Instituições, crenças e janelas de pportunidade no Brasil pós 2015

Abstract

O objetivo deste trabalho é aplicar a teoria institucionalista, especialmente a de Alston, à análise dos eventos ocorridos no Brasil após 2014. Trata-se, de fato, de uma tentativa de continuidade de um livro do autor que segue essa mesma abordagem, mas para um período anterior, cuja análise se encerra em 2014. A questão central a ser respondida é se as crenças identificadas pelos autores permaneceram as mesmas ou se sofreram alterações ou acréscimos ao longo do tempo. Para responder a essa questão, o trabalho inicia-se com uma introdução ao ferramental institucionalista e à abordagem de Alston, seguida de acréscimos teóricos que incorporam novos elementos observados no período pós-2014. Além disso, tabelas e gráficos são utilizados para apresentar os dados de forma objetiva. A principal conclusão é que a crença na inclusão social fiscalmente responsável não apenas permaneceu vigente, mas foi determinante, por exemplo, na queda de Dilma Rousseff. Além disso, conclui-se que Michel Temer também aderiu a essa crença e que Jair Bolsonaro, embora inicialmente relutante, foi coagido a segui-la. A relevância do tema é significativa tanto para a ciência política, por oferecer uma análise institucionalista dos eventos recentes, quanto para a ciência econômica, ao fornecer insights que podem orientar futuros formuladores de políticas públicas sobre as expectativas do país e da rede dominante.