http://repositorio.unb.br/handle/10482/52342
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2024_ElianeCespedesPaesHuard_DISSERT.pdf | 6,28 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Alterações neurorradiológicas da morfologia da hipófise de crianças e adolescentes após traumatismo cranioencefálico |
Autor(es): | Huard, Eliane Cêspedes Paes |
Orientador(es): | Castro, Luiz Claudio Gonçalves de |
Assunto: | Traumatismo cranioencefálico Ressonância magnética Pediatria Hipófise |
Data de publicação: | 25-Jun-2025 |
Data de defesa: | 22-Jan-2024 |
Referência: | HUARD, Eliane Cêspedes Paes. Alterações neurorradiológicas da morfologia da hipófise de crianças e adolescentes após traumatismo cranioencefálico. 2024. 94 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
Resumo: | Introdução. O traumatismo cranioencefálico (TCE) está associado a um risco potencial de desencadear alterações anatômicas e/ou funcionais em diversas estruturas cerebrais. Dentre as possíveis consequências do TCE moderado a grave estão as alterações estruturais e/ou funcionais da região hipotálamo-hipófise, que podem ser transitórias ou permanentes. A maior parte dos estudos disponíveis focam nos distúrbios funcionais da hipófise pós-TCE, sendo escassos os estudos sobre as alterações na morfologia da hipófise pós-trauma, em especial aqueles a médio e longo prazo. Nesse campo do conhecimento, nós não encontramos estudos na literatura que avaliassem o impacto do TCE na morfologia hipofisária de crianças e adolescentes ao longo do tempo. Essa pesquisa pode contribuir com dados que auxiliem outros estudos na investigação de detalhes dos mecanismos fisiopatológicos da disfunção hipofisária pós-TCE em indivíduos em fase de crescimento. Objetivos. Descrever as dimensões lineares e volumétricas hipofisárias pós-TCE, a curto, médio e longo prazo, através de exames de imagem de Ressonância Magnética (RM) de crianças e adolescentes acompanhados na Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação em Brasília (DF); reconhecer a distribuição dos casos de TCE de acordo com a idade do paciente no momento do trauma, sexo, gravidade e mecanismo do trauma na população estudada; descrever a frequência de lesões estruturais de crânio e hipófise entre pacientes pediátricos pósTCE; avaliar se há correlação entre o padrão evolutivo das dimensões hipofisárias com o sexo, a idade dos pacientes no momento do trauma, a presença de fraturas no momento do TCE e com o genótipo da Apolipoproteína E (APOE) do paciente; e avaliar se há correlação entre a idade do paciente no momento do TCE e do genótipo da APOE com sua evolução clínica. Métodos. Esse é um estudo retrospectivo transversal e longitudinal de uma coorte de crianças e adolescentes que sofreram TCE em idade inferior a 16 anos e 11 meses, acompanhados no Programa de Neurorreabilitação da Unidade SARAH Brasília e do Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação no Lago Norte, Brasília, DF. Exames de imagem de RNM do sistema nervoso central desse grupo de crianças e adolescentes, realizadas entre 2009 e 2021, foram analisadas. As três dimensões lineares hipofisárias (altura coronal, largura coronal e largura sagital) e os respectivos volumes das glândulas hipófises foram obtidos analisando-se os exames de imagem em cortes médio-sagital e coronal, todas avaliadas pelo mesmo observador. As dimensões hipofisárias foram analisadas em termos de Z-escore. Os pacientes foram agrupados de acordo com o sexo e o tempo pós-TCE em que os exames de imagem foram realizados nos Grupos 1 (G1- exames de imagem realizados durante o primeiro ano pós-TCE; Grupo 2 (G2, exames de imagem realizados entre 1 e 2 anos pós-TCE); Grupo 3 (G3, exames de imagem realizados entre 2 e 3 anos pós-TCE); Grupo 4 (G4, exames de imagem realizados entre 3 e 4 anos pós-TCE); Grupo 5 (G5, exames de imagem realizados entre 4 e 5 anos pósTCE) e Grupo 6 (G6, exames de imagem realizados mais de 5 anos pós-TCE). A evolução clínica pós-TCE dos pacientes foi analisada de acordo com a variáveis, sexo, idade ao momento do trauma, gravidade e mecanismo do trauma e genótipo da APOE. A evolução ao longo do tempo pós-TCE das dimensões e volumes hipofisários foram analisados e correlacionados com as variáveis sexo do paciente, idade no momento do trauma, tempo pós-TCE, presença de