Caracterização dos fatores humanos frente à utilização de Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista (ADAS) : um estudo comportamental

Abstract

Contexto: Os sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS) são tecnologias que automatizam, facilitam e otimizam as operações dos veículos, interferindo diretamente em aspectos como frenagem, aceleração e dirigibilidade. A utilização dessas tecnologias impacta a psicologia da direção, considerando níveis de automação que vão do totalmente manual (Nível 0) ao completamente autônomo (Nível 5). Embora os sistemas ADAS promovam uma condução mais segura, compreender a interação entre ADAS e fatores humanos ainda é desafiador. Poucos estudos investigam as reações físicas e cognitivas dos condutores em relação às características das vias e do tráfego no Brasil. Objetivo: Este trabalho analisou e caracterizou os fatores humanos no comportamento de motoristas durante a condução de veículos de Nível 2 de automação, focando no sistema de assistência de permanência de faixa, do inglês Lane Keeping Assist System (LKAS), e no sistema de aviso de colisão frontal, do inglês Forward Collision Warning System (FCWS), no contexto do Distrito Federal (DF). Método: Desenvolveu-se uma instrumentação para aquisição de dados do veículo e do condutor, baseada na análise de cinco sinais fisiológicos: frequência cardíaca, respiração, resposta galvânica da pele, atividade muscular e atividade cerebral. Os ensaios foram conduzidos em tráfego real e simulações virtuais para validar o circuito de aquisição. A seleção dos motoristas participantes foi realizada por meio de um questionário de comportamento, identificando características individuais e tendências comportamentais relevantes. Resultados: De modo geral, os motoristas se autoavaliaram positivamente, mas admitiram propensão a erros e violações no trânsito. A interação condutor-veículo variou entre os participantes, sugerindo que fatores comportamentais influenciam diretamente as respostas fisiológicas. Observou-se que a experiência prévia dos condutores com essas tecnologias também impactou a resposta fisiológica. Parâmetros como velocidade, constância de velocidade e padrões de aceleração e desaceleração foram associados às características dos motoristas. Conclusão: A pesquisa mostrou-se útil para o entendimento dos fatores humanos na interação condutor-veículo, estabelecendo bases para futuras investigações. Além disso, apresentou uma análise inicial das respostas fisiológicas à ativação de sistemas de segurança no tráfego brasileiro, reforçando a importância do estudo do comportamento humano no uso de tecnologias de assistência ao motorista.