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Título: Relação entre criatividade, inteligência, personalidade e superdotação no contexto educacional
Autor(es): Fonseca, Marina Nogueira de Assis
Orientador(es): Fleith, Denise de Souza
Assunto: Superdotação
Inteligência
Criatividade - crianças
Rorschach, Teste de
Data de publicação: 11-Jul-2019
Referência: FONSECA, Marina Nogueira de Assis. Relação entre criatividade, inteligência, personalidade e superdotação no contexto educacional. 2019. xix, 123 f. Dissertação (Mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Resumo: A busca pelas pessoas mais inteligentes e mais produtivas da sociedade é algo que vem sendo feito há séculos. Tempos atrás, considerava-se inteligência apenas a partir do Quociente Intelectual (QI), porém, novas visões acerca do fenômeno fizeram emergir concepções multidimensionais, acrescentando importância não apenas aos fatores ambientais, como também a outros fatores cognitivos, como a criatividade. Mais recentemente, pessoas com habilidades acima da média, inclusive na área intelectual, alta criatividade e motivação intrínseca têm sido nomeadas de superdotadas. Essas pessoas, além de possuírem inteligência e criatividade superiores às de seus pares não superdotados, costumam ter, também, traços de personalidade que as diferem das demais como, por exemplo, maior autonomia e abertura a novas experiências, grande curiosidade e flexibilidade de pensamento. Devido a essas peculiaridades, a literatura da área tem apontado para a importância de um atendimento educacional a esses indivíduos que leve em consideração suas características e interesses, para que eles sejam capazes de desenvolver seu potencial. A aceleração de estudos, prática que consiste em cumprir o programa escolar em um tempo reduzido, é uma das formas de atender às necessidades educacionais desses alunos. No entanto, diversos mitos permeiam essa prática, dado que muitas pessoas acreditam que não seria benéfica para o aluno, sobretudo, do ponto de vista socioemocional. Muitos pesquisadores têm se dedicado a estudar os aspectos sociais e emocionais dos superdotados e, apesar de muitos concluírem que eles não possuem desvantagens em relação aos seus pares não superdotados, muitas controvérsias ainda existem sobre o tema como, por exemplo, a associação de alta inteligência e criatividade com transtornos mentais. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo comparar três grupos de alunos – (a) superdotados acelerados (grupo I), (b) não superdotados (grupo II) e (c) superdotados não acelerados (grupo III) – em relação à inteligência, criatividade e personalidade e, ainda, investigar a relação entre essas variáveis. Esta pesquisa foi realizada com 30 estudantes do ensino médio e superior – 15 do sexo feminino e 15 do sexo masculino – com idades entre 15 e 20 anos (M = 17,3 anos; DP = 1,57). Quatro instrumentos psicológicos foram utilizados, sendo três psicométricos – Matrizes Progressivas de Raven, Teste Torrance de Pensamento Criativo e Inventário Fatorial de Personalidade II – e um projetivo – Rorschach. Os dados foram analisados utilizando os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney e a correlação não paramétrica de Spearman. Os resultados apontaram diferenças significativas entre os grupos I e II com relação à inteligência (U = 19,0, z = -2,359, p = 0,019) e aos fatores de criatividade Flexibilidade (U = 16,500; Z = -2,542; p = 0,011) e Fluência (U = 20,000; Z = -2,273; p = 0,023), bem como os Índices Criativos Verbais 1 (U = 18,500, Z = - 2,382, p = 0,017) e 2 (U = 18,000, Z = -2,420, p = 0,016), em favor do grupo I. Entre os grupos II e III foi percebida uma diferença significativa apenas no fator Fluência (U = 23,000; Z = -2,043; p = 0,041), a favor do grupo III. Não foram encontradas diferenças significativas do ponto de vista estatístico em relação aos fatores de ambos os testes de personalidade. No tangente à correlação entre as variáveis, destaca-se a correlação positiva entre inteligência e as variáveis Analogia (rₛ = 0,426; p = 0,019), um dos fatores de criatividade, e Agressão (rₛ = 0,367; p = 0,046), um dos fatores de personalidade. Destacam-se, ainda, as correlações positivas e significativas encontradas entre os fatores de criatividade com indicadores de pensamento distorcido, como foi o caso entre os Índices Criativos Verbais 1 (rₛ = 0,550; p < 0,01) e 2 (rₛ = 0,589; p < 0,01) em relação ao índice de Transtornos de Percepção de Pensamento, do Rorschach. Corroborando a literatura da área, pode-se afirmar que os alunos superdotados possuem vantagens nos fatores de inteligência e criatividade em relação aos alunos não superdotados e que os superdotados acelerados demonstraram ter maior abertura a novas experiências e mudanças do que os alunos dos outros dois grupos. Os resultados apontam que inteligência e criatividade são construtos diferentes, mas relacionados, e sugerem, ainda, que a inteligência analítica seria um subconjunto de criatividade verbal. Por fim, conclui-se que apesar de o pensamento criativo e o pensamento distorcido apresentarem uma correlação positiva e significativa, não foram encontradas evidências de um mau ajustamento emocional por parte dos alunos mais criativos, de modo que se pode concluir que os indicadores encontrados de uma psicopatologia estão mais relacionados ao pensamento criativo e divergente do que à suscetibilidade ao transtorno mental. Espera-se, com esta pesquisa, contribuir para a reflexão acerca da importância de se analisar os resultados desses testes considerando as peculiaridades da amostra e de se levantar questionamentos acerca dos mitos e ideias errôneas associadas à aceleração escolar e à maneira como a manifestação da alta criatividade e inteligência é aceita na sociedade. Além disso, esta investigação visa chamar atenção para as características particulares de indivíduos talentosos que, muitas vezes, sofrem com os estereótipos que permeiam os indivíduos muito criativos e com inteligência acima da média, tal como a associação de talento com sofrimento psicológico grave.
