Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49028
Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
DalianaCristinaDeLimaAntonio_TESE.pdf3,4 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: Recosturas da feminilidade : experiências de mulheres com o câncer de mama
Autor(es): Antônio, Daliana Cristina de Lima
Orientador(es): Almeida, Tânia Mara Campos de
Assunto: Câncer de mama
Mastectomia
Feminilidade
Experiências vivenciais
Data de publicação: 18-Jul-2024
Referência: ANTÔNIO, Daliana Cristina de Lima. Recosturas da feminilidade: experiências de mulheres com o câncer de mama. 2023. 199 f. Tese (Doutorado em Sociologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: A pesquisa investigou as representações de feminilidade autoatribuídas por 10 mulheres cis entrevistadas sobre as vivências com o câncer de mama, particularmente no que diz respeito ao procedimento cirúrgico de reconstrução mamária. As colaboradoras compartilharam a experiência com a enfermidade, passando pela trajetória de um cuidado de si, da incorporação de práticas preventivas, do diagnóstico ao tratamento, e das implicações da mastectomia, quando indicado tal procedimento, sobre a imagem corporal. Os relatos contribuíram para uma interpretação da feminilidade associada à autoestima, à maternidade, à sexualidade e às relações institucionais. Foi possível compreender reconstruções da feminilidade nas vivências com o campo médico e a rede de apoio e proteção, implicadas em um conjunto de interpelações, hegemonicamente constitutivo de uma "cultura rosa", com efeitos sobre a autoidentificação como paciente oncológica, o cuidado de si e as percepções corporais. Sendo assim, a feminilidade é atravessada de modo a caracterizar uma luta permanente pela cura, na "batalha" pela sobrevida, seguidos os exames protocolares, e na encarnação de outros significados das mamas conforme os procedimentos estéticos garantidos. Daí a feminilidade como um sofrimento social. Se há uma representação hegemônica visto a orientação de uma intervenção cirúrgica com implante de silicone, a reconstrução mamária não vai significar a garantia da feminilidade, tal como expresso na legislação, e sim um estado de alma, expresso um processo de encarnação constitutivo de um novo esquema corporal. Uma cultura somática neste contexto do câncer de mama expressa outras feminilidades sobre a visibilidade de um corpo sem mamas. Logo, o reconhecimento das desigualdades produzidas contribui para um debate sobre estima e moralidade de modo a combater efeitos de gênero que constrangem mulheres ora a disfarçarem um corpo sem mamas, seja com próteses externas, ora a sentirem-se obrigadas a aceitar os riscos de procedimentos cirúrgicos reconstrutivos com enchimento.
Abstract: The research investigated the self-attributed representations of femininity by 10 cisgender women interviewed about their experiences with breast cancer, particularly regarding the surgical procedure of breast reconstruction. The collaborators shared their illness experience, going through the trajectory about the care of the self, the incorporation of preventive practices, from diagnosis to treatment, and the implications of mastectomy, when such a procedure is indicated, on body image. Their accounts contributed to an interpretation of femininity associated with self-esteem, motherhood, sexuality, and institutional relationships. It was possible to understand reconstructions of femininity in the experiences with the medical field and the support network, which are involved in a set of interpellations that constitute a predominantly "pink culture," with effects on selfidentification as an oncology patient, care of the self and body perceptions. Consequently, femininity is crossed in a way that characterizes a continuous struggle for healing, a "battle" for survival, following the protocol exams, and the embodiment of other meanings of breasts depending on the guaranteed aesthetic procedures. Hence, femininity can be seen as a social suffering. If there is a hegemonic representation given the orientation towards a surgical intervention with silicone implants, breast reconstruction does not necessarily guarantee femininity, as expressed in legislation, but rather a state of mind, expressing a process of embodiment that constitutes a new body schema. A somatic culture in this breast cancer context expresses other femininities related to the visibility of a body without breasts. Therefore, recognizing the produced inequalities contributes to a debate on esteem and morality, aimed at combating gender effects that constrain women to either disguise a breastless body with external prostheses or feel obliged to accept the risks of reconstructive surgical procedures with implants.
Résumé: La recherche a étudié les représentations de la féminité auto-attribuées par 10 femmes cisgenre interrogées sur leurs expériences avec le cancer du sein, notamment en ce qui concerne la procédure chirurgicale de reconstruction mammaire. Les participantes ont partagé leur expérience de la maladie, en parcourant la trajectoire du soin de soi, l'incorporation de pratiques préventives, du diagnostic au traitement, et les implications de la mastectomie, lorsqu'une telle procédure est indiquée, sur l'image corporelle. Les récits ont contribué à une interprétation de la féminité associée au souci de soi, à la maternité, à la sexualité et aux relations institutionnelles. Il a été possible de comprendre les reconstructions de la féminité dans les expériences avec le champ médical et le réseau de soutien et de protection, impliqués dans un ensemble d'interpellations, hégémoniquement constitutives d'une "culture rose", avec des effets sur l'auto-identification en tant que patientes oncologiques, le souci de soi et les perceptions corporelles. Ainsi, la féminité est traversée de manière à caractériser une lutte permanente pour la guérison, dans la "bataille" pour la survie, suivie d'examens protocolaires, et dans l'incarnation d'autres significations des seins selon des procédures esthétiques garanties. D'où la féminité comme souffrance sociale. S'il existe une représentation hégémonique compte tenu de l'orientation d'une intervention chirurgicale avec un implant en silicone, la reconstruction mammaire ne signifiera pas la garantie de la féminité, telle qu'exprimée dans la législation, mais un état d'âme, exprimant un processus d'incarnation constitutive d'un nouveau schéma corporel. Une culture somatique dans ce contexte de cancer du sein exprime d'autres féminités sur la visibilité d'un corps sans seins. Dès lors, la reconnaissance des inégalités produites contribue à un débat sur l'estime et la moralité afin de combattre les effets de genre qui contraignent les femmes à travestir parfois un corps sans seins, soit avec des prothèses externes, soit à se sentir obligées d'accepter les risques des interventions chirurgicales reconstructrices avec implants.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Sociais (ICS)
Departamento de Sociologia (ICS SOL)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.