fraturas cranianas ao TCE e genótipo da APOE. Resultados. Foram avaliados os dados clínicos e imaginológicos de 79 pacientes (31 do sexo feminino, 39,2%). Houve maior proporção de pacientes do sexo masculino (p=0,007). A mediana da idade do grupo total na época do TCE foi de 5,8 anos (variando de 0,2 a 13,7 anos), sem diferença entre os sexos (p=0,749). Foram analisados 152 exames de imagem de RM com foco nas dimensões da hipófise, com 49 pacientes (62%) tendo mais de uma sequência de exames de imagem realizados ao longo do tempo pós-TCE analisada. O tempo entre o TCE e a RM da hipófise variou de 0,1 a 15,8 anos. Redução do volume hipofisário (Z-escore de volume abaixo de -2 desvios-padrão) foi encontrada em 47/152 exames de imagem (30,1%), sendo 72% desse grupo do sexo feminino. Todas essas imagens com redução do volume da hipófise corresponderam a pacientes que haviam sofrido TCE grave. O comportamento do volume e das dimensões lineares da hipófise ao longo do tempo pós-TCE dos pacientes do grupo estudado desenhou uma curva em formato em U, com nadir dos valores no período de 3 a 4 anos pósTCE, seguido de recuperação do tamanho da hipófise (ANOVA para a evolução longitudinal do volume hipofisário, p=0,0000054). O grupo que sofreu TCE entre 3 e 10 anos de idade apresentou maiores mudanças no volume hipofisário ao longo do tempo (p = 0,0005). O grupo com o genótipo APOE4 mostrou um comportamento mais intenso em relação à queda do volume hipofisário, ano a ano, ao longo dos quatro anos pós-TCE (ANOVA, p = 0,000057), quando comparado ao grupo não APOE4 (ANOVA, p = 0,0399). Não houve diferença no padrão evolutivo das dimensões hipofisárias ao longo do tempo pós-TCE em relação à presença de fraturas no momento do TCE (p = 0,947). Conclusão. No presente estudo, houve maior prevalência de pacientes do sexo masculino vítimas de TCE, de casos graves de TCE e de traumas decorrentes de acidentes de trânsito. Foram analisados 152 exames de imagem de hipófise. A redução do volume hipofisário foi encontrada em 30,1% dos exames de imagem, sendo 72% desse grupo do sexo feminino. Na avaliação longitudinal em relação ao comportamento do volume hipofisário e de suas dimensões lineares (altura e largura) pós-TCE, foi observada uma curva em U com nadir por volta de 3-4 anos pós-trauma, com o grupo que sofreu TCE entre 3 e 10 anos de idade apresentando maiores mudanças no volume hipofisário ao longo do tempo. O grupo com o genótipo APOE4 mostrou um comportamento mais intenso em relação à queda do volume hipofisário, ao longo dos quatro anos pós-TCE, Parece haver uma tendência de comportamento transitório menos favorável de comprometimento no sexo feminino |
Abstract: | Introduction. Traumatic brain injury (TBI) is associated with a potential risk of triggering anatomical and/or functional alterations in various brain structures. Among the possible consequences of moderate to severe TBI are structural and/or functional alterations in the hypothalamus-pituitary region, which may be transient or permanent. Most of the available studies focus on functional disorders of the pituitary gland after TBI, and there are few studies on changes in the morphology of the pituitary gland after trauma, especially in the medium and long term. In this field of knowledge, we found no studies in the literature that evaluated the impact of TBI on the pituitary morphology of children and adolescents over time. This research may contribute with data that may support other studies to investigate the details of the pathophysiological mechanisms of post-TBI pituitary dysfunction in growing individuals. Objectives. To describe the linear and volumetric dimensions of the pituitary gland after TBI, in the short, medium and long term, using Magnetic Resonance Imaging (MRI) of children and adolescents followed up at the Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação in Brasilia (DF); to recognize the distribution of TBI cases according to the patient's age at the time of the trauma, sex, severity and mechanism of the trauma in the studied population; to describe the frequency of structural lesions of the skull and pituitary gland among pediatric patients post-TBI; to assess whether there is a correlation between the longitudinal pattern of pituitary dimensions with sex, the age of the patients at