Abstract: The search for the most intelligent and productive people of society has been carried out for centuries. A while ago, intelligence was conceived only in terms of Intellectual Quotient (IQ), but new multidimensional views about the phenomenon highlighted the importance of environmental factors as well as other cognitive factors, like creativity. More recently, people with above-average abilities – including intellectually – high creativity and intrinsic motivation have been called gifted. In addition to possessing superior intelligence and creativity compared to their non-gifted peers these people commonly have some specific personality traits that differ them from others, such as higher autonomy, openness to new experiences, curiosity and flexibility in thinking. Due to these peculiarities, research has been pointing to the importance of an educational service to these students that takes into consideration their characteristics and interests, so that they can develop their full potential. The acceleration of studies, a practice that consists of fulfilling the school program in a reduced time, is one of the ways of meeting the educational needs of these students. However, there are many myths surrounding this practice, given the amount of people who believe that this would not benefit the students, especially in what concerns their socioemotional needs. Many researchers have been dedicating themselves to the study of the social and emotional aspects of the gifted and, despite the fact that there is much evidence that they do not have disadvantages compared to their non-gifted peers, many controversies remain about that, such as the association between high intelligence and creativity and mental disorder. Therefore, this study aimed to compare the relation of intelligence, creativity and personality in three groups of students – (a) accelerated gifted students (group I), (b) nongifted students (group II), and (c) non-accelerated gifted students (group III) – as well as to investigate the relation between these variables. The study counted on 30 participants (15 male, 15 female) of high school (n = 10) and college (n = 20) with ages between 15 and 20 years old (M = 17, 3; DP = 1, 57). Four psychological instruments were used. Three of them were psychometric – Raven Progressive Matrices, Torrance Test of Creative Thinking and Personality Factorial Inventory II – and one was projective – Rorschach. The data were analyzed using Kruskal-Wallis and Mann-Whitney tests and Spearman’s non-parametric correlation. Results showed significant differences between groups I and II concerning intelligence (U = 19, 0, z = -2,359, p = 0,019) and creativity factors Flexibility (U = 16,500; Z = -2,542; p = 0,011) and Fluency (U = 20,000; Z = -2,273; p = 0,023) as well as Verbal Creative Indexes 1 (U = 18,500, Z = - 2,382, p = 0,017) and 2 (U = 18,000, Z = -2,420, p = 0,016), in favor of group I. Regarding groups II and III, significant differences were found only in Fluency (U = 23,000; Z = -2,043; p = 0,041), in favor of group III. No statistically significant correlation was found regarding the factors of both personality tests. Concerning the correlation between the variables, the positive correlation between intelligence and Analogy (rₛ = 0,426; p = 0,019) – a creative factor – and Aggression (rₛ = 0,367; p = 0,046) – a personality factor – stands out, as well as the positive and significant correlations found between creativity factors and distorted thinking indicators, demonstrated by the correlation between Verbal Creative Indexes 1 (rₛ = 0,550; p < 0,01) and 2 (rₛ = 0,589; p < 0,01) with the Perceptual Thinking Index (PTI) of the Rorschach test. Corroborating the literature of the field, it can be said that gifted students have advantages in the factors of intelligence and creativity in relation to non-gifted students and that the accelerated gifted have shown a greater openness to new experiences and changes in the environment than the students of the other two groups. The results pointed in the direction that intelligence and creativity are two different, but related constructs and they also suggest that analytical intelligence may be a subset of verbal creativity. Finally, despite the positive and significant correlation found between creative and distorted thinking, no evidence of an emotional maladjustment of the gifted students was found. Therefore, it can be concluded that psychopathology indices found do not indicate a mental disorder, but rather a creative and divergent thinking style. With this research, we hope to contribute to the reflection about the importance of analyzing the results of these tests considering the peculiarities of the sample and to raise questions about the myths and misconceptions associated with school acceleration and the way in which the manifestation of high creativity and intelligence is accepted in society. In addition, this research aims to draw attention to the particular characteristics of gifted and talented individuals who often suffer from stereotypes that surround highly creative individuals with above-average intelligence, such as the association of talent with severe psychological distress.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (IP PED)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2019.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde
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Agência financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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