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Título: Feira Krahô de sementes tradicionais : cosmologia, história e ritual no contexto de um projeto de segurança alimentar
Autor(es): Borges, Júlio César
Orientador(es): Pimenta, José Antonio Vieira
Assunto: Festas populares - etnologia
Índios Krahô
Relações étnicas
Data de publicação: 25-Nov-2014
Referência: BORGES, Júlio César. Feira Krahô de sementes tradicionais: cosmologia, história e ritual no contexto de um projeto de segurança alimentar. 2014. 346 f., il. Tese (Doutorado em Antropologia Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Resumo: Este trabalho aborda a importância da festa (amjikin) nos processos recentes de resistência étnica dos índios Krahô (Mehĩ), povo Timbira, falante de uma língua jê e habitante de uma reserva no norte do Tocantins. Parto dos seguintes pressupostos: a) os conhecimentos rituais têm uma origem externa, de onde então são apreendidos, “roubados” ou “furtados”; b) os conhecimentos se fundamentam na experiência direta, isto é, nas percepções captadas pelos sentidos, sejam eles olfativos, visuais, auditivos; c) entre os Timbira e, em particular, entre os Mehĩ – “nós, mesmo corpo/carne” - o ouvir recebe ênfase social enquanto faculdade moral e cognitiva associada ao conhecer-compreender. Como fato social total, a festa permite inúmeras entradas analíticas, dentre as quais trilharei pela cosmologia, história, relações interétnicas e sistema ritual com o intuito de demonstrar como ela (a festa) mantém vivos seu modo de vida e agencialidade frente ao cerco colonial. Veremos que a apropriação (“furto”) e domínio do jogo de linguagem dos “projetos” é uma das principais estratégias atualmente utilizadas pelos Mehĩ para (re)produção de suas festas. Meu caso etnográfico é a festa dos Peixes e das Lontras (Tep me Têre), realizada no contexto da VII Feira Krahô de Sementes Tradicionais, no ano de 2007, com patrocínio da Petrobrás Cultural. A feira faz parte de um projeto de segurança alimentar encabeçado pela associação indígena Kapey, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Como fenômeno próprio do campo intercultural, a Feira de Sementes se comporta como objeto privilegiado para análise de paradoxos, dilemas e contradições presentes nas iniciativas de “desenvolvimento local” e, por outro lado, revela o equilíbrio instável da unidade étnica dos Mehĩ. Equilíbrio instável que requer, justamente, a produção de festas para fortalecimento dos liames que a sustentam frente a outros coletivos que povoam o Cosmos. Esta é a tese que defendo. ___________________________________________________________________________________ ABSTRACT
This thesis discusses the importance of celebrations (amjikin) in the recent processes of ethnic resistance of the Krahô Indians (Mehĩ), the Timbira people, speakers of a Ge language and inhabitants of a reservation in northern Tocantins. I begin with the premise that: a) the rituals knowledge has an external source, from which it is apprehended or "stolen"; b) knowledge is based on direct experience, i.e. perceptions captured by the senses, whether olfactory, visual, auditory; c) among the Timbira, and especially among the Mehĩ ("We, even body/flesh"), listening/hearing is emphasized as a moral and cognitive faculty associated with knowing/understanding. As a total social fact, celebrations can be approached from many different analytical angles. They are analyzed here through the lenses of cosmology, history, interethnic relations and ritual systems with the aim of showing how celebrations keep alive their lifestyle and agency against colonial encroachment. Their appropriation (“stolen”) and mastery of the “projects” language game is revealed to be one of the main strategies currently used by Mehĩ to (re) produce their celebrations. My ethnographic case is the celebration of Fish and Otters (Tep me Têre) held in the context of the Krahô VII Traditional Seeds Fair, in 2007, sponsored by the Petrobras Cultural Program. The fair is part of a food security project spearheaded by the indigenous association Kapey, in partnership with the Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA) and the National Indian Foundation (FUNAI). As a phenomenon pertaining to the intercultural field, the Seed Fair serves as a privileged object for the analysis of paradoxes, dilemmas and contradictions of "local development" initiatives and also reveals the unstable balance of ethnic unity of the Mehĩ. This unstable balance requires precisely the production of celebrations to strengthen the bonds that sustain it against other collectives that populate the Cosmos. This is the thesis I defend.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Sociais (ICS)
Departamento de Antropologia (ICS DAN)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2014.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
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