| Campo DC | Valor | Idioma |
| dc.contributor.advisor | Magalhães, Kelly Grace | - |
| dc.contributor.author | Melo, Heloísa Antoniella Braz de | - |
| dc.date.accessioned | 2025-12-01T16:40:03Z | - |
| dc.date.available | 2025-12-01T16:40:03Z | - |
| dc.date.issued | 2025-12-01 | - |
| dc.date.submitted | 2025-08-01 | - |
| dc.identifier.citation | MELO, Heloísa Antoniella Braz de. Investigação da resposta inflamatória durante a patogênese do vírus Zika: da interface materno-fetal à neuroinflamação. 2025. 130 f., il. Tese (Doutorado em Patologia Molecular) — Universidade de Brasília, Brasília, Brasília, 2025. | pt_BR |
| dc.identifier.uri | http://repositorio.unb.br/handle/10482/53310 | - |
| dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Patologia Molecular, 2025. | pt_BR |
| dc.description.abstract | Durante o surto de vírus Zika (ZIKV) de 2015-2016, uma correlação positiva entre o
ZIKV e defeitos congênitos classificou-o como uma infecção TORCH, representando uma
ameaça significativa para gestantes e seus bebês. Apesar dos avanços ao longo desses dez anos
desde a epidemia, o entendimento mecanicista de como a infecção por ZIKV influencia a
barreira placentária, um tecido crucial que separa o feto em desenvolvimento do compartimento
materno, ainda é amplamente necessário. Um dos principais desafios tem sido o uso de modelos
experimentais imunocompetentes adequados, que permitam distinguir entre os efeitos causados
pela inflamação materna induzida pelo ZIKV, ou seja, quando a resposta inflamatória da mãe
impacta indiretamente o feto, daqueles decorrentes da infecção direta dos tecidos fetais pelo
vírus. Além disso, ainda é necessário o melhor entendimento de como o ZIKV impacta algumas
células cruciais na regulação da neuroinflamação no sistema nervoso central, como a micróglia.
Diante disto, essa tese foi dividida em dois capítulos. O capítulo I tem como objetivo: aplicar
um modelo experimental adequado para fornecer evidências de que a inflamação materna
contribui para a patogênese do ZIKV nos descendentes, incluindo alterações imunológicas e
comportamentais; desvendar esses mecanismos pode contribuir para a compreensão dos
impactos duradouros da exposição ao ZIKV durante a gestação, ampliando o conhecimento
sobre suas consequências para o desenvolvimento fetal que extrapolem a Síndrome Congênita
do Zika (SCZ). Ao cruzar fêmeas WT (resistentes ao ZIKV) com machos hSTAT2 knock-in
(KI), sendo este um genótipo suscetível à infecção, foram gerados descendentes expressando a
proteína hSTAT2 em tecidos de origem fetal, incluindo a placenta, mas não nas mães, criando
assim descendentes suscetíveis ao ZIKV em um ambiente materno resistente. Em contraste,
fêmeas heterozigotas hSTAT2 KI, suscetíveis ao ZIKV, foram cruzadas com machos WT,
permitindo gerar descendentes expressando hSTAT2 KI e WT dentro da mesma fêmea grávida,
todos gerados em um ambiente materno suscetível ao ZIKV. As fêmeas grávidas foram
infectadas no dia embrionário 10.5 (E10.5) e os tecidos foram coletados no dia E17.5. Foi
constatado que a carga viral nas placentas de mães resistentes e suscetíveis era comparável,
mas fetos derivados de mães suscetíveis apresentaram maior expressão de marcadores
inflamatórios na placenta e aumento na porcentagem de células CD11c+MHC-II+, bem como
linfócitos T CD8+. O efeito foi mais pronunciado na prole fêmea em comparação a de machos,
as quais apresentaram maior porcentagem de células NK1.1+ e linfócitos T CD8+.
Curiosamente, a prole fêmea também apresenta maior expressão de AXL e diminuição da
expressão do receptor do interferon tipo-III na placenta, o que pode contribuir para a sua maior suscetibilidade. Após o nascimento, as fêmeas demonstraram alteração comportamental
através do aumento de vocalizações, mantiveram a expressão mais elevada de citocinas e,
quatro semanas após o nascimento, as fêmeas exibiram maior porcentagem de linfócitos T
CD8+ efetores no baço, indicando efeitos imunológicos a longo prazo. Em conjunto, esta tese
contribui para o entendimento de que a inflamação materna e a suscetibilidade específica por
sexo possam ser importantes componentes para o entendimento da patogênese do ZIKV, com
implicações a longo prazo para a saúde dos indivíduos expostos durante a gestação. Os dados
reportados reforçam a necessidade de acompanhamento de crianças expostas à infecção
congênita e ampliam o alerta para investigar se essa exposição pode estar associada a impactos
no neurodesenvolvimento dos descendentes, mesmo na ausência de sinais clínicos clássicos da
Síndrome Congênita do Zika.
Já o capítulo II tem como objetivo: investigar o impacto da infecção da micróglia
humana pelo ZIKV, verificando também as alterações metabólicas induzida por este vírus neste
modelo celular in vitro. Para isso, foi utilizada a linhagem celular microglial humana (C20)
para a avaliação da ativação celular, inflamatória e metabólica induzida pelo ZIKV nesta célula,
in vitro. Observou-se que, ao contrário de neurônios e astrócitos, o ZIKV aumentou a
capacidade respiratória mitocondrial de micróglias, sustentando a viabilidade e ativação celular
de forma prolongada. A diminuição observada nos níveis de glicose, acompanhada pelo
acúmulo de intermediários do ciclo do ácido cítrico, é um padrão geralmente associado a uma
respiração glicolítica elevada. No entanto, a fosforilação oxidativa permaneceu funcional, e o
consumo de glutamato observado sugere uma mudança metabólica que apoia as demandas
celulares em resposta à infecção, mantendo a eficiência energética. No Capítulo II,
demonstramos que a infecção por ZIKV induz uma reprogramação metabólica em micróglias,
permitindo sua ativação inflamatória e manutenção da viabilidade durante a replicação viral.