the time of the trauma, the presence of fractures at the time of the TBI and with the patient's apolipoprotein E (APOE) genotype; and to assess whether there is a correlation between the age of the patient at the time of the TBI and the APOE genotype with their clinical evolution. Methods. This is a retrospective transversal and longitudinal study of a cohort of children and adolescents who experienced TBI under the age of 16 years and 11 months, followed up at the Neurorehabilitation Program from the SARAH Brasília Unity and the International Center for Neuroscience and Rehabilitation in Lago Norte, Brasilia (DF). MR images of the central nervous system of this group of children and adolescents, taken between 2009 and 2021, were analyzed. The three pituitary linear dimensions (coronal height, coronal width, and sagittal width) and the respective volumes of the pituitary glands were obtained by analyzing the images in midsagittal and coronal sections, all evaluated by the same observer. Pituitary dimensions were analyzed in terms of Z-score. The patients' post-TBI clinical evolution was analyzed according to variables, sex, age at the time of the trauma, severity and mechanism of the trauma and APOE genotype. The evolution of pituitary dimensions and volumes over time after TBI was analyzed and correlated with the following variables: sex, age at the time of trauma, time after TBI, presence of skull fractures after TBI and APOE genotype. Results. The clinical and imaging data of 79 patients was evaluated (31 female, 39.2%). There was a higher proportion of male patients (p=0.007). The median age of the total group at the time of the TBI was 5.8 years (ranging from 0.2 to 13.7 years), with no difference between the sexes (p=0.749). 152 MRI images focusing on the dimensions of the pituitary gland were analyzed, with 49 patients (62%) having more than one sequence of images taken over the time post-TBI analyzed. The time between TBI and pituitary MRI ranged from 0.1 to 15.8 years. A reduction in pituitary volume (Z-score of volume below -2 standard deviations) was found in 47/152 images (30.1%), 72% of which were female. All these images with reduced pituitary volume corresponded to patients who had suffered severe TBI. The behavior of the volume and linear dimensions of the pituitary gland over time after TBI of the patients in the group studied drew a U-shaped curve, with a nadir of the values in the period of 3 to 4 years after TBI, followed by recovery of the size of the pituitary gland (ANOVA for the longitudinal evolution of pituitary volume, p=0.0000054). The group that experience TBI between 3 and 10 years of age showed greater changes in pituitary volume over time (p = 0.0005). The group with the APOE4 genotype showed a more intense behavior in relation to the drop in pituitary volume, year on year, over the four years after TBI (ANOVA, p = 0.000057). Conclusion. In this study, there was a higher prevalence of male victims of TBI, severe cases of TBI and trauma resulting from traffic accidents. There was no correlation between the patient's age at the time of the TBI and the APOE genotype with their clinical evolution. 152 pituitary image exams were analyzed, with a median post-TBI follow-up time of 2.5 years, ranging from 0.08 to 15.8 years. A reduction in pituitary volume was found in 30.1% of the images, 72% of which were female. Longitudinally, a U-shaped curve was observed in relation to the behavior of pituitary volume and its linear dimensions (height and width) after TBI, with a nadir around 3-4 years after trauma, with the group that suffered TBI between 3 and 10 years of age showing greater changes in pituitary volume over time. The group with the APOE4 genotype showed a more intense behavior in relation to the drop in pituitary volume, year after year, over the four years after TBI. Although there was no difference between the sexes in the pattern of behavior of the pituitary dimensions over time after TBI, there seems to be a tendency towards a less favorable transient behavior among females. |
Unidade Acadêmica: | Faculdade de Ciências da Saúde (FS) |
Informações adicionais: | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2024. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
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