que possíveis reorientações em direção ao modelo das CGVs sejam realizadas de forma crítica e embasadas em análises subseqüentes acerca de níveis ideais de liberalização que levem em consideração as oportunidades de upgrading produtivo e tecnológico proporcionadas pela participação em cadeias globais de valor. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT This dissertation points out that contemporary trade policymaking must take into account the globalization of production and trade. Building upon the “global value chains” concept, the dissertation advocates that a “cognitive model” or a “mindset” has developed from a multidisciplinary theoretical framework that represents this globalized material structure, in which the fragmentation and geographic dispersion of production has taken center stage. It highlights the contribution that this model brings to legitimate trade liberalism and the elimination of a set of heterodox trade barriers, underscoring the high costs of protection. The dissertation argues, however, that the liberalizing ethos embedded in the GVCs’ concept is limited to the “network liberalism” in opposition to the “multilateral liberalism”. This dissertation discusses the implications of the GVCs’ model to commercial policy, focusing on the trade strategies that Brazil and Canada have implemented throughout the last ten years. It develops the concept of “GVCs-oriented trade policy”, which is applied in the comparison between the two cases. The concept encompasses four variables, which are tested against Brazil’s and Canada’s empirical experiences: i) the adoption of an integrated trade concept; ii) measures aimed at facilitating access to the domestic market for importing world class components and inputs, as well as seeking improved market access in key markets (mainly through the negotiation of preferential trade agreements); iii) recognition of untraditional trade barriers, seeking to eliminate them; iv) development of trade promotion mechanisms aimed at integrating small and medium enterprises into global value chains (mainly through links with lead firms/first and second tiers suppliers). Research results point out that Canada can be included among a first generation of countries that have adopted trade policies explicitly informed by the GVCs’ cognitive model. On the other hand, in the Brazilian case, trade policies implemented in the last ten years have shown an ambivalent stance towards economic globalization, which have allowed the country to integrate only superficially into international productive and commercial flows. The dissertation argues that the limitation of this integration derives from trade policies that are not GVCs-oriented. Brazil’s trade strategy, embedded in a development project, has been crafted based on the traditional North-South dichotomy. Therefore, instead of pursuing a competitive integration into global production and trade, Brazil has sought to shield itself from the trend of fragmented and geographically dispersed production. The dissertation underscores, in addition, the relevance of applying the GVCs’ cognitive model to conduct a deep analysis of the challenges and real possibilities of competitively positioning Brazil in the global economy, in light of the strategies competing countries, such as Canada, have adopted. In conclusion, the dissertation argues that a possible reorientation towards the GVCs’ model should be performed in a critical and analytical way, supported by subsequent analysis of the ideal levels of liberalization to be implemented in Brazil, taking into account the opportunities for technological and productive upgrading through the participation into global value chains. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Relações Internacionais (IREL) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília,Instituto de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, 2014. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais |
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