Esses resultados evidenciam o papel dual dessas células na patogênese do ZIKV, atuando
simultaneamente como mediadoras de neuroinflamação e reservatório viral, com potenciais
impactos duradouros na saúde dos indivíduos expostos. | pt_BR |
| dc.description.sponsorship | Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). | pt_BR |
| dc.language.iso | por | pt_BR |
| dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
| dc.title | Investigação da resposta inflamatória durante a patogênese do vírus Zika : da interface materno-fetal à neuroinflamação | pt_BR |
| dc.type | Tese | pt_BR |
| dc.subject.keyword | Neuroinflamação | pt_BR |
| dc.subject.keyword | Zika vírus | pt_BR |
| dc.subject.keyword | Resposta inflamatória | pt_BR |
| dc.subject.keyword | Transmissão vertical | pt_BR |
| dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
| dc.description.abstract1 | During the 2015–2016 Zika virus (ZIKV) outbreak, a positive correlation between
ZIKV infection and congenital malformations led to its classification as a TORCH infection,
posing a significant threat to pregnant women and their babies. Despite scientific advances over
the past decade, a deeper mechanistic understanding of how ZIKV infection impacts the
placental barrier, a crucial tissue separating the developing fetus from the maternal
compartment, remains necessary. One of the ongoing challenges has been the development of
suitable immunocompetent experimental models capable of distinguishing between maternal
inflammation induced by ZIKV and the virus’s direct effects on the offspring. Besides, a better
understanding of how ZIKV impacts the key cells related to neuroinflammation in the central
nervous system (CNS), such as microglia, is still necessary. Considering these aspects, the
current thesis was developed in two chapters. The aim of Chapter 1 is to apply an appropriate
experimental model to prove that maternal inflammation triggered by ZIKV contributes to
immunological and behavioral alterations in offspring. Elucidating these mechanisms may
deepen our understanding of the long-lasting consequences of ZIKV exposure during gestation,
expanding the current knowledge beyond Congenital Zika Syndrome (CZS). To study these
effects, wild-type (WT) females, resistant to ZIKV, were mated with hSTAT2 knock-in (KI)
males, whose genotype is susceptible to infection. This generated offspring expressing human
STAT2 in fetal-derived tissues, including the placenta, but not in the mother, thus creating
ZIKV-susceptible fetuses within a ZIKV-resistant maternal environment. Conversely, hSTAT2
KI heterozygous females (susceptible to ZIKV) were mated with WT males, resulting in both
hSTAT2 KI and WT offspring developing within the same pregnant dam, this time in a ZIKVsusceptible maternal environment. Pregnant females were infected on embryonic day 10.5
(E10.5), and tissues were harvested at E17.5. Viral load in the placentas of both resistant and
susceptible mothers was comparable. However, fetuses from susceptible mothers demonstrated
a higher expression of inflammatory markers in the placenta, along with an increased
percentage of CD11c⁺MHC-II⁺ cells and CD8⁺ T lymphocytes. The effects were more
pronounced in female offspring, showing a greater proportion of NK1.1⁺ cells and CD8⁺ T
cells. Interestingly, female offspring also exhibited increased expression of AXL and decreased
expression of the type III interferon receptor in the placenta, which may contribute to their
heightened susceptibility. After birth, female offspring demonstrated behavioral changes
characterized by an increase in vocalizations and exhibited elevated cytokine expression in the
brain. 4 weeks post-birth, females had a higher percentage of effector CD8⁺ T cells in the spleen, indicating long-term immune alterations. Taken together, we propose that maternal
inflammation and sex-specific susceptibility may be key components in understanding ZIKV
pathogenesis, with long-term implications for the health of individuals exposed during
gestation, even in the absence of the classical clinical signs of Congenital Zika Syndrome. The
findings support the need for continued monitoring of children exposed to congenital infection
and highlight the importance of investigating whether such exposure may be associated with
neurodevelopmental impacts in the offspring.
In chapter 2, the aim is to investigate the impact of human microglial infection with ZIKV,
focusing on metabolic alterations induced by this virus in vitro. To achieve this, the human
microglial cell line (C20) was infected with ZIKV, and cellular activation parameters,
mitochondrial dynamics, and metabolism were evaluated throughout the infection. It was
found that, in contrast to neurons and astrocytes, ZIKV infection increased mitochondrial
respiratory capacity in microglia, supporting prolonged cell viability and activation. Observed
reductions in glucose levels and accumulation of tricarboxylic acid (TCA) cycle intermediates
are typically associated with enhanced glycolytic respiration. However, oxidative
phosphorylation remained functional, and the consumption of glutamate indicates a metabolic
adaptation that meets cellular demands during infection while preserving energy efficiency. In
Chapter II, we demonstrate that ZIKV infection induces metabolic reprogramming in
microglial cells, enabling both inflammatory activation and the maintenance of cell viability
during viral replication. These results demonstrate the dual role of microglia in ZIKV
pathogenesis, acting simultaneously as mediators of neuroinflammation and as viral reservoirs,
with potential long-lasting consequences for exposed individuals. | pt_BR |
| dc.description.unidade | Faculdade de Medicina (FM) | pt_BR |
| dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Patologia Molecular | pt_BR |
| Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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