Valoração econômica do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Abstract

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), localizado no Cerrado em Goiás, é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral que enfrenta desafios para a sua preservação. Foram empregados dois métodos amplamente utilizados em estudos de valoração ambiental: o Método do Custo de Viagem (MCV) e o Método de Valoração Contingente (MVC). Esses métodos permitiram estimar e comparar os valores econômicos atribuídos ao PNCV, facilitando a adoção de medidas de conservação. No caso do MVC, utilizou-se um modelo de regressão logística binária para determinar a probabilidade da disposição a pagar (DAP) dos visitantes, analisando seus perfis para identificar os fatores que influenciam essa disposição. Também foi calculada a DAP média e o valor econômico do uso recreativo do parque com base no valor econômico total (VET). Já no MCV, especificamente na abordagem zonal, foram identificados os determinantes da demanda por recreação no parque por meio de um modelo Log-Log. Ainda, foi estimado o valor econômico de uso recreativo do PNCV e o excedente do consumidor por meio da função de demanda Log-Log, além de calcular a elasticidade preço-demanda e renda-demanda para as visitas ao parque. Por fim, os valores encontrados de disposição a pagar e excedente do consumidor foram comparados, além do valor econômico do uso recreativo do PNCV. A coleta de dados ocorreu por meio de questionários aplicados aleatoriamente aos visitantes do parque em julho de 2023. Este estudo concluiu, por meio do MVC, que há uma disposição significativa da sociedade em contribuir para a conservação do parque. Entre as variáveis analisadas, apenas “Frequência de Visitas” e “Local de Residência (2)” foram estatisticamente significativas para a disposição a pagar, com "Local de Residência (2)" sendo a mais influente na explicação de comportamentos ambientalmente favoráveis. O valor econômico estimado do PNCV para ecoturismo foi de R$ 47.512.777,50, com uma DAP média de R$ 44,27. Pelo MCV, o valor econômico de uso recreativo foi de R$ 3,85 bilhões, com um excedente do consumidor de R$ 604,87 por visita. A análise também mostrou que a demanda por recreação é inelástica em relação ao preço e que a elasticidade renda-demanda indica que o PNCV é considerado um bem normal. Em relação à significância dos coeficientes estimados pelo modelo log-log, a variável “Custo de Viagem médio” foi significativa. Esses resultados são consistentes entre si e com estudos de outras Unidades de Conservação no Brasil, trazendo contribuições importantes para a formulação de políticas públicas e estratégias de gestão focadas na preservação do parque.