Da ocupação à Região Administrativa do Itapoã: uma análise do espaço/tempo da periferia do Distrito Federal.

Abstract

A segregação socioespacial sempre foi um problema dentro do Brasil, assim sendo milhares de pessoas sempre foram excluídas no território nacional, seja devido a sua cor de pele, classe social, gênero e/ou localização no espaço. Todavia, essa condição nunca foi recebida de maneira pacífica por esses grupos excluídos, por consequência sempre teve resistência no decorrer da história contra essas opressões. Esta pesquisa busca demonstrar mais uma dessas histórias de resistência presente na realidade latino-americana brasileira. No caso em questão, foi analisada a realidade do Itapoã, uma das Regiões Administrativas de Brasília, capital do Brasil, que surge a partir de algumas ocupações e se torna uma das maiores periferias da capital. Desta forma, este trabalho busca analisar o processo de segregação socioespacial da Região Administrativa do Itapoã/DF, propondo a sua periodização a partir da análise das primeiras ocupações até a atual condição de uso do território. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma pesquisa com o método dialético espacial, baseado nas obras de Milton Santos e Edward Soja. Na metodologia, foi realizada uma análise qualiquantitativa, logo foi feita uma análise qualitativa (bibliográfica, documental, saídas de campo) e quantitativa (dados estatísticos e cartográficos) do local delimitado. Como resultado, foi possível observar que a segregação socioespacial vai se modificando com o decorrer da história do Itapoã, principalmente devido às diversas intervenções realizada pelo Estado no território do Itapoã e devido a atuação dos habitantes, que além de ganhar o território, também foram responsáveis por melhor as condições de uso, principalmente as relacionadas às moradias. Entretanto, não é possível afirmar que essas pessoas saíram da condição de segregados, pois o uso do território ainda se encontra disponibilizado de maneira desigual no território, visto que muitas localidades ainda não possuem infraestrutura básica para o funcionamento das cidades, o que impossibilita os habitantes a terem acesso a todos os direitos que um cidadão deveria possuir na sociedade atual